quarta-feira, abril 18, 2012

Um palhaço real no Botswana


Enquanto a Espanha está sob pressão dos mercados, aproximando-se de uma quase inevitável ajuda externa e os Espanhóis sofrem um violento aumento da austeridade e onde o desemprego já ultrapassa os 24%, a viagem do rei Juan Carlos de Espanha ao Botswana, para caçar elefantes, durante a qual sofreu uma queda e fracturou a anca, continua a suscitar uma imensa indignação.

Pode ser rei ou o raio que o parta, se caiu e partiu a anca enquanto se divertia a matar por simples prazer um animal majestoso como é um elefante. então devia era ter partido os cornos de vez.

10 comentários:

  1. As monarquias europeias têm, por certo, um valor simbólico, dentro da estrutura política-social e na área da economia. Concordo plenamente: enquanto uns deitam contas à vida e fazem das tripas coração para poder escapar quase ilesos à tão duradoura e imprevisível crise financeira, que varre o mundo inteiro, outras há que decidem matar elefantezinhos no Botswana, por mero prazer ou deleite ver o animalç de grande porte sucumbir às suas mãos reais. O que dizer disto: são os sinais dos tempos, pois foi o povo que quis preservar a monarquia, quis que ela própria permanecesse viva e aos pontapés no seio da República. Quanto a mim, se eu mandasse esta gente ia trabalhar, em vez de viver à custa de privilégios, mordomias, regalias e outras coisas do género. Não acham?!

    ResponderEliminar
  2. Discurso de Alberto Costa no parlamento, Nov 1906, que motivou o regicídio:

    "Todas as classes estão sobrecarregadas desde 1891 com as consequências de uma crise temerosa, também produzida pela monarquia.; todo o País tem trabalhado para se desembaraçar dessa crise, que é a mais profunda que país algum europeu tem atravessado; todos os portugueses têm empregado os seus melhores esforços - até contra a vontade dos Governos! - para que o País subsista e se erga; ao mesmo tempo que esse esforço titânico tem sido realizado pela Nação, todos os empregados públicos têm sofrido deduções exageradíssimas; os portadores da dívida pública ficaram quase sem o juro a que tinham direito, ninguém tem podido contar com o fruto do seu trabalho! ...

    E, no entretanto, é nesta situação angustiosa, tornada ainda mais aflitiva pela terrível tuberculose, que uma família, alcunhada de portuguesa, com uma dotação fixada por lei na quantia de 525.000$000 réis - absolutamente fabulosa para o nosso orçamento e para a nossa pobreza - [...] que esta família, tendo paços e casas, que o Estado lhe cede gratuitamente, e ainda exigindo, a pretexto de obras nessas casas e paços, quantias verdadeiramente excessivas [...] o que tudo constitui um escárnio e o maior desprezo pela miséria em que o País se debate: - é nesta situação gravíssima, repito, que uma tal família, não contente com tudo isso, ainda por cima ousou arrancar aos cofres do Estado, com a cumplicidade dos respectivos ministros, somas elevadíssimas, cujo quantitativo total ainda não se conhece exactamente, mas que em qualquer caso importam o desdouro, para todo o sempre, de quem nesses actos interveio e a condenação formal e inevitável do regime que assim se atolou em crimes e em lodo!

    ...

    O País não transige com crimes, nem com criminosos; nem admite ao Sr. Presidente do Conselho que S. Ex.ª se coloque no papel de encobridor

    [...]

    Trata-se de verdadeiros desvios de dinheiro, contra lei expressa. [...]

    Que diz a lei? [...] Além do que está determinado na lei, isto é, réis 525.000$000 por ano, nenhuma outra quantia, qualquer que seja a sua denominação ou natureza, pode ser abonada à família real.

    Se alguma foi abonada, foi-o fraudulentamente; foi retirada fraudulentamente dos cofres do Estado.

    Praticou-se um crime, que ninguém pode desculpar, que o chefe do Governo não pode encobrir.

    [...]

    A Nação ordena, e declara indispensável, que essas pessoas reponham as quantias desviadas, com todos os juros, sem excepção de uma só verba; declara formalmente que não consentirá no aumento da lista civil, nem em qualquer regularização, nem em outro modo acomodatício de pagamento.

    E mais ordena o povo, solenemente, que, logo que tudo esteja pago, diga o Sr. Presidente do Conselho ao rei:

    - Retire-se, Senhor, saia do País, para não ter de entrar numa prisão, em nome da lei! ...

    VOZES - Ordem! ordem!

    (Levanta-se sussurro.)

    O PRESIDENTE (agitando a campainha) - Peço ordem.

    (A agitação aumenta progressivamente. Todos os deputados estão de pé.)

    AFONSO COSTA (conseguindo dominar o tumulto) - Por muito menos crimes do que os cometidos por D. Carlos I, rolou no cadafalso, em Franca, a cabeça de Luís XVI!

    O PRESIDENTE (agitando a campainha) - Peço ordem. Ou o Sr. Dr. Afonso Costa retira as últimas expressões empregadas, ou terá de lhe ser aplicado o Regimento.

    AFONSO COSTA - Por muito menos rolou no cadafalso a cabeça de, Luís XVI.

    VOZES - Ordem! ordem!

    (Grande sussurro e agitação. Recusando-se o Sr. Dr. Afonso Costa a sair, entra na sala a força armada, que o acompanha até fora do edifício)

    ResponderEliminar
  3. O discurso de Alberto Costa pode ser lido na íntegra em

    http://www.arqnet.pt/portal/discursos/novembro04.html

    ResponderEliminar
  4. Perdão, Afonso Costa.

    ResponderEliminar
  5. Perdão !
    Como se trata de Sua Majestade, proponho que, em vez de dizer cornos, se diga:


    "Formação ou estrutura anatómica alongada e saliente, com forma recurvada".

    ResponderEliminar
  6. Neste caso (o tal rei das espanhas) parece que a viagem ao Botswana e consequente matança de elefantes e outros paquidermes afins, foi patrocinada por um tipo árabe (marajá suponho) que é - tu cá, tu lá - com o dito "rei" e tem interesses bastantes em obras de fachada entre outras a construção do TGV do reino. Tal como cá, não prevejo que isto seja caso de polícia, mas lá que era, era.

    ResponderEliminar
  7. A quem nunca faltou coisa alguma, não custa gastar à grande enquanto o povo sofre na pele o desemprego e as privações impostas pelo governo. Mas como o dito cujo canastrão está acima disso tudo...

    Além do mais, como pessoa, esse rei não é boa rês quando pretende matar, por divertimento, um estupendo animal como o elefante.
    Deveria ter partido os ossinhos todos e não só a anca! Sempre era menos um que não faz falta neste mundo.

    ResponderEliminar
  8. porque no te calhas?

    ResponderEliminar
  9. Pq não calha callar.

    Aupa El Rey D. Carlos Paquiderme...

    ResponderEliminar
  10. E pasme-se, este senhor que se diz espanhol pediu desculpa aos seus súbditos e confessou ter recebido o safari dos sauditas, como presente!!!

    Tais presentes pagam-se. Neste caso, paga o povo espanhol, para satisfação maior da usura e dos luxos obscenos dos credores internacionais do Reino de Espanha...

    ResponderEliminar

Powered By Blogger