quinta-feira, novembro 27, 2008

Fugir para a frente

 A arder

Já aqui o referi muitas vezes, não entendo nada de economia, mas honestamente parece-me que este pessoal que reina nas cadeiras do poder também não. Nem as suas propostas parecem fazer muito sentido, nem as contas bater certo. O Cherne fala da possibilidade do não cumprimentos dos défices dos países europeus e fala em dois anos. O Almunia, logo ali ao lado dele, não tardou a deitar água na fervura para explicar que falam de poucas décimas no défice e que durava só um ano. Que eles não se entendam, eu entendo, mas não compreendo muito bem, como é possível, pagando 1,5% do PIB ao criado fundo de crise da União Europeia, mais conhecido pelo "Bolo das ratazanas" ou "Mama dos Ricos", (200 mil milhões), se espera que o défice não dispare. E tudo para quê? Para incentivar o consumo e o crédito, ou seja as principais causas da razão porque estamos em crise. Esta gente só sabe rugir para a frente sem ver que só nos empurram irremediavelmente para o abismo.

18 comentários:

  1. Xor kaos,cheira-me que 'isto' ainda os vai esturricar e é de vez!Estes 'sábios' economistas nem sequer sabem o porquê e como a D.branca da Wall Street fazia a merda que fez.Andam com o cuzinho apertadinho e continuam com o 'remédio' de mais do mesmo, que levou ao que isto chegou.Existe um colapso provocado por estes 'gestores de excelência'e pode virar no desmoronamento total.Lembrem-se da URSS...

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  2. Pois, pois, fazer investimento público com a finalidade de criar emprego (com bastante significado e sem ser apenas, e sobretudo, para os "boys and girls") e gerar riqueza, é que está fora de questão.
    E quem é que lhes reconheceu as competências de excelentes economistas?

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  3. É caso para dizer que querem apagar o fogo com gasolina.

    Estamos tramados e mal pagos!

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  4. É simples os que estão no poder nada percebem de economia pois a grande maioria é licenciada em direito (sabe contornar as leis e fazê-las para os favorecer) ou engenheiros (só sabem receber comissões de adjudicação de obras) e os poucos que são economistas nada podem fazer porque são muito poucos.

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  5. Meu caro Alquimista,

    Esse comentário sobre os engenheiros ofendeu-me particularmente. Tomar um caso isolado, pois Portugal deve ser caso único em que dois engenheiros chegaram a primeiros ministros, pelo todo, é perigoso.
    Olhe, eu sou engenheiro e trabalho muito para sobreviver, não recebo comissões de adjudicações porque nem sequer sou engenheiro civil. E se acabassemos de vez com essa conversa dos doutores e engenheiros também não era muito mal pensado, pois grande parte dos desempregados deste país também são, além de trabalhadores, doutores e engenheiros. E se lutamos por professores (que, felizmente, ainda estão empregados), também podíamos fazer uma forcinha por estes. A menos que pense, o que não acredito, que não merecem o esforço, por serem doutores ou engenheiros, e, como tal, tenham perdido os seus direitos constitucionais.
    Mas já que falou em economistas, lembre-se da Manela, do Constâncio ou do Manuelzinho - são todos economistas e vê-se, de facto, uma propensão natural para a competência!
    O problema não está em ser engenheiro ou doutor ou economista ou advogado. O problema está em ser-se político, profissão que exige, nos tempos de hoje, que se faça parte de um sistema de valores muito dúbios e pouco mensuráveis. Quem não vê é porque não quer ver.
    Mas se o satisfaz, com certeza não terei problema algum em admitir a minha inferioridade moral ou profissional em relação a si (não sabendo a sua profissão, deduzo que não seja engenheiro) ou qualquer outro profissional que partilhe a sua opinião. Afinal de contas, presunção e água benta, cada qual toma a quer.

    Posto isto, e pedindo desculpa pelo desabafo, quanto ao pseudo-plano, não conheço os pormenores maiores do que foi proposto, pelo que, nesta altura, reservo a minha opinião.
    O facto de haver discrepância entre os números do Cherne e do Almunia, não é de estranhar - afinal, um é português e o outro nem por isso. Mas, neste caso, até acredito mais no Cherne. Bate mais certo.

    Alguém falou em investimento público? É óbvio que nestas alturas o investimento tem de ser sustentado pelo investimento público, e aí estou de acordo. E há investimento público que vale a pena: modernização do parque escolar, A4 para Bragança, acesso viável ao porto de Sines, e até mesmo o aeroporto. São soluções que podem ter algum efeito. O resto será investimento privado, que, por enquanto, está parado.

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  6. Xor Cirrus,aeroporto quando o petróleo se prepara para trepar à pála do pico petrolífero?Ná,o senhor tb parece tão bem preparado qto o inginheiro sócas e sus muchachos empregaditos do capital.Olhe,o seu tal manelito vem do BES e qdo se for vai voltar para lá com 'mais valias',não sei se me estou a fazer entender.E,ópis vem de lá um salvador e diz,agora é que é,e passados uns anos se sente outra vez 'enganado'.Again & again.Já não há pachorra-
    Xor Cirrus vá até ao http://resistir.info e leia e pense,carago!!!

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  7. Sem acrimónia,xor cirrus.Que lhe faça bom proveito e já agora a znet,e odiario.info,e tb ......

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  8. Muito interessante, a sua observação. Não percebi bem o sentido, mas se acha que não precisamos de fazer nada, basta estar sentadinho e quietinho... mude-se para a Islândia - eles lá também achavam que não precisavam de infraestruturas.

    Mas compreendo o seu ponto de vista, desengane-se. Não estou aqui para o desanimar na sua luta. Tem a sua opinião e eu a minha.

    A propósito, quando me referi ao "meu" Manelito, referi-me com ironia, como um exemplo de incompetência. Parece-me que não entendeu a piada. Mais vale elucidar, senão pode ter uma opinião distorcida do meu comentário, como penso que teve.

    Mas, no fundo, está de acordo comigo - ser-se político é coisa bem feínha... Voltar ao BES, com mais-valias e toda esta mama que vemos por aí... Estou ao seu lado.

    Quanto à acrimónia, estas coisas tiram-me do sério. Tomar um indivíduo como uma classe, ainda por cima uma classe que faz de quase tudo e não só obras, é abusar da paciência de qualquer um. Ou gostaria que começasse por aí a dizer que todos os professores querem é tirar uns dias de folga e ter reformas principescas? Obviamente que não.

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  9. Fugindo um bocadinho ao tema, volto a cascar na nulidade do Constânio, com esta pequena notícia. Tantos economistas pagos a peso de platina que há no BdP e não havia por lá um único que soubesse como evoluem as cotações do ouro nos mercados internacionais.
    Estas nulidades deitaram ao lixo centenas de quilos de ouro (arrecadado à conta de duríssimos sacrifícios do Povo ao longo de décadas) e ninguém lhes pede contas!?


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    Ouro perto de máximos de cinco anos em Londres

    O ouro está a negociar perto do valor mais elevado dos últimos cinco anos, no mercado londrino, com o dólar a desvalorizar e a aumentar a atractividade das matérias-primas como forma de investimento.

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  10. Segundo Cirrus, "... há investimento público que vale a pena: modernização do parque escolar, A4 para Bragança, acesso viável ao porto de Sines, e até mesmo o aeroporto. São soluções que podem ter algum efeito. O resto será investimento privado, que, por enquanto, está parado."

    E de que forma é que este tipo de investimento público vai gerar crescimento sustentado e, em consequência, manter ou, até, aumentar os postos de trabalho? Este tipo de investimento é muito saudável quando o OE é superavitário, o que não é o caso.
    O investimento privado está parado, o que é absolutamente normal dentro de um quadro de política económica que se aproxima do pico, do boom: com o elevado poder de compra dos desempregados e dos que trabalham por conta de outrem, com empréstimos para pagar e com uma carga fiscal tão leve quanto a nossa, o que seria de esperar?

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  11. Vê-se que a contestária não mora em Bragança...

    O investimento público deve ser encarado de forma estruturante, a longo prazo. Por mudarmos de governo, mudamos de política a longo prazo e isso leva-nos sempre ao mesmo ponto: o de partida, a cada quatro anos volvidos. Por outro lado, é nas U tuns que o Estado deve investir, e não quando tem superavit, uma vez que o privado se acautela e não investe. Julgo não ser difícil seguir o raciocínio.
    Se pararmos o país agora, seguindo uma política à Manuela Ferreira Leite, então daqui a 3 ou 4 anos, não teremos 7,5% de desempregados, talvez andemos pelos 20%. Claro que nessa altura toda a gente perguntará onde está o poder interventivo do Estado, para salvar empresas insolventes que ameaçam fechar. O problema deve ser tratado na origem, na criação de emprego, através de obras ou investimentos de cariz economicamente estruturante(no caso do Estado, bem entendido), e exemplos dessas obras foram aqueles que dei. As escolas, um acesso eficiente ao porto mais profundo da Europa (que neste momento não serve para nada por falta de acessos, numa altura em que Marselha e Barcelona já não conseguem abastecer Espanha), uma via que possibilite aos tansmontanos darem um pontapé no isolamento. Quanto ao aeroporto, não é uma necessidade, é uma urgência. Se a contestária não vê como esses projectos podem ser importantes, no presente e, sobremaneira, no futuro, aconselho uma visita a Trás-os-Montes ou Sines, ou a perguntar por que razão tantos aviões com destino a Lisboa aterram em Barajas... e eles é que se safam... porque será?

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  12. -Cabecinha num Kaos a Frenprof, é uma associação sindical de professores de várias tendências politicas.
    Vai ao médico e trata-te.
    NB:
    Atenção eu não sou professor nem para lá caminho sou operário mas destinjo muito bem uma pessoa honesta dum provocador que é o teu caso não vais longe.

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  13. Ò Amigo AFerreira, afinal, estava a referir-se a quem?

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  14. Cirrus,
    Acertou, não moro em Bragança, tal como não moro em muitas outras localidades que sofrem do isolamento típico do interior.
    Devo confessar que tenho sérias dificuldades em conceber um crescimento sustentado que se apoie em meios que não visam fins.
    Estes investimentos em vias de comunicação deveriam ter como finalidade, entre outras coisas, o escoamento de excedentes, mas com esta conjuntura (mais do que conjuntura, estrutura) económica é difícil conceber que venhamos a ter vantagens relativas que o justifiquem.
    Bem, a única possibilidade será imitar a China (e atrair o seu investimento, como propôs o n/ ministro), baseando-nos nas vantagens absolutas e, para isso, já se está a fazer o investimento no aparato nas escolas e numa mão-de-obra impreparada e sem qualificações, ideal para remunerações baixas e condições precárias, "comme il fault".

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  15. Compreendo as sua preocupações, das quais partilho, asseguro-lhe. No entanto, também penso que um país com infraestruturas pode não ter tudo, mas está mais bem preparado para tempos de crise. Basta ver o caso da Islândia.

    Mas falou em escoamento de excedentes. Por exemplo, o porto de Sines tem imenso mercado. Inclusivamente, é o único porto do sul da Europa onde pode atracar qualquer navio, independentemente da sua tonelagem. O problema é que, para qualquer mercadoria chegar de Sines a Madrid, por exemplo, chega-se a demorar uma semana, mas no minímo, demora três dias. Se temos uma joia destas na nossa coroa, não acha que a devíamos rentabilizar e atrair o comércio marítimo? Não vê aí nenhuma criação de emprego ou nenhuma mais-valia económica?
    E no caso do aeroporto, vamos deixar os voos internacionais continuarem a ser canalizados para Madrid, em vez de ampliarmos a nossa capacidade? Não pensa que se poderá criar emprego nessa circunstância? E, repare, em ambos os casos, emprego especializado, pelo menos, boa parte dele.

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  16. a ferreira:
    Não sei se o teu comentário se dirigia a mim, mas a FENPROf tem uma agenda politica, o que não tem de ser mau, mas que neste caso, fazendo parte da estrutura do sistema até o é. Sou provocador? Talvez, mas só se pica quem lá mete a mão e/ou sente que lhe acertaram num ponto fraco. Eu digo o que penso sem pensar em quem acerto.

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  17. É a velha história da carapuça. Se provocamos, é porque alguém se sente provocado. É questão de enfiar ou não...

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  18. Talvez vá para a América
    e por lá fique

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