Já aqui tenho referido os textos do amigo "Arrebenta" dos “Braganza Mothers” como um dos escritores fundamentais da Blogosfera. Este pareceu-me merecer a sua difusão pela importância do seu conteúdo.
O nível de Entropia aproxima-se dos seus extremos. Essa figura de Berardo, sobre a qual não teço quaisquer tipo de comentários, falou ontem do "Banco do Benfica". É uma ideia espantosa, e a ser levada "à la limite", como por lá se ouviu, poderia conduzir à criação de Um Clube/Um Banco, ou se, quiserem, "Um-Banco/Um-Clube". É mais um Ovo de Colombo, e, para que a coisa surtisse realmente efeito, deverá ser anunciada, para breve, uma entidade bancária reguladora das actividades destes bancos de bancada e de baliza, o Banco Central de Fátima -- branqueamento de capitais "off-shore" --, para que se cumprissem os três FFF.
Infelizmente os Três FFF são agora quatro: "Fátima, Futebol, Foder-nos e Ficarmo-nos". Como já aqui disse, estou-me altamente nas tintas para as Licenciaturas do Sócrates, por uma razão muito simples: licenciaturas socráticas é o que mais para aí há, e por isso estão todos caladinhos que nem ratos, a começar pela Comunicação Social, que tanto adorou a Páscoa Eufórica de 2007. Por mim, volto a repeti-o, tornei-me completamente alheio ao tema: é matéria, não para a Blogosfera, mas para televisões, jornais e comentadores pagos -- não eram esses as únicas fontes válidas de informação?... Pois se lhe comeram a carne, que lhe roam agora os ossos. Não 'tou nessa -- José Sócrates é como a Felgueiras: só teve azar. Correm por aí uns zunzuns de que o Saco Azul de Felgueiras não era um, mas vários, e destinou-se a fazer desaparecer um fluxo de capitais, que correspondia a comissões recebidas, por ter atribuído a um consórcio francês, o Consórcio "Zazie" (it's a joke), o exclusivo das estações de tratamento de resíduos sólidos, as E.T.A.R.s, então na mão do Ministério do Ambiente, suponho, e cujos titulares já se me varreram da memória, porque 10 anos é demasiado tempo.
Só a Fátima teve azar, e assim se percebe o Beijo de Judas que trocou com Sócrates, mas o pior vem a seguir: há, em Astrologia, ciência que muito pratico, antes de vir aqui escrever qualquer texto, e que, avisadamente, me tem dado sinais contraditórios, uma coisa chamada "Conjunção", que corresponde ao alinhamento sideral de astros, geralmente anunciadora de factos faustos, ou infaustos.
De aqui a uma semana, irá suceder qualquer coisa de absolutamente espantoso: a conjunção política de três figuras do mais sinistro que a Europa até hoje conheceu: Sócrates, que dispensa qualquer tipo de apresentações; José Düraü Barrozo, que ainda dispensa menos, e uma outra, que geralmente vocês tentam não relacionar, e que se chama Sarkozy. Sarkozy já não é, como Blair, um Homem de Bilderberg, mas um homem que incarna tudo o que Bilderberg agora nos reserva. Tudo isto pode parecer aparentemente nada, mas representa um facto extraordinário: nós, intelectuais, artistas, criadores portugueses, que, durante anos, décadas, séculos, alertámos para uma forma errada de estar no Mundo, que, grosseiramente, dataria do Pós-Descobertas -- também podem discutir isso aqui, se quiserem -- subitamente descobrimos que o Facilitismo, o Chico-Espertismo, a Mediania do Justinho-à-Certa, o Abate das Melhores Cabeças, a Cunha, a Trapaça, O-quanto-custa-a-carta-de-condução, o não-te-preocupes-que-eu-conheço-um-gajo-que-te-resolve-já-isso, etc., etc., etc. eram, afinal, as receitas que o Admirável Mundo Novo buscava, avidamente, e, afinal, nós praticáramos com ligeireza, lisura e perícia, ao longo de séculos de História. A Europa, agradecida, coloca, assim, o seu Tratado Constitucional, nas mãos de dois portugueses, de primeira água: um garboso Engenheiro Civil, de notas máximas, e um ex-maoista, que, consta, fez o curso aos gritos, em cima da mesa, no tempo do linchamento dos professores, das notas de braço no ar, e das classificações discutidas no nacional-porreirismo dos cotovelos apoiados na bancada da Secretaria. De um certo ponto de vista, é, desde Vasco da Gama, o nosso ponto mais alto na História Europeia, e, só de pensar nisso, se pudesse não estragar o teclado, vomitava já.
A estratégia de Bilderberg -- e desculpem-me agora o deslize marxista vocabular -- apoiada no Capitalismo Selvagem de teor Neo-Liberal, passa por transportar a América para a Europa, mas num modelo -- lembram-se da diferença entre o "sucedâneo" de chocolate espanhol e o verdadeiro chocolate?... -- "especial". Estava eu longe de pensar que o "toquezinho especial" assentasse no célebre trafulhismo português, mas ele aí vem, e sonha, já, com alargar-se às potências emergentes, aliás, já emersas, a China, a Índia, a Rússia, e aqueles espaços a que vamos ficar, por razões históricas, de pilhagem, desgoverno e destruição, ligados: Brasil e África, por exemplo. O ideal, no fundo, para Bilderberg, era uma solução à chinesa -- um estado pré-democrático, que, a ser imposto à Europa, teria de vir disfarçado de autoritarismo pós-democrático -- Sarkozy --, com criadores amansados -- Os pintores e escultores "Pedrinhos", do "Copy/Paste" das miseráveis tendências americanas, que enxameiam a Comissão de Honra do António Costa, os "Equadores", e quejandos, da não-literatura de sucesso dos escaparates da F.N.A.C. -- a mão de obra semi-escravizada e sem autonomia de pensamento, e com diplomas de papelão na mão, caçados, apressadamente, nas "Independentes" -- já fechou, ou não?... -- nos Centros de Novas Oportunidades, ou, resumindo, a Aldeia Global do Livre Mercado das Novas Oportunidades para Velhíssimas Golpadas. Putin, é obviamente, indispensável: tem séculos de tradição czarista de se livrar, pelo veneno, dos opositores.
A Turquia é o Nó Górdio: a Reunião de Bilderberg, em Istambul, é um sinal disso: quanto à Turquia, tenho duas opiniões, será mau que entre, e mau que não entre. Excluí-la é excluir grande parte da História da Europa, as cidades gregas da Ásia Menor, a maior metrópole sedeada em solo europeu, Santa Sofia e a Mesquita Azul; incluí-la é excluir grande parte da História da Europa, reposicionar o conflito cristianismo/islamismo num patamar pacífico, enfiar, por tratado, o estado mais populoso da hipotética Nova União, ou, e por que não?, certos novos métodos de tratar criminosos, eventualmente ao gosto de Sócrates, Sarkozy e quejandos...
O Tratado da União será uma espécie de "Prova de Inglês Técnico", com duas folhas cheias de erros deliberadamente calibrados e com um cartão de visita anexo. Em todas as frentes, há uma suspeita de que o pior ainda está para vir: a destruição dos Direitos de Cidadania, do Estado, enquanto património social, político e histórico comuns, da Liberdade de Expressão, e uma infinita Menoridade Cultural, como já estava prevista na "Trilogia da Fundação", de Asimov. Quanto a Portugal, já corre, pelo menos há dez anos, nos "Fora" Internacionais, que a estratégia é desmantelar a sua estrutura produtiva e social, de tal modo que volte a estar atrás dos 27 estados da União, e voltar a beneficiar, em pleno, dos Fundos... Estruturais. Entre o boato e a realidade, escolham. Bilderberg, como sempre, foi mais pragmático: será um país exclusivamente de serviços. A avaliar pelo que ouvimos, sabemos e prevemos, suponho que tipo de serviços...
A minha maior dor é que tudo isso tenha vindo a suceder no meu tempo, mas sucedeu, é verdade, sucedeu mesmo.
O meu comentário. Kaos said... Arrebenta, pediste que eu desse a minha opinião, o que é sempre perigoso pois há dias em que estou mais azedo. Muito honestamente tenho que dizer que ler os teus textos é sempre um enorme prazer e una experiência única. Podes ter toda a razão, e terás certamente, mas eu quero que o Bilderberg se vá foder, o Durão se babe de prazer à sua vontade e que o Engenheiro se ajoelhe em frente de quem desejar. O que realmente quero é voltar a ver este país com os tomates que já teve, comer boas farinheiras e que o tintol não seja martelado. Puta que os pariu a todos. Vão gozar o capitalismo deles para longe e deixem-nos o nosso sol e o nosso fado. Não tenho vontade nenhuma de ser nem criado nem caralho de aluguer para velhas Bilberguianas. Rua com esta escumalha e que volte o direito a rir-me das anedotas que me contam e o direito a poder indignar-me com falsos moralismos. Quero ser eu, pensar, certo ou errado, mas poder pensar aquilo que me apetecer. Pensar e dizer. Mas, como há a vontade de me tirarem tudo o que quero, há que acabar com o mal pela raiz. Descarregar o Múmia no esgoto municipal, meter a Opus dei e a Maçonaria num aterro sanitário e o Sócrates numa incineradora. Transformar o Parlamento num museu de espantalhos e instaurar uma anarquia primordial, com Adões e Evas a comer maças por todo o lado. Pior do que estamos não ficaríamos certamente e pelo menos gozávamos um bom bocado.
Contributo para o Echelon: spies, IWO, eavesdropping