quinta-feira, agosto 31, 2006

TARTUFO

O entendimento político Cavaco-Sócrates, que o KAOS regularmente caricatura, reaviva a actualidade do Tartufo de Molière.

Na visita ao palácio, Sócrates, em representação privada, com devoção subserviente, pensa que é Molière a enganar o rei, apresentando uma versão provavelmente incompleta da “ópera” (“Noblesse oblige” – leia-se o PS).
Contudo, a prática política de Sócrates demonstra que não encarna o tacticismo de Molère, mas sim o próprio Tartufo. Ostenta uma devoção por “fatto cosi”, mas a sua acção exprime hipocrisia e vulgaridade. É um arrivista que usa a hipocrisia como instrumento. Gosta de fazer o papel de educador de consciências, misturando a desmedida ambição com medidas de comédia de impostor. Adorna a ambição com uma falsa devoção.
Mas tal como Tartufo, Sócrates não é propriamente hipócrita. Simula devoção e hipocrisia. Não é sincero, nem mesmo enquanto hipócrita, é apenas a sua máscara.

Nesta máscara, que passa pelo entendimento com Cavaco, sustenta práticas corruptas, clientelas sem fim, políticos desonestos e a impunidade do vale-tudo que depaupera o país.
E como dantes, tudo em nome de Deus!

P.S. – A múmia, é apenas múmia !
Jorge Matos

Desafio

Como estou de férias resolvi que quem tem de trabalhar são vocês. Vou publicar uma série de imagens sem qualquer texto a acompanhá-las. Fica à vossa responsabilidade e imaginação o trabalho de o fazerem. Depois, é só partilhá-lo connosco nos comentários. Este é o desafio que lhes proponho. Fiquem bem.

6º Desafio - Porque hoje é 5ª feira

sábado, agosto 26, 2006

1º Desafio - António Costa

Em Serviços mínimos

Este blog vai entrar em serviços mínimos. Durante as próximas duas semanas vou de férias. Desde que comecei esta Kaosboiada já lá vão quase oito meses (começou no primeiro dia do ano ou seja há 236 dias). Isto quer dizer que há pelo menos 743 posts que eu não desenho nem pinto nada e agora anda-me a apetecer. Assim como me anda a apetecer, praia, brincar mais com os miúdos e com o cão, dar mais atenção aos gatinhos que agora já querem começar a explorar, dormir umas boas sonecas, ler o jornal numa esplanada de manhã e beber uns gins ao fim da tarde, mas sobretudo estar em família com a mulher e filhos que adoro.

Ainda não sei o que farei com o blog, mas que se vai transformar em algo menos regular é uma certeza. Não sei quando ou o que aqui virei fazer, mas não me apetece pensar muito nisso agora, afinal já estou de férias.

sexta-feira, agosto 25, 2006

Majestosas aberrações


350 escolas destruídas no Líbano.
..

"Ministério da Educação admite instalar escolas pré-fabricadas e juntar alunos de várias escolas. Cerca de 350 escolas foram destruídas ou gravemente danificadas no Líbano durante os 34 dias de conflito entre o grupo xiita Hezbollah e Israel, indicou hoje o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
O ministro da Educação libanês, Khaled Kabbani, indicou que o regresso às aulas, inicialmente previsto para meados de Setembro, deverá ser adiado para 09 de Outubro.
O Ministério da Educação admite instalar escolas pré- fabricadas, juntar os alunos de várias escolas tendo em conta os seus trajectos e fazer funcionar alternadamente duas turmas no mesmo dia. "
Retirado de
Portugal Diário 2006/08/24 18:42

Agora nós:
Senhora Ministra da Educação: Venho sugerir-lhe que passe a consultar o seu homólogo libanês sempre que lhe surgirem problemas no ministério para resolver. Vai ver que ele está habituado a lidar com contrariedades e em muito a poderá ajudar a encontrar as melhores soluções.

Já agora:
Senhor Vasco Pulido Valente foi você que afirmou em mais um
artigo asqueroso do Público que:

No fundo, o homem comum não acredita que uma civilização fracassada, miserável e medieval possa prevalecer contra a majestade da Europa e da América.

Se bem me lembro, referia-se às nações islâmicas. O senhor, que se diz professor, acha realmente que um país recentemente bombardeado, vivendo num débil período de cessar-fogo, e que mesmo assim se empenha em reconstruir o mais depressa as suas escolas destruídas de forma a minorar os danos infligidos ao seu povo, é uma nação fracassada, miserável e medieval? E dizem-se estas pessoas livres, cristãos e ocidentais…

Vão dar banho ao cão! Ah, e podem limpar as mãos à parede com a majestade da Europa e da América!
Um texto da Kaotica

Contributo para o Echelon: spies, IWO, eavesdropping

O silencio dos inocentes

Ontem, quando liguei a televisão para assistir ao telejornal, fui brindado com o fim de um Tempo de Antena do PSD. O “slogan” a vender é a imagem de MARQUES MENDES…ELE SABE DO QUE FALA.
Eu até compreendo a necessidade do PSD de nos tentar impingir a ideia de que, quando fala, só diz coisas inteligentes e importantes, mas o que não posso aceitar é que para isso utilizem publicidade enganosa. Todos nós sabemos que, o Marques Mendes quase não fala porque não sabe o que dizer e, quando fala mais valia ter ficado calado. Tem sido, cada tiro cada melro, cada cavadela sua minhoca. O homem não tem acertado uma e, por trás, tudo o que consegue ouvir de Londres, Bruxelas, Belém e dentro do seu partido, é “que gand’a noia”.
Deixo por isso aqui lavrado o meu protesto por esta forma de publicidade do PSD, que engana o cidadão apregoando qualidades a um produto que não as têm. Exijo por isso que a entidade que tutela a defesa do consumidor faça alguma coisa.


Contributo para o Echelon: Electronic Surveillance, MI-17

Carteiristas de verão

"Sem aviso prévio, os beneficiários da ADSE estão, desde este mês, a pagar substancialmente mais pelas análises clínicas e exames. Os aumentos rondam, em muitos casos, os 2000%, havendo mesmo uma situação em que o agravamento do encargo para o beneficiário atinge os 4000%. Os aumentos abrangem centenas de actos clínicos, como exames de ressonância magnética e terapias de medicina física e de reabilitação."in "Diário de Notícias"
Agosto, chega o calor e a época de férias. Tudo pára neste país, menos as mentes tortuosas dos nossos Ministros, que mesmo também andando eles a banhos, aproveitam, andarmos todos ofuscados com o brilho do sol, para nos meterem a mão no bolso ... mais uma vez.

Contribuição para o Echelon: Kwajalein, LHI

quinta-feira, agosto 24, 2006

CRISE EM ISRAEL

"Sur la tombe de son fils de 20 ans, tombé quelques heures avant l'entrée en vigueur du cessez-le-feu, l'écrivain israélien David Grossman avait appelé l'Etat d'Israël à faire son "examen de conscience."
(Le Monde)
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A invasão do Líbano constituiu um enorme fiasco político e militar. Há sintomas que a sociedade civil israelita se começa a mobilizar contra a incúria política e social do seu estado, e critica de forma cada vez mais aberta a cegueira desumana do exército. O movimento dos israelitas que privilegiam o estado social em detrimento dos reforços no orçamento da defesa está lançado.
A política belicista de Israel (enquanto satélite militar dos EUA) está a tornar-se autofágica e tropeça na sua ânsia desmesurada de dominação.
Jorge Matos

Porque hoje já é quinta-feira, outra vez

A todos os que pensam, que com as férias do Sr. Silva e da Socratina, a Maria poderia andar mais descansada, tenho que comunicar que estão redondamente enganados. É verdade que estamos em Agosto, que o Aníbal e a Zé andam a banhos, cada um nas suas águas, mas as quintas-feiras são sagradas. Largam tudo, e lá vêm eles a correr até aos jardins de Belém, para o reencontro mais desejado. Se, para o Silva, esta pode ser uma paixão passageira, para a Socretina tem sido uma forma de manter um estatuto a que se habituou e afeiçoou. Não há visita aos jardins em que não tente colher mais umas frutas do pomar laranja. Entretanto, a Maria, esperando que este não seja mais que um amor passageiro, lava os vidros da nova marquise de alumínio, onde se reflecte a cara de uma mulher amargurada.
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Contribuição para o Echelon: NATOA, sneakers, UXO

Meu coração fecha os olhos e sinceramente chora


Não, mas é mesmo de partir o coração: eu, que gosto da música de Caetano Veloso, não posso ficar calada ao ouvir coisas destas. Então não é que o cantor pseudo-esclarecido vem para a Visão dizer que andou a navegar na blogosfera portuguesa e do que ele mesmo gostou foi do Abruto do Pacheco Pereira? Confesso que a minha boa-fé era tanta que quando li nas gordas CAETANO ELOGIA PACHECO fui ler, só com a curiosidade de saber realmente o que de bom se podia estar ainda hoje dizendo sobre o velho Pacheco. Só que eu, na minha inocência pensava que ele se referia ao Pacheco da Hermínia Silva (ou era da Amália?), aquele do “Anda, Pacheco!”. Pois antes fosse! Ao principiar a ler que o assunto era blogosfera portuguesa, ainda pensei: Uau! Aposto que adorou os Pachecos do Kaos!
Qual o quê! Tinha gostado das opiniões da avantesma sobre Israel… dá para acreditar? Diz, entre outras coisas absurdas, que era um artigo que trazia “à baila informações importantes, conhecidas e esquecidas e sobre as quais se tem calado todo esse tempo.” E devia ter permanecido calado! Confesso que não fui muito minuciosa: não fui perder nem um pouco do tempo das minhas pseudo-férias a ir ao Abruto, era o que faltava! Mas fiquei chateada com o Caetano e por vários motivos. Primeiro porque foi navegar num esgoto da net portuguesa; depois porque gostou da merda que encontrou e achou o artigo “bem pensado”, como se não se notasse logo que se tratava de um blog de um ser pensante, mas mal-pensante, ou seja, de alguém que insiste em pensar mas que pensa mal por ter uma visão distorcida da realidade e uma teimosia toleirona, que julga estar em terra de cegos e que tem um olho que o safa, mas que não é propriamente um Camões. Pelo contrário, o Pacheco que bem conhecemos vê a realidade só com um olho vesgo, distorce-a e convence-se a si próprio que está cheio de razão (mas só a si próprio… ah, e agora também ao Caetano); terceiro porque um gajo mediático como o Caetano, em vez de fazer boa figura, acabou por merdiatizar o blog do Pacheco, logo esse!, como se já não houvessem jornais diários a fazer-lhe esse favor; e chegamos à útima razão pela qual passei a desconsiderar o bom gosto do Caetano, talvez a razão mais profunda que me leva mesmo quase a desprezá-lo – navegou na blogosfera portuguesa, fala bem do trombalazanas do Pacheco e nem elogia a mestria do Kaos? O homem está louco, está muito fora, está esclerosado, por isso preferiu o Abruto ou então interpretou mal o conteúdo da coisa, como naquela vez que insistiu em cantar no Coliseu o “Minino do Rio”, só para agradar aos gays, Pachecos e sopeiras que estivessem no auditório. Isso não se faz, seu Caetano,‘viu?! Putzzz

Vale tudo para dar nas vistas

Afinal o Manuel Monteiro até nem é burro de todo. Sabendo que pode passar todo o ano a bradar aos céus que ninguém liga nenhuma, aproveitou este mês de Agosto, onde os jornais suplicam por notícias, para falar e lançar polémicas. Primeiro foi o seu almoço com o Ribeiro e Castro que, só não lhe deu o protagonismo que desejava por todos os órgãos de informação, considerarem as guerras internas, que isso criou no CDS, mais interessantes (efectivamente tudo é mais interessante que o Manuel Monteiro).

Depois, foi a “estranha” ideia de “pedir” ao CDS/PP, para voltar a ser simplesmente CDS e deixar o PP, para ele transformar o seu partido em PDN/PP, fazendo dele o único partido, com mais letras no nome que militantes.

Ainda não satisfeito, acabou a tentar liderar a realização de uns estados gerais da direita, mas com a direita em tão mau estado e de férias, não havia ninguém para lhe prestar atenção. Só mesmo, Marcelo Rebelo de Sousa, também ele sem muito assunto para falar, resolveu responder, considerando que o PSD devia jogar ao centro e não com os partidos de direita. No CDS ninguém deve ter ouvido, mas o Manelinho não se calou, e veio lançar o repto ao professor para que prove que o seu PDN é de extrema-direita.

Resumindo, sem dizer nada de importante ou aproveitável, conseguiu ter mais protagonismo e aparecer mais nas noticias que o Marques Mendes e companhia, a banhos algures pelos Algarves.
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Contributo para o Echelon: spies, IWO, eavesdropping

quarta-feira, agosto 23, 2006

"A estratégia da aranha" - O "CAMBÃO"

Aproveitando os conhecimentos do “funcionário camuflado” sobre o que se passa na CML, pusemos-lhe a seguinte questão:
Já agora gostava de saber, se souber e for possível, a razão pela qual o construtor João Bernardino Gomes, entretanto falecido, no concurso público para o empreendimento da feira popular ofereceu o preço mais alto e foi preterido. Mas sobretudo a razão porque acatou a razão pacificamente sem reclamar.
Aqui está a sua resposta que muito lhe agradecemos.
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Ninguém sabe com certeza científica. Mas como ninguém é propriamente estúpido, o que por aqui constou na altura é o que lhe posso dizer. E, até agora, continuamos a pensar o mesmo.
A questão é muito vasta. E tem vários passos intermédios. Nós, nas autarquias chamamos a isto «cambão»: conluio para obter um resultado aparentemente de forma legal mas com acordos irregulares por trás.
Eis alguns passos deste intrincado negócio:
Santana negoceia a troca de parte dos terrenos da então Feira Popular pelo Parque Mayer com a Bragaparques que entretanto comprara o recinto.
Parece que depois se formou outra empresa para gerir este investimento – a tal Parque Mayer, Investimentos Imobiliários (Parque Mayer), S.A.
Será esta que vai aparecer na tal hasta pública – mas já detendo uma parte dos terrenos ao lado dos tais que estavam nessa altura em hasta pública.
O direito de preferência está consignado no normativo que regulamenta o decurso da hasta pública – e foi contestado por alguns eleitos, mas sem sucesso.
Segue-se a hasta pública.
Três factos esquisitos, neste processo nesse dia: dois concorrentes desistem antes de mais nada; um concorrente (João Bernardino Gomes) é objecto da tal preferência; a P. Mayer fica outra vez dona do bolo.
Cheira a esturro ou não: em alguns minutos dois desistem, um deixa que outro exerça a preferência e nem um euro a mais quer oferecer?
Que diabo.
Não lhes parece estranhíssimo?
Não devia o Ministério Público ver isto tudo à lupa, se soubesse o que procurar?
Ou estava tudo previsto nos bastidores ou nós somos todos estúpidos.
(O «cambão» tem sempre por trás outras contrapartidas em negócios próximos: quem cede, nunca perde. Ou melhor: perde neste, ganha no seguinte).
Mais fácil do que o Sudoku!
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Contributo para o Echelon: Electronic Surveillance, MI-17

Anda Maria ou a linda poesia de Manuel João Vieira

Hon Hin Hon

Hon (hin) Hon (hin) Hon Hon (hin) Hon (hin) Hon
Hon hin hon hon hin Hon hin hon hon hin
Hon hin ho-hon hin Hon hon hin hon hon hin
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Eu quero a minha conta bancária na Suiça
Para meter lá a minha linguiça
Eu quero a minha conta bancária na Suiça
Para meter lá a minha linguiça
Todo o ano
Amo-te, és tão linda
(Hon hin hon hin Hon hin hon hon hin)
Amo-te, és tão linda
(Hon hin hon hin Hon hin hon hon hin)
.
Sinto-me tão bem quando te vejo
Os teus olhos merecem um beijo
Sinto-me tão bem quando vou para o Belém
Sinto-me tão mal quando vou para o Funchal
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Anda Maria
Vamos para a praia
Vamo-nos amar
Como os peixinhos do mar
Como os peixinhos do mar
Vamo-nos amar
Vamos para a praia
Anda Maria
.
Hon hon hin hon hon hin hon hon hin hon hon hin
Hon hon (brrrrr) Oink oink (brrrrr)
Oink oink (brrrrr) Oink
(Ena Pá 2000 – Enapália 2000)

Ó Pssst, Pssst... há pistolas a dez tostões!

Diploma promete mais segurança para uso e porte

Nova lei das armas entra hoje em vigor

A antiga lei remontava ao ano de 1949. A nova prevê “uso excepcional” de arma de fogo e a sua utilização “como último meio de defesa” pessoal ou de património. A licença prévia fica a cargo da PSP. Este novo diploma introduz ainda a figura do coleccionador de armas.
(
http://www.oprimeirodejaneiro.pt/, 23 de Agosto de 2006)

E ainda há quem diga mal do sistema legislativo nacional. Então não se vê tão bem que os homens estão mesmo a trabalhar? Sim senhora, esta lei já tinha barbas…1949, isso era lá no século passado, pois. O que é que o pessoal da era dos Rambos fazia com uma lei destas? A malta agora quer é armas, pá. PUM neles! PUM! Então eu ali no condomínio mesmo ao pé do bairro dos grunhos, com a ladroagem de invejosos que anda por aí não havia de poder ter uma bazuca a postos? Isso é que era bom! Deixavam logo de estar a fazer número no desemprego. E agora com isto tudo se torna muito mais fácil: é só falar com a Ti Tété que tem um primo convexo que é irmão daquele granjola lá da PSP que o badameco passa-me logo ali a licençazinha num abrir e fechar de olhos. Leva-se o gajo a jantar, umas stripers mamalhudas, mais converseta e está no papo. Não, brincas, cá o Possidónio não está para brincadeiras e não é parvo nenhum… e depois até me posso dar ao luxo de lhes vender que sou coleccionador… “COLECCIONADOR”, chiça, fica-me mesmo a matar!
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(Reparem, amigos, no pormenor do título da notícia: Diploma promete mais segurança para uso e porte. Mas segurança para quem? Alguém me explica como é que as pessoas poderem mais facilmente adquirir armas e tê-las à mão, ao sabor das paixões humanas, pode significar mais segurança?)

Mais sobre "A estratégia da aranha" -3

O nosso, por razões de segurança, o funcionário camuflado da CML, deixou-nos mais um comentário anónimo. Por ser de interesse para todos aqueles que querem saber como funcionam as negociatas aqui o reproduzimos.
PS: Por uma questão de aspecto os links para as páginas referidas no comentário estão feitas directamente nas palavras ou frases. Cliquem e vão ver para melhor entenderem as “trapalhadas”.
Um obrigado ao nosso “Funcionário camuflado”

Como prémio por ter publicado - embora sem os links, o que é uma pena para quem lê -, dou-lhes mais uma (como já perceberam, sou o mesmíssimo funcionário que tem de estar camuflado):
Relativamente à construção ilegal da Infante Santo, gostava que dessem atenção a dois ou três pormenores.
O Bibi é que arca com as culpas todas. Mas isso é injusto: não é só ele. Na Infante Santo estão envolvidas as empresas Bragaparques e FDO: dois elefantes «cheios» de investigações da Judiciária. Mas estas, nem se percebe porquê, nunca passam disso: «investigações» … Se não acreditam, vejam bem.

1. Não é só o Bibi.
a) FDO tem parte na Infante Santo com Bibi.
b) FDO é dada como subsidiária da Bragaparques.
c) … e até constituíram em conjunto lá em Bragança uma empresa: «Posteriormente, a Câmara Municipal obrigou a empresa construtora a estar sedeada em Bragança, pelo que a «Bragaparques» e a “FDO” constituíram a “Parq B – Estacionamentos de Bragança”, com o capital social de 10 mil contos, para quem passaram a obra.» (in “A Voz do Nordeste”)
d) BragaParques é participada pela FDO.

2. Tem interesse ver também um Relatório do Tribunal de Contas de 2004 relativo à Câmara de Bragança:

O funcionário camuflado despede-se por hoje. Até breve...

Contribuição para o Echelon: Kwajalein, LHI

terça-feira, agosto 22, 2006

Cada tiro cada melro, cada cavadela sua minhoca

Ainda voltando ao assunto do despacho que determina que as novas contratações do Executivo deixam de ser publicadas em Diário da República, assinado pelo secretário de Estado da Administração Pública, João Figueiredo, veio o PSD brindar-nos com mais um exemplo de hipocrisia que o tem caracterizado. Ao “zurrar”, reclamando contra a lei, acaba a criticar-se a si próprio. Afinal foi o governo PSD/CDS quem fez, votou e aprovou a lei, na triste e não saudosa governação do fugitivo “Cara de Cherne”. Mais uma vez o partido de Marques Mendes perdeu uma excelente oportunidade para estar calado. Mais uma vez mostrou não ter nada de positivo para dizer, e ser demasiado pequeno para representar alternativa ao governo do José Sócrates.
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A desculpa do PS de que simplesmente se limitou a fazer cumprir uma lei já aprovada, também não “vende” muito bem, já que se ela esteve parada todo este tempo, bem podia esperar até que uma nova fosse votada.
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A triste conclusão que podemos tirar de tudo isto é que todas as leis são boas ou más consoante se está no governo ou na oposição.
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Contribuição para o Echelon: NATOA, sneakers, UXO

Qnde não há dinheiro não há luxos

O Ministro Correia de Campos resolveu restringir as despesas de administradores hospitalares.
"Esta medida surge cerca de um mês depois de o Hospital de Nossa Senhora da Oliveira, em Guimarães, ter adquirido três viaturas de alta cilindrada, de marca Audi, para uso pessoal dos administradores, numa altura de forte contenção financeira na instituição.
Ao que o DN apurou, alguns dias antes da aquisição dos automóveis os responsáveis da administração reuniram-se com os vários serviços do hospital para informar sobre as dificuldades financeiras existentes. A todos foi pedido contenção nos gastos. Qual não foi o espanto dos técnicos quando, dias depois, viram que, afinal, havia dinheiro para três novos automóveis de uso pessoal."
in "Diário de Notícias "
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Perante a atitude do Ministro, o presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, saiu em defesa dos seus associados, afirmando que estes não violaram a lei, que as despesas podem ser moralmente criticáveis, mas são legais.
Embora estranhando o facto de gente que se comporta desta maneira se mantenha nas suas funções, tendo sido só sujeitos a um raspanete, mais preocupado fico, quando oiço o Presidente da APAH dizer que esses actos administrativos são legais.
Até acredito que, este autentico desastre automobilístico o seja, mas certamente, há muito que passou a hora de deixar de o ser. De que estão à espera para fazer uma lei que todas estas mordomias, seja nos hospitais, nas empresas públicas ou em qualquer outro serviço em que tenha sido criado o “tacho” de administrador, acabem (aqui incluo também as Câmaras e empresas municipais). Até aos ministros deveriam ser retirados os luxos a que “legalmente” têm direito, mais que não fosse como exemplo para os outros. Quem sabe o tamanho da nossa “crise” diminuísse consideravelmente.
Sempre ouvi dizer que, “onde não há dinheiro não há luxos”.
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Contributo para o Echelon: spies, IWO, eavesdropping

Palavra de Gato

-Não, mas é que esse pessoal humano está mesmo a andar de cavalo para burro.
- São o maior inimigo que enfrentamos, irmãos.
- Sabes os que aconteceu lá no meu sítio? Uma mãe gata teve gatinhos e uns humanos mal-encarados que não os queriam ali desataram à mangueirada neles. Apareceu uma velha que levava baldes de lexívia e detergente para atirar neles. Mesmo malvada, a bruxa humana. Mataram a mãe e todos os filhos, menos um que foi salvo pelo senhor engenheiro, aquela única boa pessoa que conhecemos aqui por perto, dos que estão já em vias de extinção como nós.
- Disseram que era por causa da gripe das aves... Entram em histeria por causa da doença das aves. O que fazem agora aos gatos é o mesmo que farão em relação ao vizinho do lado quando o virem com a tal gripe.
- Olha mano, essa gente é toda tarada. Esse mundo chegou a um ponto… com a perversão desses humanos que se matam e se violentam uns aos outros. Imagina o que nos fazem a nós...
- Atropelam, capturam e matam, invadem nossos espaços com aqueles prédios de betão...
- Envenenam-nos, afogam-nos, exterminam-nos…
- Como fazem a eles mesmos…
- O humano é mesmo um bicho imoral e anti-natura…
- Puta que o pariu!

Mais sobre "A estratégia da aranha"

Recebi um comentário, de um anónimo, no post “A estratégia da aranha” que publiquei recentemente sobre a adjudicação de algumas obras por parte da Câmara Municipal de Lisboa. Aqui o publico com um agradecimento ao “Anónimo” que o fez:
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Sou o mesmo funcionário da CML que «não dorme em serviço» e que vos forneceu estas pistas, mas que não se pode identificar. Se não, até me comem vivo…
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Sobre Fontão de Carvalho, há muito mais para ver e concluir:
caneiro de Alcântara (um pouco mais de 2 milhões de €)
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Ou um pouco mais:
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Voltando a Fontão:
Verdade se diga, Fontão não participa em votações em que esteja em causa a Alves Ribeiro.
Dois exemplos:
Queiram ver as
votações das propostas 530 e 531
Mas já não assim noutros casos: ver as
propostas 701. 704 e 705
E há um caso estranho em 2002 mas que radica em 2001:
Viaduto Eixo N / S: 4,5 M € Disse Pedro Pinto na altura: «… Fontão de Carvalho exarou despacho favorável».
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Bom. Isto já vai longo. Mas… E se eu lhes der mais uma dica?
Mas não sei se vale a pena. Ninguém faz nada… Mas aí vai:
É sobre o
caso da hasta pública dos terrenos de Entrecampos onde antes estava a Feira Popular (outra falha que é um escândalo: ninguém quer saber de o Povo de Lisboa ter perdido o seu local de divertimento popular por excelência para dar lugar a negócios e mais negócios imobiliários. E ninguém pede contas a esta maioria. Mas, adiante…).
Nesse caso, o 3º candidato, a empresa Alves Ribeiro (agora já toda a gente sabe que o sr. Alves Ribeiro é sogro de Fontão de Carvalho, o vice de Carmona) diz que vem associada com a Alrisa. Mas essa é uma empresa da Alves Ribeiro. A Liscenter, não sei. Mas na CML toda a gente sabe que a Alrisa e a Alves Ribeiro, SA, são a mesma coisa. Até circulam os sítios da net onde se vê bem isso. E «Al» é de Alves; «ri» é de Ribeiro; «sa» é de SA. Se não acreditam, vejam que até o endereço é o mesmo:

segunda-feira, agosto 21, 2006

Assinou só porque gosta de assinar

"Os portugueses vão deixar de poder saber quem é que o Governo contrata. Um despacho do secretário de Estado da Administração Pública, assinado em finais de Julho, determina que as novas contratações do Executivo deixam de ser publicadas em Diário da República."
In Sic Online
Desta forma, uma lei aprovada pela Assembleia da Républica ,ainda no tempo do Durão Barroso, começava então a ser aplicada, ficando todos nós sem a possibilidade de saber quem, para quê, e por quanto, o governo contratava novos funcionários.
Quando a coisa começou a ser mal recebida, em conferência de imprensa, o secretário de Estado da Administração Pública, João Figueiredo, afirmou que “ o que está em causa não são as nomeações para gabinetes, para a Função Pública ou por escolha, são os contratos individuais de trabalho” e acrescentou que, até ao final do ano, o governo vai aproveitar a reforma do sistema de vínculos, carreiras e remunerações para propor que todas as contratações sejam publicadas.
Resumindo, o homem assinou, para a lei poder ser aplicada, e depois vem dizer que pretende modificar a lei daqui a uns tempos. Entretanto também a lei, deixa de ser aplicada a todas as nomeações, para passar a ser sómente para os contratos individuais de trabalho. Uma grande trapalhada que merece algumas perguntas:
Se não concorda com lei porque assinou o despacho?
Porque não manteve tudo como estava até fazer aprovar a nova lei?
Será que havia gente para nomear, em segredo, neste espaço de tempo?
Será que pensam que nós somos todos parvos?

Contributo para o Echelon: Electronic Surveillance, MI-17

O Expresso chega ao seu destino?


Esta fotografia apareceu naquilo que cada vez mais se parece com a revista "Caras" que um jornal de grande informação. Ainda me lembro, quando andava na minha vida liceal, no antes-25 de Abril, de assistir à expectativa e ao interesse que criou quando se iniciou a sua publicação. As suas posições mais liberais conseguiam ser uma voz menos alinhada neste cinzento país. Depois chegou a ser o maior jornal de referência, apresentou investigação e detonou escândalos políticos. Alguns altos e baixos, para nos últimos tempos andar pelas ruas da amargura. Triste, sem interesse, sem opiniões que realmente contem arrasta-se para um conflito com o novo "Sol" que se aproxima. Neste desespero publica na capa a fotografia do Sr. Silva e esposa a colher figos, algo de realmente importante, sem duvida, mas só para eles quando os fossem comer. Com, cada vez mais a vida privada dos "Vipes", e menos notícias com interesse, aproxima-se a cada novo número de uma revista cor-de-rosa. E nem necessitei de falar dos cartazes da "floribela" que oferecem semanalmente.
Nem nós aqui no WeHaveKaosInTheGarden temos aceitado baixar, o nosso já muito baixo nível, a esse ainda mais rasteiro nível. Só para o provar, há muito que tínhamos na nossa posse uma fotografia do casal na apanha dos melões, meloas e abóboras, que a Maria tinha plantado na horta que criou nos jardins do palácio, e nunca procurámos aumentar o número dos nossos visitantes com a sua publicação. Para que não nos chamem mentirosos aqui fica ela.


Contribuição para o Echelon: Kwajalein, LHI

A pessoa do Souto Moura

Adaptado do quadro "Fernando Pessoa" de Almada Negreiros
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Tanto desta pessoa já enjoa
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domingo, agosto 20, 2006

Sua Majestade o Rei de Portugal

Nunca tinha passado por aqui este "figurão" da nossa sociedade e, não sei porquê, apeteceu-me fazer-lhe o boneco. Por pior que esteja, por mais corrupta que seja, por menos que nela me reveja, não trocaria este regime por um com tal "sapo" no trono. O melhor é realmente deixá-lo numa daqueles festarolas a dizer para as televisões que "eu e a minha Isabelinha andámos nas bricadeirinhas e vamos ter mais uma Infanta que se vai chamar Maria, mais uma porrada de nomes e, de Bragança". Sempre nos vai fazendo rir e deu mais um boneco para a contra-informação. E, já agora para o WeHaveKaosInTheGarden também.
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Contributo para o Echelon: Electronic Surveillance, MI-17

Os medos de Vasco Pulido Valente

Vasco Pulido Valente escreveu no Jornal Público e eu copiei de o Jumento:
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Bush e Blair, sem apoio doméstico e em plena derrota no Afeganistão e no Iraque, recuaram; e da sombra saiu o sinistro Chirac. A Europa e a América decidiram de repente que a pequena querela entre Israel e o Hezbollah (um assunto local) não interessava particularmente ao futuro do mundo. Apesar do 11 de Setembro e de tudo o que a seguir aconteceu, o Ocidente não consegue levar a sério a ameaça do islamismo, como levou a sério a do comunismo. No fundo, o homem comum não acredita que uma civilização fracassada, miserável e medieval possa prevalecer contra a majestade da Europa e da América. Talvez sim. Mas pode, entretanto, empurrar a Europa e a América para um desastre difícil de imaginar e de reparar. Com a derrota de Israel, esse desastre ficou mais próximo.”
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Ele é que escreve estas coisas, mas depois ainda dizem que eu é que sou paranóico. Ah pois é, tá-se mesmo a ver não está. Pois, eu é que sou maluco, Sou, não sou? Claro que sim.
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Contributo para o Echelon: spies, IWO, eavesdropping

sábado, agosto 19, 2006

O Poker partidário do PSD

No dia em que o PSD vai fazer a sua “rentrée” oficiosa, em virtude de o seu Secretário-geral preferir ficar a banhos, aqui fica um retrato da família real que se posiciona no ataque ao trono. Com cartas marcadas como estas não se espera um jogo limpo e ainda falta ver qual os trunfos que cada um tem na manga.
António Borges, joga cautelosamente de Londres e colocando na mesa um bluff de “nomes do melhor que há em Portugal”. Até hoje nada fez que mereça crédito, felizmente, já que é um liberal do piorio.
Manuela Ferreira Leite, muito ligada a Cavaco, joga em conluio com o Borges, mas ainda se está para ver se, quando chegar o dia de mostrarem as cartas, não vão tentar “depenar” o parceiro. É que no fim só um pode ganhar.
Morais Sarmento, um “Barrosista” tem alguns trunfos mas também a fragilidade que o próprio Durão representa ao ter “fugido” para Bruxelas, deixando um “inimaginável” Santana Lopes como primeiro-ministro. Isto não se faz ao país e pode vir a arredá-lo do jogo.
Luís Filipe Menezes, um aprendiz de Santaninha tem contra si, o facto de ter fugido da luta com Marques Mendes no último congresso. Um sinal de fraqueza que lhe pode vir a sair muito caro no futuro. Provavelmente nem irá a jogo na altura de mostrar as cartas.
Helena Lopes da Costa joga actualmente na equipa de Marques Mendes. Se por lá se manterá ou mudará as suas opções de jogo se verá mais tarde.
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Tomar posição

Uma coisa que me tem espantado (e inquietado) é o abstencionismo da maior parte dos intelectuais e dos artistas em relação aos conflitos mundiais. Guerras, injustiças, violações dos direitos humanos, poderes corruptos, o planeta posto em risco e nem um rumor, nem uma reacção forte por parte dessas ilustres figuras públicas. Como se hoje em dia tomar partido contra fosse um crime a evitar, nesta nossa época das meias tintas. Ninguém tem a ousadia e a coragem de aproveitar a mediatização de que usufrui enquanto figura pública, ninguém aparece a dar a sua opinião frontal sobre seja o que for. As aparições destas figuras de renome limitam-se, salvo raras excepções, a aparecer para serem fotografadas ou, noutros casos para dar uma banal entrevista de circunstância. Em Portugal, um país tradicionalmente acobardado, este facto é ainda mais evidente. Apenas me lembro neste momento de um artista que dá a cara a favor de uma causa – a Guerra do Iraque – à qual se tem dedicado de corpo e alma. É ele José Mário Branco, “do Porto. Muito mais vivo que morto.”
Hoje, porém, descobri que há mais gente do que eu pensava empenhada em rebelar-se contra factos seus contemporâneos que consideram importantes e dignos de uma intervenção. Veja-se esta carta aberta. Para que serve, a um artista ou a uma outra personalidade de influência, receber um prémio pelo seu valor humano se depois se cala perante os mais graves conflitos mundiais que atingem proporções cada vez mais hediondas.
Como pode, por exemplo, passar impune aos olhos do mundo o desolador espectáculo do desastre ecológico provocado pela guerra entre Israel e o Líbano, que contaminou o Mediterrâneo e que em breve chegará às praias de outros países que nem sequer estão implicados no conflito? Resumir tudo isso a uma notícia passageira? No mínimo haveria que apurar as causas e os danos e fazer com que os estados responsáveis fossem globalmente obrigados a apagar o rasto de destruição deixado pelas suas acções ofensivas e desrespeitadoras de toda a Humanidade.

Uma boa noticia para Oeiras

Três juízes desembargadores do Tribunal da Relação de Lisboa antevêem que Isaltino Morais, a sua irmã Floripes Almeida e o ex-jornalista Fernando Trigo serão condenados pelos crimes de corrupção passiva, branqueamento de capitais e abuso de poder. "Os elementos factuais constantes dos autos, fortemente sustentados em termos de prova indiciária, colocam-nos perante condutas delituosas de elevados graus de ilicitude e de culpa, fazendo antever como muito prováveis futuras condenações".
No acórdão, os desembargadores fizeram questão de dizer que, estando Isaltino Morais indiciado por "vários crimes no exercício da gestão autárquica", o facto de continuar como presidente da Câmara de Oeiras é uma situação que "ultrapassa a capacidade de compreensão do normal mas honrado cidadão".
Retirado de uma notícia do
Diário de Notícias

Sem querer apontar já o dedo da culpa a Isaltino de Morais, já que todos somos inocentes até prova em contrário, a verdade é que parece que o cerco se aperta. Uma vez mais vou tentar confiar na justiça para esclarecer este caso, ilibando os inocentes e castigando os culpados. Esperemos é que as teias da lei não se mostrem muito esburacadas, como já tem acontecido noutros processos envolvendo figuras públicas, e o peixe não fuja todo por ai. De uma vez por todas há que tentar dar confiança aos cidadãos relativamente à justiça em Portugal e mostrar que o crime não fica impune.
Politicamente e a nível da gestão autárquica não concordo com o Isaltino. Oeiras merece mais e melhor do que aquilo que tem sido feito. Estou farto de obras inúteis para “encher o olho” aos cidadãos, enquanto aquilo que realmente era necessário ser feito fica adiado de mandato em mandato, talvez porque não é grandioso e espalhafatoso. Chega de construção caótica e desenfreada, como tem acontecido, sem haver qualquer cuidado com as acessibilidades e o estacionamento. Chega de promessas mentirosas que depois nunca se concretizam. Chega da falta de respeito que tem mostrado para com os cidadãos, nas Assembleias a que tenho assistido, ora faltando ora chegando atrasado e sempre sem uma única palavra de desculpas. Chega de Isaltino na Câmara de Oeiras.

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sexta-feira, agosto 18, 2006

Desempregados de todos os países: UNI-VOS!

Nos últimos dias o governo tem veiculado a informação de que o desemprego está a descer no nosso país, baseando os números optimistas nos dois últimos trimestres e comparando-os com os do ano passado. Toda a gente sabe que nos meses que antecedem o Verão e durante a época de maior turismo, esse fenómeno é normal ocorrer, assim como é sabido que nos trimestres posteriores o desemprego volta a disparar. Trata-se de trabalho sazonal, precário e de curta duração. Uma vez terminada a época alta, as pessoas, na maior parte dos casos jovens que aceitam durante o período das férias trabalho ocasional, retomam as suas vidas. É por isso inaceitável que esse decréscimo fictício no número de desempregados seja usado para fazer propaganda do governo. Mas pior do que isto são outros métodos pouco honestos que estão a ser usados para falsear os números. Sei de quem tenha recebido um envelope do Centro de Emprego em plena época de férias, com um destacável para devolver ao respectivo centro caso a pessoa continuasse interessada em se manter inscrita como desempregada. No caso de o destacável não ser devolvido nos dez dias seguintes, a pessoa seria automaticamente retirada do Centro de Emprego. Este procedimento é absurdo por vários motivos: primeiro o desempregado inscrito no Centro de Emprego tem como dever participar ao centro que arranjou emprego e, se não o fez, deve continuar a ser considerado desempregado; segundo, porque não é durante o período de Verão, quando as pessoas se ausentam das suas residências que devem ser contactadas pelo correio. Em muitos destes casos, é provável que os sobrescritos tivessem ficado os dez dias numa caixa de correio que ninguém viu e que por esta via obscura muitas pessoas tenham ficado fora dos Centros de Emprego onde antes haviam perdido uma manhã inteira à espera da sua vez para se inscreverem, saindo de lá sem grandes expectativas de emprego. Tanto trabalho para se inscreverem; tanta facilidade para serem excluídas… é desta forma que as estatísticas animadoras com que hoje nos acenam foram conseguidas? Alguém aí acredita que de há um ano para cá foram criados em Portugal mais 48 000 novos postos de trabalho? Tudo mentira!

Considero hoje os desempregados a classe não-trabalhadora mais importante para a contestação das políticas neo-liberais. Os desempregados são hoje o novo calcanhar de Aquiles do capitalismo. Para eles não há soluções concretas, apenas deploráveis truques de prestidigitação como estes que hoje se propagandeiam. Os desempregados são cada vez mais e tendem a aumentar; os desempregados já não podem ser vistos como uns vadios que não querem trabalhar: todas as classes trabalhadoras correm hoje o risco de verem os seus postos de trabalho extintos de um dia para o outro devido a uma mera reestruturação com vistas a tornar a sua empresa mais competitiva e mais lucrativa; os desempregados hoje em dia não são só as pessoas de pouca instrução ou de deficiente formação profissional. Muitos são licenciados, com experiência profissional, com conhecimentos de línguas e informáticos. Pessoas válidas que se encontram marginalizadas por não serem boys, ou por não terem padrinhos ou por não serem eternamente jovens. Na verdade, as novas oportunidades que o governo apregoa que visam empregar licenciados nas empresas em regime de estagiários destinam-se apenas a jovens cujo prazo de validade não ultrapassa os 35 anos. Os outros, mesmo obedecendo a todos os requisitos ficam excluídos, mesmo tendo concluído a licenciatura há menos de um ano e apresentando uma considerável experiência profissional.

É por isso que considero que os desempregados são a nova força de contestação para fazer frente às políticas neo-liberais. São muitos, são aptos, estão disponíveis a participar em todas as formas de luta, não têm nada a perder. Só precisam de se organizar. O ideal seria a criação de uma organização que contactasse e congregasse a crescente massa de desempregados, que se revelasse capaz de os mobilizar para todas as formas de luta possíveis e imaginárias, já que os trabalhadores estão demasiado comprometidos para o poder fazer. Os trabalhadores temem hoje a greve, o abaixo-assinado, a contestação. Temem perder os seus empregos já tão instáveis e encontram-se cheios de dívidas, comprometidos pelos empréstimos que contraíram. De mãos e pés atados, não é com eles que se pode contar para reivindicar ou contestar seja o que for. Os desempregados, pelo contrário, estão livres, disponíveis e desesperados, nada mais têm a perder.

Desempregados de todos os países: UNI-VOS!

As férias dos políticos

Uma questão que sempre estranhei é este facto de, chegado o verão, todos os nossos políticos fecharem as portas e ala que vou apanhar sol. Compreendo que, como a maioria dos portugueses, gostem de “ir para o Algarve” em busca de um espacito para estender a toalha. Claro que eles podem esticar uma toalha bem maior que o comum dos mortais, mas no final querem o mesmo que todos os outros. Também compreendo que a oposição resolva descansar nesta altura embora não entenda muito bem de quê. Coitados andam para ali de um lado para o outro, a ler jornais em busca de algo que possam atirar ao governo e mais uma coisa ou outra. Uma entrevista, para os mais mediáticos, uns levantares de braços na Assembleia nos “trabalhosos dias de plenário” e pouco mais. Mas, se querem ir de férias, podem e ninguém notará a sua falta.
Já quanto ao governo me parece que as coisas não deviam ser tanto assim. Isto de deixar um Ministro para tratar de tudo e todos os outros irem a banhos é mais estranho. Por exemplo não sei, nem procurei saber, se a Ministra da Educação se está a queimar dentro ou fora do ministério. Será que, preocupada com todos os problemas que um novo ano lectivo traz, ficou a trabalhar antes do seu início, ou também pensou, “é Agosto tenho tanto direito como os outros de ir nadar”.
Aqui certamente que as opiniões se dividem. Para os mais liberais, políticos e comentadores, faz muito bem em estar de férias como eles. Disseram mal dela, é verdade, por causa daquela coisa dos exames e de mais uma ou outra coisita, porque tem de ser, mas lá no fundo gostam dela. “Está a fazer um bom trabalho e a fazer as reformas que se impunham”. Se perguntarem aos pais, desesperados com horários de trabalho cada vez mais “liberais”, sem hora de chegarem a casa e sem terem quem fique com os filhos após a escola, qualquer aumento de tempo lectivo é visto como uma bênção. Para os alunos, esta ministra ou outra qualquer é igual, mas, também, para os professores é bom que ela esteja de férias. Lá, não está a “lixá-los” com novas ideias e há sempre a possibilidade de se afogar. Já agora, para mim, tanto faz uma coisa como outra, se considero que aquilo que está a fazer não é mais do que o executar da politica que qualquer outro politico de direita faria. Parece-me, no entanto, que a poucos dias do início das aulas devia estar a verificar se tudo está tratado e a correr bem, mas provavelmente só iria fazer mais confusão. Realmente lá no fundo, é bom que vá de férias, fique lá no seu cantinho e aproveite para meditar naquilo que tem feito. Se ficar chateada com isso também não faz mal, ela merece.
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Em férias do Pontal

Marques Mendes ausente de festa laranja do Pontal que nos últimos anos, tem marcado a rentrée política do PSD.
"É a primeira vez em 31 anos que um presidente do partido não participa no evento", diz Mendes Bota.
Quando pensamos no Marques Mendes, descobrimos que existem aqueles que gostam dele, segundo consta parece que é só o porteiro e fala-se da senhora da barraca de jornais lá do bairro, aqueles que não gostam, que parecem ser todos os militantes do PSD, e depois aqueles que, como eu, o olham com alguma indiferença por haver alguma dificuldade em o vermos, de tão escondido que anda.
Considero no entanto que faz bem em não comparecer na festa de Pontal. Interromper as férias para se ir meter num ninho de víboras, onde ninguém gosta dele (nem o porteiro nem a Senhora dos jornais vão estar presentes), e correndo ainda o risco de lhe espetarem uma faca nas costas é demasiado. Por lá vai andar o Menezes, o Sarmento e desejado o Borges. Deixe-se estar deitado ao sol que ninguém vai dar pela sua falta.
Também Cavaco Silva não vai marcar presença, e embora haja quem diga que é pelo facto de ocupar ao cargo que ocupa, outros já falam que ele teria muito mais vontade de estar presente na festa da rentrée do Partido Socialista, mas a Maria o terá proibido de ir. “Oh Aníbal, tem vergonha, o que as pessoas não iriam pensar”, terá dito já com uma lágrima ao canto do olho.
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quinta-feira, agosto 17, 2006

A ESTRATÉGIA DA ARANHA

Os escândalos na Câmara Municipal de Lisboa parecem não ter fim. Só por si, os casos Infante Santo e assessores por via de clientelas políticas, parecem constituir matéria para questionar judicialmente a manutenção do mandato. Mas, o favorecimento e compadrio parecem não acabar na CML. A Câmara Municipal de Lisboa, apesar de parecer contrário do Tribunal de Contas, decide um conjunto de adjudicações directas, de dezenas de milhões, ao grupo Alves Ribeiro. Sucede que Carlos Miguel Fontão de Carvalho é Vice-Presidente da CML e, casado com Rita Maria Alves Ribeiro Fontão de Carvalho, presidente do seu Conselho Fiscal do grupo e filha do patrão.
Os indícios de conluio são claros, e urdidos a partir de uma verdadeira estratégia de aranha, numa lógica que se tem revelado impune, mas que mina a democracia política.

Jorge Matos
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Contribuição para o Echelon: Kwajalein, LHI

Porque hoje é quinta-feira

Porque hoje é quinta-feira, dia da reunião semanal entre eles, e hoje mais que noutra qualquer quinta-feira, é também uma reunião com todo o sentido do reencontro, da reaproximação, de um perdoo-te, sem saber muito bem o quê ou o porquê. Afinal só se passaram quinze dias desde o ultimo momento em que estiveram juntos e nada mais tinha acontecido que viagem em serviço. Que aconteceu de concreto por lá que possa configurar uma traição. Uma mão dada a outro numa fotografia, um sorriso noutra, nada que realmente seja motivo para preocupação. Afinal, está ali, voltou, assim como a felicidade para partilhar nesta e noutras quintas-feiras até que o destino os separe. E hoje é quinta-feira.
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O descanso dos Malvados

Ai está um ser que bem necessita de alguma paz e descanso. Não que o mereça, já que aquilo que defende e diz não passa de verborreia ao nível do pior que a direita têm. Deste ano, ficam na memória as suas afirmações de que o terrorismo é uma invenção da esquerda e a sua preocupação quanto aos jovens utilizarem camisolas com a figura de Che Guevara, a quem considera como “o maior assassino do século XX”.
Se é verdade que a alternativa no seu partido não prime por ser em nada melhor, com o Paulinho das Feiras a preparar o seu regresso, esta figura é demasiadamente patética para ter tempo de antena nas nossas televisões e jornais.
O melhor mesmo é aproveitar estes dias de férias que não vai ter muitos dias calmos na “rentré” que se aproxima, embora se saiba que, mais dia menos dia, nada mais restará dele no Largo do Caldas que uma fotografia na galeria dos ex-lideres do CDS.

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quarta-feira, agosto 16, 2006

SOCRATINA TOUR

Com base num desafio de Diana F., a propósito da citação "Sócrates é o Mick Jagger da classe média portuguesa: fá-la acreditar que o consumo, como a juventude, ainda é possível como há anos atrás" de Fernando Sobral, no "Jornal de Negócios", de 16-08-2006. A fotografia foi gentilmente “cedida” pelo Mick Jagger.
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As expectativas em relação à Socratina eram parcas. Mas não desiste, numa perfomance muitas vezes caquéctica, mas sempre “on the road”, como os Rolling Stones. Mas, até nos mistérios mais simples da natureza encontramos a explicação para este desempenho. O nome de família da Socratina (planta) é Loranthaceae, planta angiospérmica, logo com flor, e por acaso pertencente à ordem Santalales. A natureza não só é perfeita (contemplação vitalista), como prediz muita coisa!
Mas, mais perfeita ainda do que parece! A ordem a que pertence esta família desenvolve embriões com dois cotilédones (ou até mais). Assim, a explicação política e científica (digo eu) para a ligação embrionária com a Múmia de Boliqueime não é só um facto de conjuntura política, mas uma invariante da ciência (botânica. Claro!)

A análise política quotidiana parece estar na botânica (flores!). Antes fosse um revivalismo hippie!

P.S. O grupo inclui mais de 940 espécies, classificadas em 70 géneros e espalhadas por um largo espectro político.

A natureza é perfeitíssima!

Jorge Matos

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Contributo para o Echelon: Electronic Surveillance, MI-17

O descanso dos Malvados

Aqui está o "descanso de um malvado" que acaba por não o ser tanto como isso. Afinal, quando está de férias vê-se tanto como quando não está, ou seja não se vê. Este Marques Mendes, pela sua dimensão como homem e como político acaba por ser invisível aos olhos dos portugueses. Numa ânsia de aparecer, lê muitos jornais, em busca de factos para atacar o governo, tendo o “azar” tremendo de escolher sempre os errados para o fazer. Com um bando, silencioso mas corrosivo, a morder-lhe os calcanhares, dentro do seu próprio partido, lá vai andando aos saltinhos qual bobo da corte, fazendo as suas momice. Um homem só, que até para um piquenique a única companhia que consegue é a das formigas, tão trabalhadoras e irritantes como ele consegue ser. Grand’a noia.
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Contribuição para o Echelon: Kwajalein, LHI

O descanso dos Malvados

Até a Maria, parece ter-nos abandonado à nossa sorte, neste vazio verão português. Talvez por influência daqueles que vai vendo desfilar pelos corredores de Belém, também a Maria resolveu tirar as suas férias neste mês de Agosto. Atirou o pano de pó para um canto, pousou o balde e a esfregona e deitou-se calmamente num saudoso repouso dos dias em que o Silva só tinha olhos para ela, e em que o Sócrates nada mais era que um mero militante da Juventude Social-democrata. “Mesmo quando foi Ministro do ambiente, o Aníbal nunca lhe prestou qualquer atenção, e agora... como eram bons aqueles tempos”.

Quem passe pelo Palácio, ficará certamente admirado com o pó e o desleixo que lá encontrará. Não reconhecerá aquela residência, sempre tão limpa, tão brilhante e imaculada. O pó cobre os “naperons”, as estatuetas em estilo grego e o Galo de Barcelos que está sobre aquela fonte que colocaram na nova marquise que fizeram, em alumínio, na primavera passada. Quando terminar este período de repouso muito vai a Maria ter de trabalhar para lhe restaurar o esplendor e lhe dar aquele ar asséptico tão a seu gosto.
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terça-feira, agosto 15, 2006

O descanso dos Malvados

O inquilino de Belém também anda a Alentejanar pelos Algarves dormindo sob as sombras das arribas da praia dos Coelhos. Descansando de um mandato em que pouco ou nada de importante tem feito, a não ser dizer lugares comuns e a armar-se em Madre Teresa falando do Roteiros dos pobrezinhos, o Sr. Silva continua a permitir os tristes espectáculos de um Souto Moura calado e de um João Jardim desbocado. Fazendo olhinhos a Sócrates lá vai tramando a sua teia com a "tarântulas" Ferreira Leite, o abutre António Borges e o bando de ratazanas que o os rodeiam. Com o que sonha, muito se tem especulado, mas coisa boa, sendo ele quem é, não é certamente.
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O descanso dos Malvados


Também o Paulinho das feiras nos abandonou neste verão. Nem mesmo o seu patético "Estado da Arte" se aguentou a todo este calor e foi de férias. Já o podemos imaginar, toda esparramada na cama, ainda com o cheiro a after-shave na almofada do lado, a ler livros do Vasco Pulido Valente e a descobrir coisas como a de que "o terror começou com a Revolução francesa". Podemos esperar por mais pérolas de sabedoria, como esta, no inicio da próxima temporada.
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O descanso dos Malvados

O repouso do malvado Sócrates, que nem para nos apresentar um Simplex, ou um aumento da idade da reforma, abandona as suas férias.

Estou farto deste verão, na política e na blogosfera. Os políticos, vão-se esparramar para as praias dos Algaves deste mundo, não falam nem fazem nada. Se, para as nossas vidas de cidadãos que vivem em Portugal, isso é bom, para nós, pobres blogopatas, viciados da blogosfera, só resta o desespero da "ressaca". Não há notícias, não há factos, não há afirmações bombásticas, não há nada. Os outros blogs vão de férias e abandonam-nos aqui num mundo infinitamente vazio.
Não me resta nada mais que a nostalgia de épocas em que o Santana falava, o Cavaco se babava e o Paulinho andava a en-fard’ar lá prós lados do Largo do Caldas e a esperança de que um ainda venha a publicar o seu livro, o outro retome a tradição de comer Bolo-rei e o Portas se abra de novo aos portugueses pelas feiras deste país.
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segunda-feira, agosto 14, 2006

O nosso Medecine man

"Nunca vou a um SAP nem nunca irei"
Correia de Campos, Ministro da Saúde,
explicando que aqueles serviços não têm
condições suficientes.

in"Visão"
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O nosso Grande Chefe dos "Medecine man" portugueses informa-nos que nunca utilizará os SAP (Serviços de Assistência Permanentes), pelos quais é responsável, por considerar que não têm condições suficientes. Eu, e mais a maioria dos cidadãos deste país, que os temos de utilizar, consideramos que quem não tem consideração por nós é você e que com afirmações destas tem menos condições para ocupar o cargo que ocupa que os próprios SAP. Isto, independentemente da falta de condições que muitos destes também têm.
Utilizar esta falta de condições dos SAP, para justificar o seu encerramento também não é correcto nem honesto. A sua tarefa é de dar condições aos serviços que não os têm, já que nem todos têm hipóteses de recorrer à caríssima medicina privada.
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Um Americano Inteligente?

Quem diria que um ex vice-presidente de Bill Clinton ainda me viria a surpreender positivamente até prova em contrário? Ao agir publicamente e favor da causa ambiental, procurando alertar a Humanidade para a ameaça das mudanças climáticas, Al Gore converte-se aos olhos dos media no “profeta ecológico” da nossa era. Propondo alterações e reajustamentos a cada um de nós em geral e aos dirigentes políticos em paricular, Al Gore procura obter o apoio global para a inversão do sentido do actual quadro de esbanjamento desenfreado e inconsequente dos recursos com que se depara a Humanidade. Como fazê-lo - eis o eterno dilema. E como qualquer dilema economicista que se preza, duas vertentes: a crise e a oportunidade: “…todas estas crises abrem oportunidades, e a crise do clima não só é uma das mais perigosas e com a qual nunca nos confrontámos, como também uma das maiores oportunidades que se nos apresenta para uma mudança positiva, que solucione a crise ao mesmo tempo que melhora a nossa vida.”. Al Gore tinha já atrás referido que “o peso de uma mudança deve ser repartido, tal como as oportunidades que se apresentam. Por exemplo, temos a oportunidade de pôr em marcha um grande programa para fabricar combustível a partir do etanol da celulose…” .
Espero sinceramente que este senhor, que tem a possibilidade de lançar a campanha através do filme An Incovenient Truth, no qual se mostra ao mundo a eminência da catástrofe provocada pelas mudanças climáticas, esteja cheio de boas intenções e que disponha de bases científicas para afirmar que ainda há tempo para deter essa catástrofe. Oxalá continue a dar provas do seu empenho em mudar o mundo e que todo este entusiasmo seja real e que não se venha a resumir a uma troca de papéis, num jogo de poderes e interesses entre crise e oportunidade. Em crise estaria então o modelo económico actual do neo-liberalismo imperialista que os nossos dirigentes aqui do burgo apoiam e procuram imitar apesar da crise que eles próprios nos atiram em cara; em ascenção estaria todo um outro mundo de oportunidades que se abriria face à global reestruturação dos recursos, inclusive os financeiros, ou seja todo um novo universo de negócios e investimentos .
Só o tempo nos dirá se Al Gore está realmente a investir na oportunidade que afirma ainda possível de manter o planeta e a Humanidade, ou se, pelo contrário, as suas boas intenções se converterão apenas em novas formas de oportunismo com o propósito de enriquecer outros homens.

(aconselha-se a leitura integral da entrevista de J.M. Martí Font a Al Gore, em exclusivo El País/Visão, Visão de 3 a 9 de Agosto de 2006).

Um Marcelo nuclear

Sendo, Marcelo Rebelo de Sousa, um professor e um político sem grandes registos dignos de nota, até parece que hoje resolvi fazer uma “vendetta” contra ele. No entanto, foi o próprio quem criou a necessidade de escrever posts consecutivos acerca da sua pessoa.
Primeiro tinha feito a sua cara nos “Retratos Assimétricos”, depois li o seu artigo sobre o Marcelo Caetano para, já esta noite, o ouvir em mais uma das suas “conversas em família”. Aí, defendeu a necessidade de todos os países democráticos (onde considerou a Rússia e a China), se unirem às facções Norte Americanas, para apoiar o bombardeamento ao Irão e assim o impedirem de criar armamento nuclear. Bombardeamento esse que até poderia ser realizado com, pasme-se, armamento nuclear.
Quero pensar que, depois de Hiroshima e Nagasaki, não haja quem considere sequer essa possibilidade, muito menos o Marcelo. Mas que o disse, é um facto, e que devia vir retratar-se disso, uma necessidade.
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domingo, agosto 13, 2006

O Padrinho Marcelo

No Expresso desta semana, e evocando os 100 anos do nascimento de Marcelo Caetano, o outro Marcelo, o Rebelo de Sousa, escreve um artigo em que o elogia nas suas vertentes pessoais, profissionais e politicas.
Sendo filho de gente apoiante e colaboradora do regime salazarista e apadrinhado por tal personagem, Marcelo Revelo de Sousa, teria tido um futuro garantido nesse regime, assim como conseguiu ter neste, sobretudo a partir do momento que o 25 de Abril perdeu a sua cor e se confunde cada vez mais com o cinzento marcelista do Caetano. Compreende-se facilmente que, a nível pessoal e de relação entre as famílias, o elogie, já que, deve ter tido todos os empurrões” que necessitou. Se a nível académico já se pode colocar uma maior dúvida, quanto às suas posições como ideólogo do regime e da Mocidade portuguesa, a nível político choca ver defender tal personagem. Houve, na altura, a esperança de uma “Primavera Marcelista”, com um abrandamento do regime fascista, mas a verdade é que isso nunca aconteceu, com a manutenção da guerra colonial, da censura, da polícia política, da prisão e da tortura para os opositores do regime. Marcelo, o Caetano, foi um ditador, e não adianta tentar branquear este facto.

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Caras da mesma cara

Retratos Assimétricos
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A guerra dos hipócritas



“ A FRANÇA E OS ESTADOS UNIDOS CHEGARAM A ACORDO SOBRE CESSAR-FOGO. Este foi o título de vários jornais e estranhamente não se refere a uma guerra entre estes dois países, mas sim da guerra Israel – Hezbollah. Isto depois de, durante quase um mês, os EUA terem andado a “engonhar” para fazer o favor a Israel de lhes dar tempo para destruir todo um país. Esta hipocrisia custou a vida a milhares de civis, mulheres e crianças, em ambos os lados do conflito, embora em percentagens impossíveis de comparar. Entretanto, e apesar deste acordo e da resolução para um cessar-fogo aprovada pela ONU, a guerra, a destruição e as mortes continuam.
De hipocrisia em hipocrisia, é ao fim de 30 dias de horror que veio hoje o Cavaco vomitar a necessidade de parar com a guerra e calar as armas. É ao fim de todo este tempo que vêm agora, aqueles que se mantiveram calados perante a barbárie, mostrar a sua cara de preocupação. Hipócritas de merda que, se tivessem alguma vergonha na cara, rastejavam de volta para o buraco onde estiveram escondidos até agora, e calavam-se. Para saírem teriam que confessar o seu arrependimento e vergonha pelo seu silêncio. Para saírem teriam de pedir desculpa às famílias de todos os mortos neste massacre em que tão culpado é quem premiu o gatilho como quem se calou perante isso.
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