sábado, junho 30, 2007

A Queda e a Democracia Europeia

Ontem todos ouvimos uma boa notícia. As sondagens davam finalmente uma queda forte nas intenções de voto neste governo de Sócretinos. Finalmente parece que os cidadãos atingiram o limite da paciência e resolveram começar a castigar as suas politica de destruição do estado social e dos direitos de quem trabalha. Uma boa noticia, mas que acaba por saber a pouco. Afinal não nos podem os esquecer que não vivemos numa verdadeira democracia, em que caiba ao povo a escolha do seu destino. Para já não falar no verdadeiro país de alterne em que fomos transformados, com a Comunicação Social a fazer o seu trabalho de nos ir vendendo, alternadamente o rosa e o laranja, consoante as conveniências do momento, temos a questão mais grave; a das Regras e leis da União Europeia. A Europa impõe-nos um caminho de globalização liberalista e capitalista do qual não nos podemos desviar. Um governo não pode, por exemplo, decidir que sectores considera vitais para o Estado e que por isso considera deverem estar na mão do sector público. Não pode decidir da sua politica económica, social ou mesmo da sua relação com outros países. Basta ver que recentemente a EU, afirmou não poder melhorar as sua s relações com Cuba por ai não existir uma verdadeira democracia, mas tem cimeiras marcadas com a China e Rússia para aprofundar as relações económicas. Como se não bastasse a hipocrisia que os políticos dos partidos do regime, PS e PSD, sempre mostraram, ainda temos de alinhar com a do resto dos líderes Europeus ou seja, por ricochete, com a do assassino Bush. Quando nos é negada a possibilidade de escolhermos o nosso caminho e as nossas politicas, não vivemos num país democrático. Quando somos sujeitos a leis, decretadas por uma Comissão Europeia para a qual não votámos, não vivemos numa Europa democrática.
É por isso que a notícia da queda do Sócrates nas sondagens, não me deixa assim muito descansado. Quando finalmente o povo português correr com ele, lá virá um qualquer laranja continuar o que o rosa fez. Só lutando por um país livre das correntes europeias, um país independente e soberano, onde as alternativas sejam reais, poderemos falar de democracia e liberdade. Só aí a queda do Sócrates será um excelente noticia.

Contributo para o Echelon: 15kg, DUVDEVAN

O "Chibismo"

Todos nós temos na memória o que se tem passado em Portugal nos últimos tempos. Já aqui falei muitas vezes do cheiro a medo que se sente. O caso Charrua, o processo do blog “Do Portugal Profundo” e agora o caso da destituição da Directora de um Centro de Saúde, pelo Ministro, são as pontas visíveis de um icebergue bem mais profundo.
Quem visita a Internet pode agora aceder a um site, “Linha Alerta” que tem como o objectivo a denúncia de pedofilia e racismo em sites da Internet. Até aqui tudo poderia parecer normal, mas para além de possibilitar o anonimato nas denúncias, podemos ler num esclarecimento existente no “FAQ”.

"Que tipo de conteúdos posso denunciar?
Numa fase inicial a interface que permite efectuar uma denúncia está restringida a conteúdo público armazenado na Internet. Numa fase posterior será incluída a possibilidade de denunciar conversas em salas de conversação públicas ou privadas, assim como mensagens de telemóveis. De notar que entretanto é possível denunciar este tipo de conteúdos através dos mecanismos de denúncia auxiliares como o E-mail e telefone mencionados na secção de contactos."

No mínimo podemos sentir que o amanhã poderá ter muitas paredes, com muitos ouvidos.

Contribuição para o Echelon: Kwajalein, LHI

O Tanque

O amigo "Sarcástico", que tantos e excelentes comentários tem feito neste blog, ai publicou este poema de Bertold Brecht.


O vosso tanque general
é um carro forte
derruba uma floresta esmaga cem
homens,
mas tem um defeito
precisa de um motorista.
O vosso bombardeiro, general
é poderoso:
voa mais depressa que a tempestade
e transporta mais carga que um elefante
mas tem um defeito
precisa de um piloto.
O homem, meu general, é muito útil:
sabe voar, e sabe matar
mas tem um defeito
sabe pensar.

Contributo para o Echelon: Electronic Surveillance, MI-17

sexta-feira, junho 29, 2007

Não passarão

Não desesperes, Mãe!
O último triunfo é interdito
Aos heróis que não o são.
Lembra-te do teu grito:
Não passarão!

Não passarão!
Só mesmo se parasse o coração
Que te bate no peito.
Só mesmo se pudesse haver sentido
Entre o sangue vertido
E o sonho desfeito.
Só mesmo se a raiz bebesse em lodo
De traição e de crime.
Só mesmo se não fosse o mudo todo
Que na tua tragédia se redime

Não passarão!
Arde a seara, mas dum simples grão
Nasce o trigal de novo.
Morrem filhos e filhas da nação,
Não morre um povo!

Não passarão!
Seja qual for a fúria da agressão,
As forças que te querem jugular
Não poderão passar
Sobre a dor infinita desse não
Que a terra inteira ouviu
E repetiu:
Não passarão!



Deparei com este poema do Miguel Torga, há dois ou três dias num blog que visitei. Copiei o poema porque pensei fazer um post, mas com outros assuntos a distraírem-me acabei por não me lembrar do nome do blog de onde o roubei. As minhas desculpas.

Contributo para o Echelon: spies, IWO, eavesdropping

O Ministro Jocoso

O Ministro Correia de Campos, quando questionado sobre o que fazer com o desperdício de medicamente, nomeadamente pela confrontação com um saco de medicamentos para fins oncológicos no valor de 1700 Euros que tinha sido descartado numa farmácia, respondeu: - Dêem-no aos pobres. Tamanha falta de consideração e respeito, pelos doentes que têm de gastar fortunas em medicamentos e sobretudo pelos cidadãos que vivem abaixo do limiar da dignidade, os mais pobres que já vão sendo milhões, muito por culpa dele e dos outros Sócretinos que nos governam.
Veio depois, justificar-se afirmando ter respondido de forma Jocosa a uma pergunta teatral. Por coincidência isto aconteceu no dia em que se soube que, um recorte, afixado num Centro de saúde e considerado jocoso para o Ministro, levou à exoneração da directora do Centro de Saúde, Maria Celeste Cardoso por esta “não reunir as condições para garantir a observação das orientações superiormente fixadas para a prossecução e implementação das políticas desenvolvidas pelo Ministério da Saúde”. Mesmo depois de o médico Salgado Almeida ter escrito à Direcção Regional de Saúde do Norte assumindo a responsabilidade pela afixação da notícia fotocopiada, e onde constava uma declaração do próprio Correia de Campos em que o ministro afirmava nunca ter entrado num Serviço de Atendimento Permanente (SAP), e onde o médico tinha acrescentado na folha: "Façam como o ministro, não venham ao SAP".
Para o B.E., isto foi uma forma de encontrar um jobefordeboi para um vereador socialista, que segundo dizem não tem o currículo necessário para o lugar.
Estranha combinação esta a do nosso ministro, que sendo jocoso se ofende quando vê afixado numa parede aquilo que ele próprio disse por ser jocoso em relação à sua pessoa. Digamos uma jocosa forma de fazer uma autocrítica, mas melhor seria se não descarregasse os seus disparates sobre outros que não têm culpa nenhuma.
Eu, porque não sou menos que ele, também me sinto no direito de fazer um comentário jocoso sobre a sua pessoa, mas prometo não o afixar em nenhuma parede de nenhum centro de saúde, para não incorrer numa qualquer falta de “dever de lealdade”.

Contribuição para o Echelon: NATOA, sneakers, UXO

A Coisa


O amigo Henry Pote chamou-me a atenção para a seguinte noticia publicada no JN.

"A Escola EB 2,3 Padre Agostinho Caldas Afonso em Pias, Monção, que se prepara para encerrar no âmbito da reorganização escolar imposta pelo Ministério da Educação, foi distinguida com um prémio internacional de qualidade educativa. O galardão atribuído por uma entidade não governamental, designada Conselho Ibero-americano em Honra da Qualidade Educativa, colheu de surpresa os responsáveis da escola e o autarca de Monção, que ontem mesmo anunciou o início de uma greve de zelo, que significa um quase corte de relações com o ministério chefiado por Maria de Lourdes Rodrigues."

Fica aqui bem claro o que esta coisa a que chamam Ministra pertencente a esta outra coisa a que chamam governo anda a fazer no país. Tanto falam de mérito, mas pelos vistos têm de vir gente do outro lado do mundo para o reconhecer, já que por cá desprezam e desperdiçam o que merece ser distinguido. Com gente desta a avaliar méritos já podemos imaginar como irão ser avaliados os professores e os funcionários públicos. Pelo menos aqueles que não tiverem a sorte de aparecer por aí um estrangeiro a louvá-los. É que por mais que digam, não é o mérito, o bom ensino, nem educar bem as nossas crianças que conta, mas sim o dinheiro.
Bom seria que a Ministra nos viesse agora explicar mais este belo exemplo de gestão da qualidade de ensino. Melhor ainda seria que se demitisse.

Contributo para o Echelon: 15kg, DUVDEVAN

quinta-feira, junho 28, 2007

Porque hoje é quinta-feira

Hoje é quinta-feira e nem me dei ao trabalho de saber se os pombinhos andaram a arrulhar pelas bandas de Belém. Provavelmente andaram, mas o que lhes deve ter ocupado mais tempo é o parto que se aproxima; o do Tratado Europeu. Eu como acredito na genética e não gosto nem do pai nem da mãe imagino que não vou gostar do filho também. Um autentico filho da ...mãe.

Contribuição para o Echelon: Kwajalein, LHI

Restos de colecção - Os Escravos

Muitas vezes acontece que quando procuro a imagem para um texto acabo por fazer duas ou três. Isto tem feito com que algumas, perdendo o tempo certo de publicação, fiquem por aqui paradas em lenta agonia. Esta por exemplo foi feita a pensar na publicação do Livro Branco para as Relações Laborais. Para não ficarem para aqui a ocupar espaço vou começar a publicá-las, mesmo que para elas não tenha um novo texto.

Contributo para o Echelon: Electronic Surveillance, MI-17

O Vampiro ainda mexe

Ontem de manhã a TSF, no seu fórum discutiu o Livro Branco das Relações Laborais apresentado pelo governo. O tal que o Ministro Vieira da Silva, já afirmou dever estar discutido e no parlamento já em Janeiro de 2008 e para o qual quer uma aprovação dos sindicatos ou então avança sozinho. Mas, certamente, a UGT vai-lhe fazer o favor. Como dizia, a TSF foi desenterrar como convidado, o execrável e cadáver político “Bagão Félix”. Não ouvi, mas a indignação demonstrada por alguns amigos sobre a sua prestação, assentam que nem uma luva na ideia que dele faço. Nada entende de pessoas, não consegue imaginar o que é passar fome, nem o que sente quem vê aproximar-se a data da prestação e não tem dinheiro para a pagar, não entende o que é sobreviver nesta sociedade que arrogantemente defende. Como disse, não o ouvi falar, mas só o saber que tinha falado fez-me ter o desejo de lhe fazer um boneco. Uma espécie de exorcismo da coisa e, como posso, fiz.

Contributo para o Echelon: spies, IWO, eavesdropping

Haverá uma ratoeira?

Todos olhamos para o Pequeno Mendes e, tirando ele, todos sabemos que só ali está porque o deixam estar. Havia uma travessia de oposição a transpor e por isso os tubarões do PSD desapareceram de cena. Nos seus covis, aguardam pacientemente pela hora do regresso. Claro que convêm sempre relembrar, de quando em vez, que se está vivo. Para entreter o pequeno Mendes, mandam-se outros tão pequenos como ele. Um papel à altura do Luís Filipe Menezes.
Os números das sondagens a José Sócrates, lá vão salvando o pequeno Mendes do ataque predador dos tubarões. Ou será ao contrário e estes tubarões não atacam, não pelos valores das sondagens do Sócrates, mas antes por serem eles a possibilitarem-nas ao manter o pequeno Mendes e com isso a falta de alternativas.
Este grupo, com a tenebrosa Manuela Ferreira Leite, visita amiga da casa do Sr. Silva, e o Borges, o tal que por aí apareceu, qual D. Sebastião da modernidade saído do nevoeiro londrino, até vai vendo esta situação com algum agrado. Os Socretinos estão a fazer muito do trabalho sujo, a limpar muitos dos problemas que queriam ver resolvidos, mas onde não queriam ter de sujar as mãos. Privatização da saúde e da educação, limpeza na função pública, acabar com as leis do trabalho e plantar um clima de respeitoso medo e subserviência. Assim, quando abocanharem o poder, já carne estará bem mais tenrinha.
Será que não vale a pena fazer um esforço e lutar em todo o lado para tentar impedir tal futuro?

Contribuição para o Echelon: NATOA, sneakers, UXO

quarta-feira, junho 27, 2007

Um livro, Branco para uns, Negro para outros

O relatório preliminar da Comissão que está a elaborar o Livro Branco das Relações Laborais, com vista à revisão do Código do Trabalho, recomenda, entre outras medidas, a redução dos dias e do valor do subsídio de férias, prevê o aumento na duração dos horários de trabalho, da redução nos tempos de descanso, a possibilidade de reduzir salários e despedimentos mais fáceis.

Já algumas vezes fui aqui acusado de só dizer mal. Aceito a critica, mas a verdade é que nada de bom parece acontecer. Sobretudo se olharmos para as propostas destas comissões encomendadas pelo governo, não encontramos uma única medida que possa ser considerada como um benefício para quem trabalha. Da saúde, ao ensino, passando pela segurança social, e trabalho, todas elas têm em comum a degradação do nível e das condições de vida dos cidadãos.
Se estas eram as ideias que este governo de Socretinos tinha para o nosso país, deveria ter tido a coragem de o dizer durante a campanha eleitoral na qual foi eleito. Isto de se esconder por detrás de comissões e livros brancos, não lhes fica nada bem. Sobretudo porque quem faz parte destas comissões não foi eleito, mas sim escolhido pelo próprio governo para atingir determinados resultados. Isto é, quem as compões só olha para um dos lados da barricada, sendo sempre o Zé-povinho quem acaba lixado. Havia alguém a representar o lado de quem trabalha na comissão que redigiu este Livro Branco?
Claro que o governo já veio dizer que nada disto está decidido e aprovado. É verdade que isto são só as conclusões que agora o governo ainda as vai estudar e discutir. Mas, também é verdade que, como aconteceu com as Maternidades ou com as Urgências, estes estudos são depois utilizando como muletas para nos embalar coma velha cantiga da crise. Mas, também é verdade, que quando vierem colocar ao assunto em negociação com as forças sociais, quem trabalha só pode tentar minimizar danos, já que em nada pode melhorar em relação à actual situação. Mas, também é verdade quem é patrão só tem de ver até onde consegue ir nos seus ganhos, que no final lá estará a UGT para possibilitar ao governo dizer que as alterações foram aprovadas pelos sindicatos.
Será que este povo não compreende que só poderá acabar com estes ataques indo para a rua e mostrando que as assinaturas da UGT nada valem, que não aceita que lhes lixem ainda mais a vida e que está farto deste governo e desta bandalheira em que transformaram este país?
Que mais terão estes aldrabões, os que nos têm governam que fazer para que os corramos a pontapé?
Porque terá um livro que para uns é Branco, ter de ser para os outros, tão Negro.

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Joe "King" Berardo

Até há uns tempos atrás, um tal de Berardo era um ilustre desconhecido da maioria dos portugueses. O “Joe” para os amigos, foi para a Africa do Sul, comprou uma mina dada como esgotada e teve tanta sorte que de lá “brotaram” diamantes em cascata. Ficou podre de rico. Foi tanto o dinheiro que resolveu investir em arte. Não entendia nada do assunto, tendo mesmo comprado em Paris um “poster” da Mona Lisa pensando que estava a comprar o original, mas quem tem dinheiro compra. Com isso ao fim de algum tempo tinha uma enorme colecção com obras dos maiores artistas. Claro que nem tudo é bom, mas no meio de tanta coisa há algumas autenticas preciosidades. Sem saber o que lhe fazer resolveu que o CCB era o lugar indicado para a guardar. Um excelente negócio, já que o estado ficou comprometido a aumentar-lhe a colecção, (só este ano são 3 milhões oferecidos pelo Ministério da Cultura) ficando com o direito de compra, ao fim de 10 anos, por uns míseros 300 e tal milhões de euros. Como o dinheiro é coisa que não lhe falta, também a especulação bolsista lhe tem sorrido. Lixou a OPA sobre a PT ao Belmiro, (terá ganho para ai 50 milhões só nessa noite), lixou o Jardim Gonçalves no BCP e, embora isto o fosse fazendo mais rico a cada hora que passa ainda não lhe dava o estatuto que desejava. Como sempre, foi o futebol a pô-lo na primeira página de todos os jornais. Uma OPA sobre o Benfica. Era só para ajudar o Clube do seu coração, chamou velho ao Rui Costa e avançou com a ideia do “Banco do Benfica”. Não houve televisão onde não fosse e revista que não fizesse capa com a história da sua vida.
Ontem inaugurou a exposição da sua colecção no CCB, com grande alarido, Primeiro-ministro e um enorme show mediático. Só na primeira noite 12 mil visitantes. Mas, nem passadas 24 horas e já exige e demissão de Mega Ferreira, Presidente da Fundação de Arte Moderna e Contemporânea - Colecção Berardo, por “Mega Ferreira é uma pessoa que não tem a alma numa instituição como esta”. “Dei-lhe esse lugar mas vou pedir que saia desse posto”. E tudo isto por causa de umas bandeiras. Mega Ferreira já referiu já ter pedido a demissão. Incompreensivelmente, mas sobretudo burgessamente, o “Joe” acabou a questionar a saúde mental do Mega Ferreira.
Não sei porquê, mas já estou a ficar farto deste homem da moda. Será que ele pensa que é o dono deste país ou simplesmente Rei?

Contribuição para o Echelon: Kwajalein, LHI


Um pinguim europeu

Estava eu muito descansado quando oiço; “Durão Barroso visita o Pólo Norte”. Embora sejam boas as razões que levaram o homem aos frios da Gronelândia, o aquecimento global e a necessidade de travar este caminho em direcção a um fim anunciado, não resisti a fazer-lhe de imediato o “boneco”. É que por mais que falem, que digam ter muita vontade de resolver o problema, a verdade é que as politicas de consumismo, competitividade e de produtividade que defendem, nos levam na direcção oposta. Enquanto não compreenderem que a solução está em parar com esta guerra de mercados, em que o importante é produzir muito e barato, vamos continuar a gastar recursos naturais e a poluir cada vez mais. Bem pode o Barroso dizer o que desejar com aquele sorrisinho apalermado, que tudo isso não passará de palhaçadas para nos distrair.

Contributo para o Echelon: Electronic Surveillance, MI-17

terça-feira, junho 26, 2007

Eleições Alfacinhas - O "Mad" candidato

- E diga-nos, o que pensa da Urbanização de Lisboa?
- Extingo o IPAR e pronto.
- Mas o IPAR já não existe, já foi extinto.
- Isso não interessa. Se estamos a falar de imobiliário então extingo o IPAR.
Olhando para a cábula:
- Já me enganei.
- Então diga lá.
- A ver se não me engano. Urbanização é …extingo a EPUL.
- Então agora é definitivo, extingue a EPUL?
- Não, isso são as águas, extingo é o IPAR.
- Então extingue é o IPAR?
- Sim, extingo o IPAR.
- Então não é a EPUL?
- Não, a EPUL são as águas, e eu estava a falar de imobiliário.
- Mas as águas não é a EPAL?
- Não, é a EPUL.
- E vai então extinguir a EPUL?
- Não, o IPAR.


Claro que isto não reproduz na sua totalidade as confusões e as trapalhadas do candidato. Isso, só mesmo ouvindo a entrevista (Link). Diz o PSD que quer este homem como Presidente da Câmara de Lisboa. Cá para mim estão é a fazer de propósito para perder. Com um candidato destes, só pode.

Contributo para o Echelon: spies, IWO, eavesdropping

Eleições Alfacinhas - Publicidade

Foram tantos os sorrisos, tantas as simpatias, tantos "tens cinco minutos para tirar daí a mão", tantos jornalistas, só para anunciar um namoro. Podemos facilmente imaginá-los a dizer: - Somos só bons amigos.

Contribuição para o Echelon: NATOA, sneakers, UXO

Eleições Alfacinhas - Helena Roseta

Na senda da candidatura do Manuel Alegre à presidência, procurando os votos dos descontentes com os partidos, nomeadamente com o Partido Socialista, esta Helena tenta ser a Pedra Roseta para descodificar os resultados eleitorais. Aliás, começou desde logo a propor uma espécie de “aliança” para resolver os problemas de Lisboa. A estratégia parece estar a dar alguns resultados pois as sondagens dão-lhe cerca de 10%. Como o Santo António não parece ir conseguir a maioria absoluta que tanto pede, pode vir a tirar daí alguns benefícios.

Contributo para o Echelon: 15kg, DUVDEVAN

Referendo

Peço desculpa de voltar a bater no mesmo tema, a Europa, mas parece-me que o momento que atravessamos actualmente é demasiado importante para que não pensemos nele. Quando em 1986 o Mário Soares nos impingiu a União Europeia, havia dois motivos que podiam justificar essa opção. A chamada consolidação de uma democracia, para quem tinha saído há pouco tempo de um regime ditatorial, dificultava o regresso de ideias totalitárias, e a Europa económica e social em que se procuraria uma maior proximidade entre os países que dela fizessem parte. Hoje, nada disso faz sentido, já que a Europa optou por um caminho capitalista liberal, um caminho do cada um por si, descartou o social das suas políticas e, é a própria união, em nome da segurança e luta contra o terrorismo, quem acaba por restringir os direitos e liberdades individuais que supostamente deveria garantir.
A pergunta que devemos fazer a nós mesmos, é se aceitamos deixar de ser um estado soberano, um estado em que decidamos aquilo que queremos para o nosso futuro, e nos transformamos numa espécie de região autónoma com um estatuto de autonomia relativa. Aqui surge o problema da representatividade e da democracia, ou da falta dela. Quando acreditamos que cabe aos povos decidirem dos seus destinos, isso exige que lhes sejam dadas as hipóteses de escolherem entre diversas alternativas politica e económicas. Com o novo formato da EU, só nos é permitido ter umas marionetas no governo, sendo a escolha do modelo económico e social imposto por ela. Isto, com a agravante dessa imposição ser feita por um governo Europeu que nem é eleito por nós. Dando um exemplo, seria como se as autonomias dos Açores e da Madeira elegessem os seus governantes locais, mas os povos dessas regiões não votassem para o governo da república, governo esse que seria nomeado pelos poderes instituídos.
É grave aquilo que nos querem impor e podemos ver um exemplo. Até hoje, as relações de trabalho em Portugal são definidas por leis feitas pelos Partidos na Assembleia da Republica, supostamente depois de negociações com os sindicatos. Boa ou má é a lei que Portugal escolheu e aplica. Fala-se já de criar uma politica Europeia comum, totalmente capitalista e liberal para o emprego, com a famosa flexigurança que nos têm tentado vender. Hoje, os portugueses podem dizer se querem ou não querem seguir essa via, mas com as novas ideias, essa decisão passa a ser do tal governo Europeu, para o qual ninguém nos consultou. As nossas escolhas politicas, económicas e sociais passam a ser restringidas a uma faixa do espectro político, ou seja, passamos a estar sujeitos ao pensamento único, algo que só por si configura o fim da democracia e do direito que temos a decidir o nosso futuro. Pensam que não é grave, e se falarmos de guerra. Basta que um maluco qualquer resolva que a Europa deve entrar num qualquer conflito e nós imediatamente nos veremos metidos nele, concordemos ou não. Este, não é o caminho que quero seguir e por isso exijo que nos seja dada a hipótese de dar a nossa opinião e o nosso voto sobre o assunto.

Contribuição para o Echelon: Kwajalein, LHI

segunda-feira, junho 25, 2007

Cópias Piratas

De tempos a tempo há assuntos que saltam para a abertura dos telejornais e para títulos de primeiras páginas dos jornais. O apito dourado é um deles. Sem querer minimizar a importância, que qualquer esclarecimento sobre casos de corrupção pode ter, parece-me exagerado todo o barulho que é feito em torno de tudo isto. Há corrupção muito mais gorda que passa por entre o ruído mediático que é feito à volta do futebol. Este ópio do povo em que o futebol se tornou, assenta que nem uma luva nos interesses de quem nos governa, estejam eles em São Bento, na administração de algum grupo económico ou numa reunião secreta de seitas de poderosos. Distrair o nosso olhar para o supérfluo para que não reparemos no essencial é uma das primeiras lições que qualquer politico aprende. Esquecem-se é que por mais que cruzem a perna, podem atrair o nosso olhar, mas não podem evitar que facilmente notemos que aquelas pernas não são as originais, aquelas que queríamos ver. Não passam, afinal, de cópias piratas de má qualidade.

Contributo para o Echelon: Electronic Surveillance, MI-17

Conjunções

Já aqui tenho referido os textos do amigo "Arrebenta" dos “Braganza Mothers” como um dos escritores fundamentais da Blogosfera. Este pareceu-me merecer a sua difusão pela importância do seu conteúdo.

O nível de Entropia aproxima-se dos seus extremos. Essa figura de Berardo, sobre a qual não teço quaisquer tipo de comentários, falou ontem do "Banco do Benfica". É uma ideia espantosa, e a ser levada "à la limite", como por lá se ouviu, poderia conduzir à criação de Um Clube/Um Banco, ou se, quiserem, "Um-Banco/Um-Clube". É mais um Ovo de Colombo, e, para que a coisa surtisse realmente efeito, deverá ser anunciada, para breve, uma entidade bancária reguladora das actividades destes bancos de bancada e de baliza, o Banco Central de Fátima -- branqueamento de capitais "off-shore" --, para que se cumprissem os três FFF.
Infelizmente os Três FFF são agora quatro: "Fátima, Futebol, Foder-nos e Ficarmo-nos". Como já aqui disse, estou-me altamente nas tintas para as Licenciaturas do Sócrates, por uma razão muito simples: licenciaturas socráticas é o que mais para aí há, e por isso estão todos caladinhos que nem ratos, a começar pela Comunicação Social, que tanto adorou a Páscoa Eufórica de 2007. Por mim, volto a repeti-o, tornei-me completamente alheio ao tema: é matéria, não para a Blogosfera, mas para televisões, jornais e comentadores pagos -- não eram esses as únicas fontes válidas de informação?... Pois se lhe comeram a carne, que lhe roam agora os ossos. Não 'tou nessa -- José Sócrates é como a Felgueiras: só teve azar. Correm por aí uns zunzuns de que o Saco Azul de Felgueiras não era um, mas vários, e destinou-se a fazer desaparecer um fluxo de capitais, que correspondia a comissões recebidas, por ter atribuído a um consórcio francês, o Consórcio "Zazie" (it's a joke), o exclusivo das estações de tratamento de resíduos sólidos, as E.T.A.R.s, então na mão do Ministério do Ambiente, suponho, e cujos titulares já se me varreram da memória, porque 10 anos é demasiado tempo.
Só a Fátima teve azar, e assim se percebe o Beijo de Judas que trocou com Sócrates, mas o pior vem a seguir: há, em Astrologia, ciência que muito pratico, antes de vir aqui escrever qualquer texto, e que, avisadamente, me tem dado sinais contraditórios, uma coisa chamada "Conjunção", que corresponde ao alinhamento sideral de astros, geralmente anunciadora de factos faustos, ou infaustos.
De aqui a uma semana, irá suceder qualquer coisa de absolutamente espantoso: a conjunção política de três figuras do mais sinistro que a Europa até hoje conheceu: Sócrates, que dispensa qualquer tipo de apresentações; José Düraü Barrozo, que ainda dispensa menos, e uma outra, que geralmente vocês tentam não relacionar, e que se chama Sarkozy. Sarkozy já não é, como Blair, um Homem de Bilderberg, mas um homem que incarna tudo o que Bilderberg agora nos reserva. Tudo isto pode parecer aparentemente nada, mas representa um facto extraordinário: nós, intelectuais, artistas, criadores portugueses, que, durante anos, décadas, séculos, alertámos para uma forma errada de estar no Mundo, que, grosseiramente, dataria do Pós-Descobertas -- também podem discutir isso aqui, se quiserem -- subitamente descobrimos que o Facilitismo, o Chico-Espertismo, a Mediania do Justinho-à-Certa, o Abate das Melhores Cabeças, a Cunha, a Trapaça, O-quanto-custa-a-carta-de-condução, o não-te-preocupes-que-eu-conheço-um-gajo-que-te-resolve-já-isso, etc., etc., etc. eram, afinal, as receitas que o Admirável Mundo Novo buscava, avidamente, e, afinal, nós praticáramos com ligeireza, lisura e perícia, ao longo de séculos de História. A Europa, agradecida, coloca, assim, o seu Tratado Constitucional, nas mãos de dois portugueses, de primeira água: um garboso Engenheiro Civil, de notas máximas, e um ex-maoista, que, consta, fez o curso aos gritos, em cima da mesa, no tempo do linchamento dos professores, das notas de braço no ar, e das classificações discutidas no nacional-porreirismo dos cotovelos apoiados na bancada da Secretaria. De um certo ponto de vista, é, desde Vasco da Gama, o nosso ponto mais alto na História Europeia, e, só de pensar nisso, se pudesse não estragar o teclado, vomitava já.
A estratégia de Bilderberg -- e desculpem-me agora o deslize marxista vocabular -- apoiada no Capitalismo Selvagem de teor Neo-Liberal, passa por transportar a América para a Europa, mas num modelo -- lembram-se da diferença entre o "sucedâneo" de chocolate espanhol e o verdadeiro chocolate?... -- "especial". Estava eu longe de pensar que o "toquezinho especial" assentasse no célebre trafulhismo português, mas ele aí vem, e sonha, já, com alargar-se às potências emergentes, aliás, já emersas, a China, a Índia, a Rússia, e aqueles espaços a que vamos ficar, por razões históricas, de pilhagem, desgoverno e destruição, ligados: Brasil e África, por exemplo. O ideal, no fundo, para Bilderberg, era uma solução à chinesa -- um estado pré-democrático, que, a ser imposto à Europa, teria de vir disfarçado de autoritarismo pós-democrático -- Sarkozy --, com criadores amansados -- Os pintores e escultores "Pedrinhos", do "Copy/Paste" das miseráveis tendências americanas, que enxameiam a Comissão de Honra do António Costa, os "Equadores", e quejandos, da não-literatura de sucesso dos escaparates da F.N.A.C. -- a mão de obra semi-escravizada e sem autonomia de pensamento, e com diplomas de papelão na mão, caçados, apressadamente, nas "Independentes" -- já fechou, ou não?... -- nos Centros de Novas Oportunidades, ou, resumindo, a Aldeia Global do Livre Mercado das Novas Oportunidades para Velhíssimas Golpadas. Putin, é obviamente, indispensável: tem séculos de tradição czarista de se livrar, pelo veneno, dos opositores.
A Turquia é o Nó Górdio: a Reunião de Bilderberg, em Istambul, é um sinal disso: quanto à Turquia, tenho duas opiniões, será mau que entre, e mau que não entre. Excluí-la é excluir grande parte da História da Europa, as cidades gregas da Ásia Menor, a maior metrópole sedeada em solo europeu, Santa Sofia e a Mesquita Azul; incluí-la é excluir grande parte da História da Europa, reposicionar o conflito cristianismo/islamismo num patamar pacífico, enfiar, por tratado, o estado mais populoso da hipotética Nova União, ou, e por que não?, certos novos métodos de tratar criminosos, eventualmente ao gosto de Sócrates, Sarkozy e quejandos...
O Tratado da União será uma espécie de "Prova de Inglês Técnico", com duas folhas cheias de erros deliberadamente calibrados e com um cartão de visita anexo. Em todas as frentes, há uma suspeita de que o pior ainda está para vir: a destruição dos Direitos de Cidadania, do Estado, enquanto património social, político e histórico comuns, da Liberdade de Expressão, e uma infinita Menoridade Cultural, como já estava prevista na "Trilogia da Fundação", de Asimov. Quanto a Portugal, já corre, pelo menos há dez anos, nos "Fora" Internacionais, que a estratégia é desmantelar a sua estrutura produtiva e social, de tal modo que volte a estar atrás dos 27 estados da União, e voltar a beneficiar, em pleno, dos Fundos... Estruturais. Entre o boato e a realidade, escolham. Bilderberg, como sempre, foi mais pragmático: será um país exclusivamente de serviços. A avaliar pelo que ouvimos, sabemos e prevemos, suponho que tipo de serviços...
A minha maior dor é que tudo isso tenha vindo a suceder no meu tempo, mas sucedeu, é verdade, sucedeu mesmo.

O meu comentário. Kaos said...

Arrebenta, pediste que eu desse a minha opinião, o que é sempre perigoso pois há dias em que estou mais azedo. Muito honestamente tenho que dizer que ler os teus textos é sempre um enorme prazer e una experiência única. Podes ter toda a razão, e terás certamente, mas eu quero que o Bilderberg se vá foder, o Durão se babe de prazer à sua vontade e que o Engenheiro se ajoelhe em frente de quem desejar. O que realmente quero é voltar a ver este país com os tomates que já teve, comer boas farinheiras e que o tintol não seja martelado. Puta que os pariu a todos. Vão gozar o capitalismo deles para longe e deixem-nos o nosso sol e o nosso fado. Não tenho vontade nenhuma de ser nem criado nem caralho de aluguer para velhas Bilberguianas. Rua com esta escumalha e que volte o direito a rir-me das anedotas que me contam e o direito a poder indignar-me com falsos moralismos. Quero ser eu, pensar, certo ou errado, mas poder pensar aquilo que me apetecer. Pensar e dizer. Mas, como há a vontade de me tirarem tudo o que quero, há que acabar com o mal pela raiz. Descarregar o Múmia no esgoto municipal, meter a Opus dei e a Maçonaria num aterro sanitário e o Sócrates numa incineradora. Transformar o Parlamento num museu de espantalhos e instaurar uma anarquia primordial, com Adões e Evas a comer maças por todo o lado. Pior do que estamos não ficaríamos certamente e pelo menos gozávamos um bom bocado.

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Sorrisos hipocritas

Ainda estou para entender porque tem o Paulo Portas tantas horas de tempo de antena nas televisões, sobretudo se o compararmos com alguns partidos que têm maior peso eleitoral. Podíamos ser levados a pensar que, embora eleitoralmente irrelevante, era um homem que dizia coisas muito brilhantes e muito inteligentes. Mas não, acaba sempre por utilizar um discurso em que se coloca num pedestal, no dono da verdade dele que tem de ser a de todos nós. Por detrás de um sorriso hipócrita lá vai debitando as suas ideias, tão certas, tão correctas que quem não as compartilhar ou é um perigoso esquerdista ou um grande burro. Só falo disto porque ele está agora a fazer a sua propaganda, ajudado por uma jornalista que nada mais faz que, o papel de lhe dar as deixas para as suas frases feitas, já tantas vezes ditas e repetidas. Se é verdade que o discurso do PC se assemelha muito a uma cassete, não encontro grande diferença naquilo que diz o Paulinho das Feiras. Nem mesmo na modernidade, já que só repete as velhas máximas liberalistas.

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domingo, junho 24, 2007

Os Pesadelos Socretinianos

Texto oferecido a este blog pelo nosso amigo Jack do blog "Os Infiltrados"

Há pessoas que conhecem uma mulher, casam e ficam unidos para toda a vida. Eu, pondo de lado a parte sentimental, tive a mesma sorte, isto é, desgraçadamente, matriculei-me na Independente e até hoje não me consigo livrar dessa "carraça". Há dois mil anos atrás todos os caminhos iam dar a Roma, hoje todos os casos polémicos vão dar ao meu gabinete. Está provado que não me consigo livrar dos professores. Primeiro foram as eleições contra S. Ex.ª o Sr. Professor, depois os professores da Independente mais as malditas datas, a seguir o professor "engraçado" das anedotas à moda do Porto, segue-se o outro que tem vacas no sítio, mas que já o denunciei ao Ministério da Agricultura, agora este que não conheço, como diria o Pinto da Costa, nunca me foi apresentado. Segundo os pasquins, que não estão controlados pelo meu departamento de comunicação e informação, o professor está acusado de corrupção passiva e branqueamento de capitais, sobre isso apenas posso dizer "Obviamente não há qualquer comentário a fazer". Como se isso, a ser verdade, fosse um crime de "lesa a pátria". Crime grave é o praticado pelos parasitas que dedicam a maior do tempo a escrever maledicências a meu respeito, contar anedotas sobre o meu impoluto passado, pôr em causa a forma pouco democrática como exerço o cargo de primeiro-ministro mas, a esses, alguém na sombra, "mais forte que o medo", se encarregará de meter na devida ordem. Sócretino

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O Tratado

Há muito que sabíamos que o papel que a União Europeia designou para Portugal é o da prestação de serviços e de ser o “INATEL” da Europa. Não podemos por isso estranhar que agora nos tenha sido pedido que passemos a limpo as resoluções tomadas na Cimeira de Bruxelas. Para a Sócretina, que prefere o papel de Engenheira ao de escriturária, nada melhor que transformar essa tarefa em algo mais nobre, a redacção do tratado. Para mim, que olho para tudo isto com alguma tristeza e vergonha, tanto me faz como lhe chamem. Grave, é que sabendo perfeitamente aquilo que lá têm de escrever, nos venha dizer que não faz sentido falar de referendo antes de o escrever. Gravíssimo é que o Sr. Silva venha corroborar esta posição, elogiar os países que já encontraram forma de não fazer referendo e criticar aqueles, que como eu, defendem a sua realização. Porque anda esta gente tão preocupada em adiar a discussão? Ou há referendo, como foi prometido e por ser a forma mais democrática de agir, ou então assumam que receiam a opinião dos portugueses, que nos acham demasiado burros para o entender, ou simplesmente porque se estão nas tintas para aquilo que pensamos. Não se entende realmente muito bem porquê tanta hesitação, afinal têm a seu favor a comunicação social, os dois partidos do alterne governativo português, a palavra do endeusado Sr. Silva e um povo com mais de 70% de iletracia a quem podem sempre perguntar coisas do género "Concorda com a Carta de Direitos Fundamentais, a regra das votações por maioria qualificada e o novo quadro institucional da União Europeia, nos termos constantes do tratado para a Europa"? Eu provavelmente irei ter de votar não, mas apostava desde já na vitória do Sim. E era para ganhar a aposta, porque a votação, essa, já está perdida à partida.

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O Papá está de volta

De volta ao reino das Arábias para elogiar a grande prestação da Sócretina na Cimeira Europeia e criticar aqueles que já falam de referendo. É que há democracias e democracias.

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sábado, junho 23, 2007

interesses conexos

O gabinete do ministro da Administração Interna, Rui Pereira, recusa divulgar pormenores dos contratos de meios aéreos (helicópteros) para combate a incêndios florestais, alegando que por questões de “segurança interna” colocou naqueles documentos uma clausula de confidencialidade, pois trata-se de “informação cuja divulgação pode prejudicar o interesse público conexo com a segurança interna”.
Duas das quatro empresas que estabeleceram estes contratos de aluguer de meios aéreos com o Governo explicaram, entretanto, que esta é a primeira vez que os documentos incluem a alínea que impede a sua divulgação pública.

Isto são notícias retiradas dos jornais e nem vou fazer comentários, embora estranhe porque razão não podemos nós saber que negócios anda a fazer o nosso governo. É que assim pode sempre ficar algumas dúvidas no ar.

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Para grandes males grandes remédios

Aleluia, dai graças aos Senhores que conseguiram chegar a um acordo na Cimeira Europeia. A alegria foi evidente entre os presentes no “Expresso da meia-noite” e em todo o país que saiu para a rua, de bandeiras da União Europeia no ar, em enormes festejo, numa “orgia” que certamente durará toda a noite. - Os sacanas dos Polacos, ainda agora entraram e não param de chatear, mal agradecidos. - São os malditos gémeos Kaczynski a criar problemas, eram frases que se podia-se ouvir por todo o lado. Os jornalistas aplaudiam. - Bem fez a Merkle em dizer que ou aceitam ou decidimos nós e cagamos em vocês, metaforicamente, penso eu. Mas foi sucesso e todos os Chefes de estado se congratulam, dizendo - Consegui. Mas isso não é verdade, o que tornou possível este fim, não foram as ameaças vãs da Merkle, nem a boa vontade dos países. Foi o nosso Cavaco. Sim, é verdade, o nosso S. Silva. Quando afirmou que a solução do problema estava em cortar a comida e as bebidas alcoólicas aos participantes da cimeira, toda a Europa tremeu. O Sarkozy deambulava aflito pela sala perguntando a todos se pensavam que nem um copito de vodka russo poderia beber. A Merkle espreitou para dentro da bolsa a confirmar que tinha trazido a salsichona de casa. Os polacos, começaram logo a lembrar-se do “schabowy”que tinham encomendado no restaurante. Perante o desespero lá arranjaram uma maneira de dar a volta à coisa. Claro que modesto como é o Sr. Silva, descartou ou louros e lá foi ele em direcção ao sol poente cantando “ I’m a poor lonesume cowboy and a long way from home”.

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Eleições Alfacinhas - Carmona Rodrigues

Carmona Rodrigues, que afirma que o seu Partido é Lisboa representa bem os Corvos, símbolos da cidade. Todos parecem não questionar a sua honestidade, mas a realidade é que encabeça uma lista composta por arguidos do caso Bragaparques e nunca se viu tanta bandalheira na praça pública como durante o seu reinado. Foi o Prédio da Infante Santo, a EPUL, os Terrenos da Feira Popular, o Parque Mayer, o licenciamento dos terrenos reservados para a nova travessia do Tejo, os Assessores, a obediência a Marques Mendes,....um sem número de confusões ainda não bem explicadas. Há até quem diga que corvos destes deviam era estar na gaiola. Muito honestamente, custa-me entender como alguém que teve uma gestão autárquica tão caótica e que deixou a cidade em tal estado tenha cara e coragem de concorrer a novo mandato. Mais ainda me custará a entender cada um dos votos que tiver, embora depois do que se passou com os Valentins, Isaltinos e Fátimas já me tenham mostrado como estranha é o voto popular.

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sexta-feira, junho 22, 2007

Eleições Alfacinhas - PPD/PSD

Nesta história, só ainda não descobri quem é a Dama e quem é o Vagabundo.

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Eleições Alfacinhas - O CDS/PP

Sempre que há eleições para a Câmara de Lisboa surgem sempre uns “artistas”, que pensam que ir recolher lixo, mergulhar no Tejo, ou limpar paredes é uma ideia genial. Grave é quando esse apagar de “grafittis” das paredes é a ideia mais forte que o candidato tem para a cidade e a repete constantemente. Num momento em que a CML está de rastos, os problemas são mais que muitos, essa parece ser mesmo a melhor forma de se ficar pelos 2,5% que as sondagens lhes dão.

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O Bordel

Abriu o Bordel de Bruxelas

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Já estarão a afiar as facas?

Logo após a eleição do Sr. Silva, eu aqui defendi que por sua vontade quem ocuparia a casa de S. Bento seria a malfadada Manuela Ferreira Leite ou, sob o seu comando, António Borges. Era, aliás, a esperança de toda a direita, que o derrube do governo do menino guerreiro pelo Sampaio fosse vingado. Olho por olho, governo por governo.
O que parece ter corrido mal para esse gang, foi o facto de o Sócrates ser tão de direita como eles, tão autoritário como o próprio Cavaco e ainda por cima conseguir fazer o que eles nunca tinham tido coragem de fazer, sem com isso perder a popularidade nas sondagens. Claro que quando o Sr. Silva viu isso, logo se quis colar a essa popularidade, tanto mais que o Sócrates estava a realizar algumas das reformas que tanto desejava.
O tempo passou e inevitavelmente algumas fricções se começam a notar. O Sr. Silva. que quer mexer mais, que quer mais poder, afinal não passa de um tecnocrata sem grande jeito para o lugar que ocupa, aguarda pela sua oportunidade. O Sócrates pode, por enquanto estar descansado, afinal o líder do PSD ainda é o pequeno Mendes. O sinal de perigo para a sua governação só será dado no momento que o assalto ao poder do PSD for consumado e, há quem diga, que já se ouve o som do afiar de facas lá por Belém. Eu que tenho o maior desprezo pelo Sócrates e pela sua governação, não posso deixar de sentir um arrepio pela alternativa que aí pode vir.
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quinta-feira, junho 21, 2007

No Reino da Mentira

Mais depressa se apanha um mentiroso que um coxo, e este governo tem sido apanhado vezes demais. Tanto negaram terem negociado com a CIP a apresentação de estudos para o novo aeroporto de Lisboa que agora aqueles narizes não lhe param de crescer. Lobo Xavier mostrou na “Quadratura do Circulo” documentos que mostram que, a Associação Comercial do Porto, foi afastada do estudo da CIP a pedido de altas instâncias políticas, de forma a que a solução ‘Portela + 1’ não fosse analisada.
Será que ainda há alguém em Portugal que acredita na palavra desta gente?
Raio de terra esta, em que a mentir se tornou natural, em que a palavra e a honra nada valem. Mais surpreendente ainda, é que tudo isto passa impune, tudo continua como se nada de grave tivesse acontecido, como se a mentira fosse um acto de gestão normal. Triste país aquele em que há cidadãos que têm vergonha dos seus governantes. Eu tenho dos meus.

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Do Portugal Profundo

"José Sócrates apresentou uma queixa-crime contra o blogger António Balbino Caldeira devido ao conjunto de textos que este professor de Alcobaça escreveu sobre a sua licenciatura em Engenharia Civil na Universidade Independente (UnI)".
In Expresso

Tinha feito aqui um longo texto que resolvi apagar. Afinal o que quero mesmo é deixar aqui a minha total solidariedade para com o Professor António Caldeira e a minha disponibilidade para ajudar em tudo que ele possa necessitar. As outras considerações sobre a liberdade e sobre o homem que apontou o dedo acusatório contra a cidadania e a procura da verdade, que o “Do Portugal Profundo” representou e representa, podem ficar para depois.

PS: As minhas desculpas ao Professor Caldeira por o representar como Zé Povinho, mas ele neste momento representa a esperança de todos nós e a liberdade que desejamos.

PS: Já agora, quem desejar pode ir até [AQUI] para participar.

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Aventuras dos Cavacos na América

O Sr. Silva está por terras de cowboys para contactar com a diáspora portuguesa. Vai dar uma voltinha de comboio e inaugurar uma exposição em Washington, "Encompassing the Globe: Portugal and the world in the 16th and 17th centuries", onde Portugal é apresentado como pioneiro da globalização (era só o que nos faltava que agora a culpa disso também seja nossa). Para esta exposição, Portugal cede 60 peças, 30 pelo Ministério da Cultura, que comparticipa a iniciativa com meio milhão de dólares (vá lá que ainda é menos que aquilo que o Sr. Silva gastou para ir a Setúbal no 10 de Junho). Não consegui saber se irá com a sua Maria fazer alguma visita turística à Casa Branca, já que não está previsto nenhum encontro oficial com o carniceiro Bush, o que me pareceria lógico num momento em que Portugal se prepara para assumir a presidência rotativa da União Europeia. Mas, eles é que são presidentes, eles é que sabem.
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quarta-feira, junho 20, 2007

A redenção

Recebi um mail do amigo JCosta com este texto e autorizando-me a sua publicação. Com os meus agradecimentos aqui fica ele:

Ora, nem de propósito, O sr. Eduardo Prado (de um) Coelho (EPC para o vulgo) resolveu dar à estampa, no "Público" de 18 de Junho de 2007, um texto predicatório e laudatório da coisa.
Não nos fala das minudências dos retratos nas paredes daquele cujo nome não devemos nomear, não. A sua prosápia é mais subtil e decorativa, cheia de brindes, em tempos de caça e sobre a (nossa) senhora da DREN, EPC (vivam os acrónimos) é taxativo dentro da dúvida que o assalta,
«Não sabemos bem o que pensar:
se estamos perante um caso de imensa candura, ou se, pelo contrário, a hipocrisia reina.»

Também não sei, mas, na dúvida, inclino-me para a candura, uma inclinação de, sei lá, 60º, Eduardo!
E, entrementes, mais uma inclinação:
«Margarida Moreira é defensora de uma liderança forte, e ao mesmo tempo lembra que é educadora de infância, insinuando que há ternura encapotada a explodir nas circunstâncias mais favoráveis»
Sim, estou de acordo, a uma educadora de infância forte falta-lhe a subtileza do decote generoso, para que a “ternura” encapotada possa explodir, por toda a região, em geral, e na zona do EPC, em particular.
Mas EPC estava num dia de glória e, por entre tantos aplausos, ressurgidos de cada palavra que a sua atordoada pena ia botando no papel, saiu-lhe, de um sorvo:
«Ora terá havido insulto, e logo no interior das paredes da DREN. Embora eu ainda não tenha entendido bem se a piada foi dita no local de trabalho e o insulto num almoço entre funcionários e amigos e as duas coisas terão sido amalgamadas
Dúvidas, meu caro, dúvidas, talvez metódicas, e um estado de choque que um insulto desta envergadura, nas costas do primeiro, sempre provoca no segundo. E nada melhor que o desagravo:
«Já disse o que pensava sobre a vergonhosa exploração por parte da imprensa do tema, pouco importante para o país, da licenciatura do primeiro-ministro. Já expressei o que me pareceu ser uma excelente entrevista de José Sócrates na televisão sobre a matéria
L A P I D A R (el-a-p-i-d-a-er!)
E, um remate em força, antevendo a consumação do golo, mesmo dentro da azinheira:
«E tenho formulado inúmeras vezes a admiração pessoal e política que tenho pelo actual chefe do Governo
Com tais “verdades” bíblicas, quem precisa de penar à espera de um sinal ou, passar pelas agruras prévias e demoradas da revelação?
EPC tem passado mal. O seu dedicado amor por tudo quanto candidamente nos confessou, não justifica que o pouco que sobra da sua lucidez seja gasto em trabalhos forçados, à beira da consumição. Aliás, devia aprender com os últimos maus exemplos: Almeida Santos, em delírio, coisa que já acontece com EPC, aventou a hipótese da explosão da ponte. E depois, como se passava o Tejo? Descanse EPC!


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O Coveiro

Já por diversas vezes nos referimos aqui ao relatório sobre a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde, que o governo tem bem escondido, porque por diversas vezes já os vimos tentarem atirar o barro à parede a ver se pega. Foi um novo imposto, transformado em contribuição compulsória para depois falarem num Seguro de saúde estatal. É o aumento das taxas moderadoras, a redução do número daqueles que têm direito á sua isenção bem como o fim do abate das despesas de saúde no IRS. Podemos ainda juntar-lhe o fim dos subsistemas de saúde, como é o caso da ADSE.
Hoje, finalmente tivemos acesso ao texto desse relatório que o governo manteve secreto durante tanto tempo. É que os portugueses, embora sejam dos cidadãos da EU que têm um menor poder de compra, são os que pagam mais pela saúde. Ficámos também a saber que já existem várias especialidades médicas que, na prática, já são privatizadas, porque é nos consultórios que se fazem a maioria das consultas
. À frente da lista estão os dentistas, que quase não existem nos serviços públicos. Mais de 92% das consultas são privadas. (Ouvi que o SNS tem 3 dentistas ao seu serviço em todo o país, embora se tenha gasto imenso dinheiro com a aquisição dos mais modernos equipamentos para a prática da especialidade). Mas, não nos devemos surpreender com isso já que o Ministro Correia de Campos pode, cada vez mais, ser considerado o coveiro do SNS.
Para quem deseje pode consultar o relatório ele está no blog,
Fragmentos do Apocalipse.
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Restos de Colecção

Dona de casa desesperada

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terça-feira, junho 19, 2007

Restos de Colecção

O bonecreiro

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Impróprio para consumo

Parece que os fui vitima de mais um ataque de vírus. Não, não foi o Computador, mas sim eu próprio, que me encontro impróprio para consumo. Dói-me a cabeça, o corpo e só me apetece estar deitado de olhos fechados. Digamos que caí no reino do Correia de Campos.
Só vim aqui para dizer que vou tentar continuar a publicar aquilo que me for possível, provavelmente bonecos antigos que perderam a actualidade e que por aqui ficaram perdidos ou outros que aqui têm repousado à espera de um dia e uma oportunidade. Responder a comentários só mais tarde quando não me sentir tão morto-vivo. Desculpem lá mas vou-me deitar.

Será que ainda temos tomates?


Sempre que tenho de ir a um supermercado há uma coisa que me irrita profundamente. A impossibilidade de comprar fruta portuguesa. Entramos e lá está uma enorme bancada com fruta luzidia, grande, bonita. Claro que a experiência já nos demonstrou de aquelas maças não sabem a nada e não posso deixar de me lembrar das pequenas e muitas vezes bichadas, Bravo Esmolfe, do seu cheiro e do seu sabor. O mesmo se pode dizer dos enormes morangos, das lustrosas cerejas, dos aveludados pessegos e de toda a outra fruta que nos atrai o olhar. Encontramos lá de tudo, desde a uva, passando pelas meloas até ao limão. Portugal produzia tanta laranja, tinha excesso de tomate e melão nunca faltava. Onde anda essa fruta? Porque somos obrigados a consumir porcarias produzidos por outros?
Ontem, mais uma vez, recusei comprar fruta e não pude deixar de manifestar o meu protesto junto dos responsáveis do supermercado e em voz alta para quem quis ouvir. Vi muita cabeça a dizer que sim, muita gente a concordar que realmente era uma vergonha, mas todos acabaram por pegar nos sacos e enche-los daquelas bonitas porcarias. Estou farto desta União Europeia, das suas regras e não fico mais feliz por saber que agora os pomares têm de ter casa de banho e de fruta só pode ser apanhada com luvas. Infelizmente a nossa Socretina anda lá por fora a enterrar-nos ainda mais na “União”, a prender-nos ainda mais com tratados que nos tiram cada vez mais a independência e nos tornam em Europeus de segunda. Só me apetece mandá-los à merda. Será que ainda temos tomates para isso?
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segunda-feira, junho 18, 2007

A nova História de Portugal

Não sei bem porquê lembrei-me da Engenharia Sanitária e da Presidência Portuguesa da União Europeia. Tudo o que saiu foi isto.
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Num Estado Democrático

O Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social, Vieira da Silva, entende que "quem foi escolhido para tomar decisões", o Governo, é que deve tomar a decisão sobre a localização do novo aeroporto.
O ministro do Trabalho considerou, este domingo, que a escolha da localização do novo aeroporto de Lisboa pertencerá sempre ao Governo e não a uma comissão de sábios.
"Não me venham com comissões de sábios. As comissões de sábios, se existem, podem servir para dar conselhos sábios, mas a decisão, num estado democrático, compete a quem foi escolhido para tomar decisões".

Com ministros deste o Engenheiro está tramado. Quando finalmente tinha conseguido alguma paz, durante seis meses, sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa, vem um ministro que não tem nada a ver com o assunto e mostra de novo toda a arrogância e prepotência deste governo. Estão-se nas tintas para as opiniões dos outros, não ouvem nem querem ouvir, mesmo que aquilo que lhes queiram dizer seja dito por técnicos que realmente entendem dom assuntos. A sua vontade e os seus interesses sobrepõem-se ao que tecnicamente se prova ser o certo, aos interesses de todos nós. Como ele diz, é verdade que num estado democrático compete aos eleitos tomar decisões, mas têm de ser as correctas, porque num estado democrático, quem é eleito, tem de ser para governar para o bem de todos e não recebe um cheque em branco para quatro anos. Num estado democrático quem é eleito também pode ser “despedido” por quem o elegeu. Num estado democrático, atitudes antidemocráticas não podem ser admitidas. Num estado democrático há uma Constituição que tem de ser respeitada. Esperemos que os Srs. Silvas, este e o de Belém, se lembrem disso.
Este Sr. Silva devia era estar mais preocupado em fazer aquilo que o seu ministério deve fazer, Solidariedade Social. Este é o Sr. Silva que, em nome de uma falaciosa sustentabilidade da Segurança Social, aumentou a idade e reduziu o valor das reformas. Enquanto uns são obrigados a trabalhar mais de 40 anos e esperar até aos 65 anos para receberem só uma percentagem da reforma durante uma dúzia de anos, outros em 3 ou 4 anos passam a receber de imediato reformas milionárias, que vão acumulando com outras reformas e outros empregos ao longo da vida. Isto é, trabalham durante uma dúzia de anos para receberem durante 40, gastando os recursos que garantiriam haver dinheiro para pagar aqueles que trabalharam toda uma vida. Este é o Sr. Silva a quem o Engenheiro deve estar a puxar as orelhas neste momento.
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Á Força da arrogancia e prepotência

Um acórdão do Tribunal Constitucional classificou, terça-feira, como «inconstitucionais» as normas que permitiram repetir os exames de Física e de Química do 12º ano, no final do ano lectivo 2005/2006, apenas aos alunos que optaram pela primeira chamada.
A Ministra da Educação, acabadinha de chegar de Moçambique, qual Rainha da Selva, disse hoje que irá acatar a decisão do Tribunal Constitucional. Não explicou é como o vai fazer.
Claro que o PSD tinha de aproveitar para fazer, uma vez mais, figuras tristes.
O vice-presidente do partido, Pedro Duarte defendeu uma solução de «bom senso» para compensar os alunos deste «erro crasso cometido pelo Ministério da Educação», uma solução que «não deve criar instabilidade no sistema de ensino».
Houve alunos beneficiados e outros prejudicados e gostava de ter ouvido que soluções propõe para resolver o que já não tem solução, sem criar mais injustiças e, provavelmente, ilegalidades. Ou será que pensam que é com dinheiro e pagando indenizações que se paga a injustiça?
O que deveria ser feito era correr com a Ministra dali para fora, por ter com a sua arrogância e prepotência, cometido uma ilegalidade e perdido toda a legitimidade. Será que não seria este um bom momento para mostrar a politica, agora aprovada pelo governo, de como devem funcionar as avaliações dos funcionários? Ou será que lhe vão atribuir uma nota de excelente?
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domingo, junho 17, 2007

Histórias do Convento de Benavente

Nessa noite o monge trabalhava até mais tarde. Uma tarefa que lhe tinha sido encomendada pelo Espírito Santo, agradecer aos quatro mil membros da ordem que tinham contribuído com donativos para a Confraria dos Discípulos Salarazentos de Padre Portas. Por detrás da porta fechada do quarto ao lado ouviam-se alguns risos.
– Uns divertem-se e ou outros trabalham. Esta CDS já é mais PP que outra coisa, – resmungou o monge entre dentes. Parando de escrever, pousou a pena e ficou pensativo.
– Que raio, que tarefa me haviam de arranjar. Já não me consigo lembrar de mais nomes.
Estava assim pensativo quando ouviu no quarto a voz do Padre Portas. Pôs-se então a escutar com mais atenção, mas a pesada porta de sobreiro não deixava ouvir bem.

– O teu é maior que o meu das Caldas ... Pára … Cuidado … Jacinto Leite Capelo Rego? – Questionou-se o monge pensando se teria ouvido bem. – Que o Convento aqui de Benavente é maior que o do Largo do Caldas, ainda entendi, mas raio é que ele queria dizer com aquilo do rego. Mas o nome é bom.

Pegando na pena, molhou-a na tinta e escreveu no papel:

Jacinto Leite Capelo Rego
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Há quem diga que o Espírito Santo não gostou muito da brincadeira.
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Medo de ter medo

O que actualmente me faz sentir feliz com este blog, são os amigos que cá encontro e os comentários que aqui leio. O meu muito obrigado por isso.
O jcosta fez este comentário e honestamente diz mais do que aquilo que eu poderia dizer com mil desenhos ou um milhão de palavras. Por isso não digo mais nada e passo-lhe a palavra.

jcosta
said...

Sei que não é o lugar mas, apetece-me convocar o O'Neill para esta hora de desassossego. Portugal atravessa, de novo, um dos seus momentos mais negros da sua história. A liberdade em geral (a de opinião e expressão, em particular), está de novo na mira dos que se julgam donos da nossa consciência, iluminando-nos o caminho. Já que a Drª Moreira (NERD) tem "um ficheiro" de rastreio a tudo o que por aqui se publica, este poema é-lhe particularmente dedicado. Pode imprimir, colocar moldura e plantar no seu gabinete; garanto que não direi a ninguém e o O'Neill só reclamará de tão frouxa companhia. Mas, se nada fizermos, até de nós sentirá vergonha!

«Poema Pouco Original do Medo

O medo vai ter tudo
pernas
ambulâncias
e o luxo blindado
de alguns automóveis
Vai ter olhos onde ninguém o veja
mãozinhas cautelosas
enredos quase inocentes
ouvidos não só nas paredes
mas também no chão
no tecto
no murmúrio dos esgotos
e talvez até (cautela!)
ouvidos nos teus ouvidos

O medo vai ter tudo
fantasmas na ópera
sessões contínuas de espiritismo
milagres
cortejos
frases corajosas
meninas exemplares
seguras casas de penhor
maliciosas casas de passe
conferências várias
congressos muitos
óptimos empregos
poemas originais
e poemas como este
projectos altamente porcos
heróis
(o medo vai ter heróis!)
costureiras reais e irreais
operários
(assim assim)
escriturários
(muitos)
intelectuais
(o que se sabe)
a tua voz talvez
talvez a minha
com a certeza a deles

Vai ter capitais
países
suspeitas como toda a gente
muitíssimos amigos
beijos
namorados esverdeados
amantes silenciosos
ardentes
e angustiados

Ah o medo vai ter tudo
tudo
(Penso no que o medo vai ter
e tenho medo
que é justamente
o que o medo quer)

O medo vai ter tudo
quase tudo
e cada um por seu caminho
havemos todos de chegar
quase todos
a ratos

Sim
a ratos»

Contribuição para o Echelon: Kwajalein, LHI
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