sábado, dezembro 13, 2008

Teimosa como um Burro

de Castigo

Uma vez mais a Sinistra Ministra convocou os Sindicatos para deixar tudo na mesma. Evitou umas greves regionais, mas mostrou que só a demissão desta personagem possibilitará ao governo sair da guerra de que o Engenheiro já diz estar cansado. Continuar a negociar com alguém que é cega, surda e infelizmente não muda, é lutar contra a "teimosia do burro", que de onde está não sai. Não estará na hora do Engenheiro deixar a Sinistra ir descansar e demiti-la?

25 comentários:

  1. NÃO. Está na hora de irem os dois...ou queres que o engenheiro fique ???????

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  2. Não acho boa ideia eleições antecipadas.

    Deixa lá ficar o Presépio, o Menino D´Oiro e o Aquecimento reforçado.(A Vaca e os Burros).

    Vão desgastando....

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  3. MANIF DIA 18 PELAS 15H EM FRENTE ÀS FINANÇAS DA RESPECTIVA LOCALIDADE!
    Se fazes parte dos 200.000 contribuintes a recibos verdes que estão a ser saqueados não faltes e passa a palavra por mail ou SMS...

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  4. Emocionalmente estou de acordo com o mugabe, acrescentando apenas que deviam ser corridos os dois a tiros de zagalote.
    Racionalmente a sugestão da Maria Branco é mais apropriada. Neste momento é deixá-los cozer em lume brando para ver se os tugas abrem a pestana de vez.

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  5. Ministra chilena da educação, guru da Lurdes, levou banhada em frente às câmaras. Veja o filme!

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  6. Se é como os burros, então usa palas que lhe limitam a visão. Irresponáveis.

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  7. No meio disto tudo, já não sei bem quem tem mais desgaste, para ser sincero. Sei que o assunto já desgastou de vez, e os portugueses estão fartos de ouvir falar de professores, ministra, sindicatos e mais que os valha. Perdeu-se a oportunidade de se fazer algo de positivo pela educação, agora restam os teimosos a zurrar uns para cada lado.

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  8. Dimissão para quê, e depois?

    A revolução é hoje!

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  9. É espantoso quantas alarvidades se podem dizer em tao poucas pastagens: "...acrescentando apenas que deviam ser corridos os dois a tiros de zagalote"; "Se é como os burros, então usa palas que lhe limitam a visão"; "Deixa lá ficar o Presépio, o Menino D´Oiro e o Aquecimento reforçado.(A Vaca e os Burros)"; "agora restam os teimosos a zurrar uns para cada lado"; "a Sinistra Ministra". Edificante sem duvida. Vocês elevam o debate a um ponto dificil de atingir pelo comum dos mortais. Aliás, de "debate" vi muito pouco, para além das habituais patacoadas e das inevitaveis generalizações de "os politicos sao todos uns malandros". Assim mesmo, todos no mesmo saco, como convem a quem realmente usa palas ou nao consegue ver mais longe que os chavões que ficam sempre bem num blog deste tipo. E ja agora, porque é que ninguém fala do que realmente esta em causa, isto é, a avaliação dos professores? Em vez de largar atoardas a torto e a direito talvez valesse a pena perceber que os coitadinhos dos professores se calhar nao querem mesmo é ser avaliados (da mais jeito chegarem todos ao topo da carreira so porque sim, independentemente de serem bons ou maus) e que andam a reboque de organizacoes, essas sim Sinistras", como a Fenprof e outros comn agendas politicas bem definidas e claras... para quem quiser ver, claro esta.

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  10. migprud

    "A sua ignorancia resvasla na couraça da minha infiferença"

    Quem não quer ser availado? quem? Você?
    Por acaso pediu um Porto Ferreira?

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  11. migprud, sabia que existem muitos mais mais blogs para além deste que, no seu entender é "deste tipo"?

    Porque não vai p'ró o abrupto?
    Se quiser pode, também ir prá .....

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  12. Porque será que há gente, no meu entender, tão básica que está sempre a criticar os profs dizendo que não querem ser avaliados, etc., etc.?

    Eu, como prof., não estou nada, mesmo nada, interessado em ser avaliado. Estou interessado em fazer o meu trabalho da melhor maneira que sei e que posso.

    Também não estou interessado em competir com os meus colegas, nem quero prémios pelo meu desempenho.
    O que eu quero é que, como dizia o outro, me deixem trabalhar!

    Quem pode querer a avaliação, será a entidade patronal para os fins que entender. Não é uma preocupação minha.

    Os políticos, que já demonstraram a sua competência????? ao longo destes anos todos é que gostam muito de dizer que são os melhores. Eles não dizem que as propostas deles são as que eles consideram ser melhores. Eles dizem que fizeram isto, mais aquilo e blá, blá,blá.

    Eu foi ensinado, e concordo com o que me ensinaram, que era muito feito fazermos auto-elogios. Diziam-me que era falta de educação.

    Eu tb não gosto muito de muitos juízes, nem de muitos advogados, nem de muitos comentadores de blogs, mas generalizar e dizer que são todos uma merda é, lamento dizer, muito básico.

    é por isso que eu acho que se deve pôr o nome nas coisas. Se o juiz xis é uma merda, devemos dizer o nome dele. Se o advogado zê é merdoso, devemos identifico-lo, se o comentador y é básico devemos dizer que é o migprud!!!!!

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  13. Cara Maria Branco,
    Em resposta à sua questão sobre "quem nao quer ser avaliado?", remeto-a para o elucidativo comentário do lmb que diz "Eu, como prof., não estou nada, mesmo nada, interessado em ser avaliado." (sic).

    Caro lmb,
    Gostava de acreditar que se afirma professor só para espicaçar o "debate", pois é assustador pensar que um professor possa escrever como você. Mas deixando de parte a "forma", ja que cada um tem as limitações que tem, passemos ao que interessa, que é o "conteúdo". Começa por afirmar claramente que é Prof. mas não quer ser avaliado. Justiça lhe seja feita, pelo menos assume. Nao põe em causa o modelo de avaliação, acha simplesmente que nao tem nada que ser avaliado. E tem mais é que progredir ate ao topo da carreira independentemente da sua competência. Pois claro, tal como qualquer político chega a primeiro-ministro, qualquer juiz chega ao Supremo Tribunal, qualquer médico chega a director de serviço, qualquer comentador de blog chega a escrever no Diário de Noticias. É que ha uma razao para que estas coisas não aconteçam: é que nem todos têm a competência e o mérito para la chegar. Se realmente é professor, deve saber que ha alunos melhores e outros piores. Os melhores têm boas notas, os outros têm notas menos boas. É assim em todo o lado. Em qualquer profissão estamos sujeitos à avaliação da nossa competência e, desejavelmente, deveremos ser recompensados em função dela. Porque é que os professores hão-de ser diferentes? Considera o estimado lmb que os seus colegas que, ao contrário de si, não exercem a sua profissão com o respeito e dedicação que ela exige devem ter as mesmas recompensas que você, que a exerce com profissionalismo? Ou será que acha que todos os professores são igualmente bons, igualmente dedicados, igualmente meritórios? Certamente que no seu dia-a-dia encontra colegas mais competentes que outros. Merecerão todos ser recompensados por igual? Progredir na carreira da mesma forma? Ter as mesmas regalias (ou falta delas)? Eu não sou professor, mas enquanto estudante tive bons e maus professores. Nao me parece justo que uns e outros não sejam distinguidos em função do seu mérito e que, ao fim de alguns anos, uns como os outros cheguem ao topo da sua carreira profissional. Posso até compreender que se discuta o modelo de avaliação, mas quer-me parecer que só quem não tem confiança na sua própria competência pode nao querer ser avaliado. Dá mais jeito, sem duvida. Mas será realmente mais justo?

    P.S.- Que raio é isso de ir p'ro abrupto? Pergunto-lhe porque nunca ouvi tal coisa e claramente você deve saber por experiência própria do que esta a falar.

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  14. Caro Migprud,

    Teve a coragem e frontalidade que a muitos faltam por aqui. Só por isso, bem haja. Estou farto de alertar que o povo português não está do lado dos professores, precisamente porque dão a entender que simplesmente não querem a avaliação. E o IMB acabou por ser frontal também e admitiu-o.

    Ninguém no privado está isento de avaliação. Ninguém está isento de supervisão. A questão do "deixem-me trabalhar" soa a discurso de quem se assume como bom profissional, não tenho dúvidas, mas que não precisa dar cavaco a ninguém. Mas têm de dar cavaco a alguém. Alguém tem de saber quem são os bons e os maus.

    Quanto aos topos de carreira, já não sei muito bem o que isso será. Não sei qual o topo da minha carreira. Deve ser a função que tenho agora, sei lá. É que amanhã posso estar no desemprego e lá se foi o topo da carreira... Com isto quero dizer, como já disse tantas vezes neste blog, que, se a intenção é evitar a avaliação e chegarem todos ao topo da carreira, então, assumo, aqui e hoje, sem reservas, que estou ao lado da Ministra. Topos de carreira??? Mas o que é isso? Quantos honestos profissionais portugueses a trabalhar no privado chegam ao topo de carreira seja do que for??? Se, pelo contrário, os professores apresentarem propostas construtivas para que se atinja o objectivo de distinguir o bom do mau, para que fiquem apenas os bons e aos maus lhes seja dada oportunidade de refazer a vida (um mau professor pode ser um excelente profissional noutra área), dentro das próximas semanas, então com certeza contarão com o meu apoio.

    Mas propostas não se vêm, por parte dos professores. Não querem este modelo de avaliação (aliás, em tudo semelhante ao SIADAP, em vigor para todas as outras carreiras da função pública), muito bem, apresentem uma alternativa. Querem chegar todos ao topo da carreira? Desculpem lá, distingam-se uns dos outros e logo se verá se alguém lá chega. O presidente da empresa onde trabalho chegou ao topo de carreira, mas é só um, não somos todos... Não querem perder o emprego? Espera lá, esta nem é uma das questões, pois não? Esta é uma das questões que nós, no privado, nos temos que preocupar.

    Ah! Quem dera aos recém-licenciados serem avaliados...

    Quanto à teimosia, a corda está esticada pelos dois lados: dum lado, os professores, e, do outro, o Governo. Se está esticada, é porque ambos os lados puxam. São ambos teimosos, e, a julgar pelas muitas palavras que oiço, são ambos burros. Foi nesta acepção que disse que andam a zurrar uns para cada lado...

    A verdade é que a escola não funciona sem professores, há que concordar. Mas a verdade fundamental é que as escolas são lugares que servem para formar cidadãos, os alunos. Tal como um Tribunal deve ser um local onde se administra a Justiça, e não uma casa de vaidades dos juízes, também a escola não deve servir apenas para manter as regalias dos professores. Prémios e regalias àqueles que as merecerem, mas não a todos, porque nem todos as merecem. Longe disso. Há que avaliar quem merece.

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  15. Caro Cirrus,
    Obrigado pelas suas palavras e por contribuir para o debate duma forma construtiva. É que as contribuicoes construtivas nem sempre abundam por aqui. Entre o chavão desgastado da Maria Branco ("A sua ignorancia resvasla na couraça da minha infiferença" (sic)) e a ofensa ridicula do ridiculo lmb ("Porque não vai p'ró o abrupto?
    Se quiser pode, também ir prá ....."), nao se aprende realmente grande coisa. Aliás é sintomático que estes dois bloguistas nao respondam ao meu, nem ao seu, comentarios. É que eles têm dificuldade em discutir a um nivel que nao seja o da mais reles troca de insultos. Quando toca a dar opiniões construtivas, como quando toca a dar alternativas crediveis ao modelo de avaliação, o silencio impera, apenas pontuado por umas palavras de ordem faceis mas sem significado ou legitimidade. A falta de legitimidade de quem nada de construtivo tem a dizer.

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  16. lmb,
    Ja percebi a historia do abrupto. Realmente ja tinha ouvido falar num blog com esse nome, mas nao sou grande conhecedor de blogs pelo que nao associei. So por curiosidade fui la agora espreitar. Nao achei grande piada, confesso. Talvez com mais tempo. De qualquer modo, isto interessa pouco. O que interessa é o que se esta a discutir e quanto a isso você reamlente nao tem nada de jeito a dizer, nao é?

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  17. migprud,

    Vamos lá esclarecer algumas coisas.

    1 As críticas que faz aos outros comentadores, também se podem aplicar ao seu comentário. Eu considero este blog, apesar de alguns comentários mais infelizes, um lugar de discussão com interesse. Na sua expressão “blog deste tipo”, está, claramente implícita, uma qualificação depreciativa que eu considero injusta.

    migprud e Cirrus


    2 Em relação à questão da avaliação, quando afirmo não estar interessado em ser avaliado, não estou a dizer que tenho medo de ser avaliado. Também não estou a dizer que considero correcto serem, os bons e os maus profissionais, metidos todos no mesmo saco! Logo a seguir, eu justifico a afirmação dizendo que essa questão não constitui, para mim, uma preocupação porque entendo ser, a avaliação do desempenho, uma atribuição e, eventualmente, uma preocupação da entidade patronal.

    Efectivamente, o tema da avaliação – estou a referir-me à avaliação do desempenho profissional em geral e não dos professores em particular – não me é particularmente caro.
    Penso que todos nós estamos fartos de ver excelentes???? incompetentes em todas as profissões.
    Também penso que não há nada mais triste e desmotivador do que trabalhar em função das aparências, leia-se, avaliação. É o mesmo que trabalhar para as estatísticas.

    Para mim, a humildade ainda é uma virtude. Como disse, no meu “limitado e ridículo” comentário, considero o auto-elogio é uma falta de educação. Fica mal a quem o pratica. Paciência, é uma forma, infelizmente em desuso, de estar na vida.

    2:02

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  18. Claro que sim, o auto-elogia fica mal a quem o pratica. Estou de acordo.

    Mas há uma frase que retenho com mais ênfase: "entendo ser, a avaliação do desempenho, uma atribuição e, eventualmente, uma preocupação da entidade patronal." Se assim é, qual o verdadeiro problema aqui? Esta deixou-me desconcertado, devo admitir.

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  19. Concordo com o Cirrus. Entao se o estimado lmb atribui à entidade patronal a responsabilidade pela avaliação, com o que é que discorda no actual processo de avaliação? Ou não é o Ministério da Educação a "entidade patronal" dos professores e, portanto, aquela a quem compete instituir essa mesma avaliação?

    De resto concordo com o lmb quando diz que "Penso que todos nós estamos fartos de ver excelentes???? incompetentes", o que, na minha opinião, é precisamente a razao pela qual as quotas sao uma inevitabilidade, para nao ser tudo corrido a "excelente" como era habitual ate ha pouco tempo na função publica em Portugal.

    Ja discordo, porém, que trabalhar com a avaliação como pano de fundo seja "trabalhar em função das aparências", pois acho que é desejavel que a avaliacao espelhe as verdadeiras competências.

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  20. Caro Cirrus e migprud

    Apesar de ateu convicto, eu juro por N. Srº de Fátima que já estou farto de falar da avaliação dos profs. Como me parece não ter sido suficientemente claro, vou, mais uma vez, voltar à questão.
    Com a frase que o Cirrus transcreve, eu quero dizer que a minha, única e exclusiva vontade, é fazer o meu trabalho com prazer e, como só tenho prazer em fazer as coisas bem feitas, é fazê-lo bem.
    A forma de saber se o meu trabalho foi bem realizado, obtenho-a através dos resultados dos meus alunos e pelo feedback dos mesmos e, por vezes ( a maioria dos meus alunos é maior de idade), dos seus legítimos representantes, os pais ou encarregados de educação.
    O reconhecimento do meu trabalho por parte dos meus colegas e, principalmente da direcção, também é, algumas das vezes, importante.
    Se os meus superiores hierárquicos, direcção da escola, inspectores do ministério, secretário adjunto, secretário de estado ou mesmo ministra, entenderem que devem, por qualquer razão, boa ou má, fiscalizar o meu desempenho, serão sempre bem-vindos. Se esses mesmos superiores quiserem, para realizar essa fiscalização ou avaliação, construir um sistema, mais ou menos complexo, mais ou menos racional ou mesmo, completamente idiota, que o façam. Que o façam e, se ele for constituído por muitas grelhas, com muitos itens, muitos sub-itens, que o preencham!
    Aliás, na escola onde trabalho, quer a ministra, quer o próprio Sócrates, já lá foram mais do que uma vez, mas foi só para a fotografia!
    Os resultados da frequência dos alunos (classificações atribuídas pelos professores da turma), e os resultados dos mesmos, nos exames nacionais (classificados externamente), são públicos. Podem ser comparados. É facílimo verificar distorções. As salas de aula não são estanques. Quando utilizo a palavra “estanques”, não me estou a referir apenas ao aspecto físico. O que se passa nas nossas aulas é conhecido, através dos alunos, pelos nossos colegas professores, pelos colegas dos nossos alunos e pelos pais. Concluindo, por toda a comunidade escolar. Hoje em dia, ao contrário do meu tempo de aluno do secundário, os alunos contam tudo aos pais.
    Naturalmente que sei de casos, felizmente poucos – outros haverá que desconheço – de colegas que não merecem o ordenado que ganham. Mas eu sou colega, não sou director nem inspector e, muito menos, secretário de estado ou ministro. Se puder ajudá-lo fá-lo-ei, se não for possível, alguém acima de mim que trate do assunto, da maneira que achar conveniente.
    Respondendo mais directamente ao migprud, é precisamente ao Ministério da Educação, a "entidade patronal" dos professores que compete, não só, instituir essa mesma avaliação, como também, realizá-la. Realizá-la através de inspectores, professores interessados nesse ofício ou qualquer outro tipo de agentes.
    A perversidade do processo situa-se, no meu entender, em tornar o objecto da avaliação em agente dessa mesma avaliação. A minha posição pode traduzir-se naquela expressão muito vulgar mas, ao mesmo tempo, muito sábia de, cada macaco no seu galho!
    Indo à última questão do seu comentário, onde considera ser “desejável que a avaliação espelhe as verdadeiras competências”, só lhe posso dizer que assino por debaixo.
    Ser desejável é uma coisa, ser uma realidade, já é outra coisa. Para mim é evidente que somos um povo que vive das aparências. A honestidade não é uma qualidade nossa. O “chico-espertismo” e o “desenrasca” são dois dos nossos mais tristes atributos. Isto tudo muito bem doseado e misturado só tem produzido monstruosidades, a todos os níveis. Os “excelentes” incompetentes são o produto desta perversa combinação. Exemplos são mais que muitos.
    Esta é, para mim, a realidade. Admito que esta visão do problema seja resultado do meu cepticismo congénito.
    Para finalizar, referindo-me à problemática dos excelentes e das cotas, no caso da avaliação dos profs., será que tem sentido deixar de atribuir uma classificação de excelente a um excelente funcionário, por não caber nas cotas previstas? Não será uma viciação da classificação?
    Uma coisa é estabelecer cotas para um determinado lugar ou escalão, ou o que quer que seja. Outra coisa é não traduzir a avaliação na classificação. Isso é subverter a avaliação.
    Uma coisa são cotas para ascender a uma determinada posição, que eu aceito. Se existirem mais candidatos do que as vagas, estabelecem-se critérios, idade, local de residência, dependentes a cargo, preferências clubísticas, filiações partidárias, cor de pele, ou outra coisa qualquer. Não é justo, nem legítimo viciar classificações.
    Alguém gostaria de trabalhar com afinco, com qualidade, com excelência e, depois de preencher todos os parâmetros que configuram uma classificação de excelente, ser-lhe atribuída uma classificação de bom? Eu acho que não é só perverso, é FRAUDE!
    Se é excelente, classifica-se de excelente. Se foi classificado de excelente mas não há cotas, fica a aguardar até haver, se mantiver a excelência. Não será isto mais racional?
    ACABOU!!!!!
    Vocês melgaram-me, e, agora, melguei-vos eu!!!!!!!!!!!!

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  21. O objectivo aqui não é melgar ninguém nem sequer concordar ou deixar de concordar. O objectivo aqui, e falo por mim, é compreender. Sim, apenas compreender.

    E compreender o quê?

    Essencialmente, compreender o porquê de, de uma luta massiva de uma classe, que põe 120000 pessoas a desfilar em manifestação, não surgir uma única solução, uma única proposta, a não ser a do "acabe-se". Acaba-se. E depois faz-se o quê? Depreende-se que nada, que tudo fica igual. Compreender se isso é o que interessa aos professores ou não.

    Sempre fui contra o sistema de quotas, em toda a FP e não só no caso dos professores. Aí concordo inteiramente com o meu caro amigo. O problema é antigo de dois anos, e muito me espantou ver a classe dos professores reagir apenas agora. Devia ter aderido e dado força às manifestações anteriores.

    Quanto às carreiras: vão ser reduzidas a três, na FP. É coisa acertada, na minha opinião. O sistema anterior era caótico. Subir ao topo de uma carreira deve ser apenas baseado no mérito. E acredito que as quotas não favoreçam muita gente boa, que os impedirá de progredirem até ao topo. E é pena. Para todos. Mas é a vida. Cá fora é pior, não há quotas para subir na carreira, sequer. E também se pode descer...

    Meu caro, como já disse, os professores têm de saber jogar com o poder que pensam que adquiriram na opinião pública. Apresentem propostas. Tudo na mesma como a lesma é que não!

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  22. Caro Cirrus,

    O “melgar”, era a brincar. Há que desanuviar o ambiente. Coisas tristes já existem em demasia.

    A minha justificação para essa atitude está implícita no meu comentário anterior quando me refiro à separação dos papéis, dos diferentes intervenientes.

    Partindo eu, do princípio de que quem têm de promover a avaliação – em abstracto, não particularizando a dos profs. – é a entidade patronal, não fará sentido ser o alvo dessa mesma avaliação, a propor um outro modelo. Propor alterações pontuais quando o modelo, estruturalmente é aceitável, tem sentido. Quando o mesmo é, de todo, considerado mau, entendo ser a sua rejeição, a única alternativa. Note-se que, neste caso, a própria tutela, depois de lhe tecer louvores, vem agora admitir erros e, mesmo, aceitar a possibilidade de o revogar na totalidade.

    Porque será que este modelo é, quase integralmente, a cópia do modelo chileno?

    Na união europeia não existe nada de semelhante. Na tão idolatrada, pelo nosso PM, Finlândia, nem sequer existe qualquer tipo de avaliação aos profs individualmente.

    O que existe aí é uma avaliação sistemática da qualidade das escolas.
    Quando se diagnosticam disfunções há, de imediato, uma intervenção da tutela. A bandalheira não é consentida.

    Estamos, no meu entender, perante uma questão de mentalidades. Nos países menos desenvolvidos privilegia-se a desconfiança. Todos são maus até prova em contrário. Primeiro prova-se, com muitos atestados, credenciais, e outras coisas mais, alegadas competências. Quando se verificam disfunções, ou se abafam, ou se diluem as responsabilidades para que fique tudo na mesma.

    Nos outros países, nomeadamente os nórdicos, a atitude é exactamente a inversa. Acredita-se, por princípio, na boa fé e na responsabilidade das pessoas mas, se algo correr mal, actua-se. A irresponsabilidade não é socialmente consentida.

    Os resultados, parecem onde está o bom senso.

    Tudo isto me faz lembrar o que acontece numa área que conheço razoavelmente bem. O fenómeno dos licenciamentos camarários de projectos de construção.

    Para o licenciamento de um projecto de construção, começa-se pela aprovação camarária do projecto de Arquitectura. O projecto é entregue nas câmaras municipais onde é “analisado” por uma infinidade de entidades. Logo na entrega, um funcionário verifica se todas as peças desenhadas e respectivos impressos – em número perfeitamente disparatado e muitas grelhas para preencher de utilidade duvidosa – estão de acordo com as normas processuais. Depois vai para os técnicos (arquitectos) que o analisam e verificam a conformidade com as regras urbanísticas. São arquitectos mas não podem, na prática, fazer uma análise da qualidade arquitectónica. Isto, de certa forma justifica-se, se tivermos em consideração que a grande maioria dos projectos, são feitos por engenheiros técnicos e desenhadores (agora designados por agentes técnicos de arquitectura e engenharia). Depois de feito o parecer, o técnico propõe o seu deferimento ou indeferimento ao seu superior hierárquico, normalmente um arquitecto ou engenheiro. Daí vai para a sessão de câmara onde o presidente tem a última palavra.

    De notar que, muitos desses projectos, contém situações não regulamentares de forma a obterem-se mais-valias ilegitimamente.
    Depois entra-se num rodopio de diligências onde, quem melhores conhecimentos tiver se safa.

    Começa-se a construção e aparecem à luz do dia as irregularidades.
    Quem se sente lesado, reclama, vai para os tribunais, etc., mas a construção prossegue e conclui-se.

    Responsáveis não há. O projectista justifica-se com a aprovação do projecto. A câmara atira as culpas para o técnico. O técnico para o director de serviços. O director de serviços para o vereador do pelouro. O vereador para o presidente. O presidente diz que não é técnico e confiou nos pareceres.

    Já alguém viu algum edifício irregularmente projectado e construído ser demolido ou, algum técnico, vereador ou presidente de câmara ser condenado por ter permitido que tal acontecesse?
    Eu, não!

    Noutros países, com outra mentalidade, os autores, em princípio são profissionais habilitados, e, como tal, são responsáveis pelas suas obras.
    Há, naturalmente, a entrega do projecto na câmara, ou equivalente, mas não para o sujeitar a este tipo de procedimentos. A sua assinatura significa a assumpção da responsabilidade do que fez. Quando há irregularidades responde por elas. Simples mas eficaz!

    Em qualquer um dos casos é, para mim, evidente que tudo isto se resume a um tipo de mentalidade, transversal a toda a sociedade neste país, que apesar de cada vez mais contestada, se mostra, infelizmente, de boa saúde.

    Como pode ver, concorde ou não, eu não estou nas melhores condições para defender o propalado posicionamento dos professores, face à questão da avaliação e muito menos a posição dos respectivos sindicatos que, como sabe, já aqui contestei.

    Cumps. (sem melgas!!)

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  23. Sim, lembro-me disso.

    Concordo consigo, a mentalidade portuguesa não é a mesma que a nórdica, sem dúvida. E, se na cultura nórdica, a presunção da bondade funciona, é mais porque as pessoas não estão constantemente a tentar arranjar formas de enganar os outros ou o próprio estado, como se vê em Portugal. Ou seja, são genericamente socialmente responsáveis.

    A necessidade que têm de controlo é menor, e a necessidade de avaliação pode resumir-se, de forma muito sucinta, aos conjuntos de pessoas, pois o trabalho em equipa não só é incentivado, como corresponde à própria matriz social nórdica. Não podemos, nem devemos, transpor isso para os países latinos, particularmente para Portugal.

    Em última análise, também eu penso que a avaliação deveria ser mais contemplativa dos resultados colectivos e menos dos individuais.
    Aposto que nenhum ou muito poucos professores estariam em condições de aceitar isso. Poucos estariam dispostos a arcar com o fracasso de outros membros da equipa, ou de partilhar o seu sucesso com os outros. Não por maldade, mas sim por educação sociológica. O português é incapaz de fazer isso.

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  24. Eu não acredito que o português seja incapaz de fazer isso. Está a ser mais céptico do que eu.
    Prova de que as coisas podem mudar é o facto de, efectivamente já, em muitas coisas, elas terem mudado.
    O princípio da presunção que em tempos constituiu a norma, hoje está a ser progressivamente abandonado.
    O facto de nos revoltarmos contra todo o tipo de vigarices e desonestidades em geral, é já um contributo.
    Aliás penso que o que tem sucedido ultimamente na banca, apesar dos efeitos nefastos que vai trazer à sociedade portuguesa em geral e aos mais débeis economicamente em particular, acaba por ter um efeito positivo ao por a nú a falta de honestidade de pessoas que muitos, pela sua condição social elevada, consideravam acima de qq suspeita. Por outro lado este problema e as suas consequências, são debatidos e, de certa forma, as pessoas acabam por perder um pouco do seu tempo a reflectir sobre essa questão.
    Por outro lado, nunca como agora se falou tanto nas virtudes das sociedades nórdicas. Aliás até o desonesto PM tece louvores, talvez para disfarçar, à Finlandia.
    Claro que eu não considero essas sociedades como perfeitas, Eles têm problemas, são normalmente pessoas frias no seu relacionamento, mas também é uma realidade o bom exemplo queles dão em termos de honestidade nas relações sociais.
    Eu, entre a frieza nas relações sociais pautadas pela honestidade e o calor humano com muita vigarice à mistura, prefiro, de muiiiiiito longe, o primeiro.

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  25. Nem 8 nem 80. Eles podiam ser mais amáveis e nós mais honestos.

    De qualquer das formas, os nórdicos estão longe de serem um paraíso, vejam-se os recentes casos de massacres na escola... Mas que a sua sociedade interiorizou valores importantes bem mais rápido, é verdade.

    Diz que estamos a progredir nesse aspecto. Mau seria se não progredíssemos. Mas penso que o exemplo tem de vir de cima, não só de políticos, como de classes profissionais, como professores, engenheiros e outros (não falo especificamente de médicos, juízes e advogados porque esses não são capazes de se controlar a si mesmos, 90% deles são pedantes ou corruptos).

    Vê exemplos muito válidos? Ainda poucos, julgo. Vai demorar...

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