Andava eu à procura de umas imagens para mostrar os candidatos do PSD quando me saltou à vista uma do velho “Carrossel Mágico”. Alguns ainda se devem lembrar de quando passava ao fim da tarde na velha RTP. A série era ligeiramente “aparvalhada” e talvez por isso me lembrei logo ali que o Santana teria de ser o “Saltitão”, a Manela Ferreira Leite só poderia ser a “Anica” e para o papel de “Tio Realejo” elegi o Pedro Passos Coelho. O coelho cantor o “Dylan” ficou destinado ao Patinha Antão e no de “Ambrósio” o tal de “Neto da Silva”, tão lenta deve ir a sua campanha. Claro que ainda falta o artista principal, o “Franjinhas” papel que assenta que nem uma luva Bicho da Madeira, o João Jardim. Agora ponham lá esse carrossel a andar para que a palhaçada a sério comece.
Contributo para o Echelon: 15kg, DUVDEVAN
Se há quem chore de alegria porque não haveremos de rir de tristeza. Todas as imagens deste blog são montagens fotográficas e os textos não procuram retratar a verdade, mas sim a visão do autor sobre o que se passa neste jardim à beira mar plantado neste mundo, por todos, tão mal tratado. A pastar desde 01 Jan 2006 ao abrigo da Liberdade de Expressão.
quarta-feira, abril 30, 2008
O Carrossel Mágico
Casa onde não há pão este governo não tem razão
Talvez fosse agora uma boa altura para explicarem porque andaram a destruir a produção agrícola deste país. Talvez seja uma boa altura para saber porque pagam para arrancar oliveiras e Portugal tem de importar azeite. Talvez seja uma boa altura para nos explicarem essa ideia das quotas para garantir o preço aos alimentos. Talvez seja uma boa altura para perguntar porque razão aceitamos que a Europa nos andou a pagar para nos tornarmos mais dependentes da importação em produtos alimentares. Talvez seja uma boa altura para mandar bugiar todas estas regras e imposições que nos chegam da Europa e começarmos a produzir o que queremos e nas quantidades que queremos. Nenhum país pode ser independente se não puder alimentar os seus cidadãos. Se este governo e esta classe politica toda que por aí anda a mostrar que são mais Europeus que Portugueses não passar a incentivar a produção e continuar a abater a agricultura deste país, talvez seja a altura de os tirarmos dos seus poleiros e colocar quem se preocupa com aquilo que é fundamental; a pobreza, a miséria e a fome que se advinham se nada for feito.
Contributo para o Echelon: Electronic Surveillance, MI-17
Eles comem tudo, eles comem tudo
O principal conselheiro militar das Nações Unidas no Kosovo , o major-general Raul Cunha criticou o processo de transição da ONU para a Eulex, a maior missão de sempre da União Europeia e que já foi rejeitada pela minoria sérvia no Kosovo que levará muito tempo a aceitar a presença europeia no território, ou mesmo, se calhar esta nunca será aceite. "Se calhar só pela força é que vão aceitar uma situação destas"
A União Europeia pode de estar a fragilizar a ONU não só no Kosovo, mas também em todo o mundo, pela forma como está a entrar neste país, que recentemente se tornou independente.
"Não digo que o fez deliberadamente, mas para servir os interesses de alguns países da União Europeia, dos grandes da União Europeia, que têm aqui interesses estratégicos nacionais, está a estragar-se muita coisa positiva". Raul Cunha não escondeu também o seu desacordo com o investimento europeu de quatro mil milhões de euros, 80 por cento dos quais em capacity building e consultadoria. "Na prática, dos quatro mil milhões de euros, houve logo 3,250 mil milhões que voltaram à base. Ou seja, a União Europeia paga como um todo, mas há dois ou três países da UE que estão aqui a ter lucro"».
Contribuição para o Echelon: Kwajalein, LHI
terça-feira, abril 29, 2008
Não há crise
«A Comissão Europeia deixou ontem um alerta sobre a crise alimentar. Nas previsões de Outubro, esperava uma subida de 10% no preço da comida em 2008. Agora diz que o aumento será de 39% por causa da especulação – o pior será sentido na primeira metade do ano, com um salto homólogo superior a 54%. Esta tendência é verificável nos números mais recentes – o ‘Food Price Index, medido pela Organização das Nações Unidas (ONU) para a Agricultura e a Alimentação, subiu 57% em termos homólogos em Março.»
Contributo para o Echelon: spies, IWO, eavesdropping
Assalto à 35ª Esquadra
Contribuição para o Echelon: NATOA, sneakers, UXO
Manuela's Baby Parte2
«”O partido não é respeitado, da forma como foi em 34 anos de história”. “A culpa é de todos; é do partido”»
O PSD, partido de alterne deste pais, a par com o PS e com a mãozinha do CDS, são os grandes responsáveis pelo desemprego, pobreza, miséria e pelo crescimento da corrupção e compadrio que nos assolam. Enquanto for gente desta que trace o destino deste país o futuro continua a ser negro, o futuro continua a exigir que unamos as nossas vozes e as nossas vontades para correr com eles.
Contributo para o Echelon: 15kg, DUVDEVAN
segunda-feira, abril 28, 2008
Quem é que é oportunista?
«O presidente do Comité Olímpico de Portugal (Vicente Moura), classifica como "oportunistas" os que defendem um boicote aos Jogos Olímpicos de Pequim 2008, devido às questões do Tibete e dos direitos humanos na China, considerando que uma decisão dessas não beneficiaria o povo chinês.»
in [Público]
Contributo para o Echelon: Electronic Surveillance, MI-17
O Inverno Marcelista
Marcelo Rebelo de Sousa declarou apoiar Manuela Ferreira Leite por ser a candidata que reúne mais condições para ser primeira-ministra. Nas sondagens e "para o eleitorado", disse, a ex-ministra, que tem experiência governativa e uma imagem "de rigor, competência e credibilidade" é a melhor posicionada para disputar umas legislativas.
Pelos vistos tudo o que conta é ganhar eleições, não interessa quem, como ou com que programa. Escolhem-se líderes pelas sondagens e não pelas ideias.
Houve uma época, quando o “Botas” caiu da cadeira e um tal de Marcelo chegou a Primeiro-ministro que se falou da esperança de uma “Primavera Marcelista”. Nunca chegou e 40 anos depois vem um outro Marcelo oferecer-nos, para correr com este “Botinhas” que nos governa, um “Inverno Marcelista” propondo a Manuela Ferreira Leite para Primeiro-ministro. Será que este país nunca mais tem um verão do povo?
PS: Depois de fazer o post e de o publicar, ao olhar para a imagem este poema da Natália Correia, "Queixa das Almas Jovens Censuradas" não me saía da cabeça e pedia para que aqui o escrevesse. Alguma razão deveria haver pelo que fiz-me a vontade.
e uma alma para ir à escola
mais um letreiro que promete
raízes, hastes e corola
Dão-nos um mapa imaginário
que tem a forma de uma cidade
mais um relógio e um calendário
onde não vem a nossa idade
Dão-nos a honra de manequim
para dar corda à nossa ausência.
Dão-nos um prêmio de ser assim
sem pecado e sem inocência
Dão-nos um barco e um chapéu
para tirarmos o retrato
Dão-nos bilhetes para o céu
levado à cena num teatro
Penteiam-nos os crânios ermos
com as cabeleiras das avós
para jamais nos parecermos
conosco quando estamos sós
Dão-nos um bolo que é a história
da nossa historia sem enredo
e não nos soa na memória
outra palavra que o medo
Temos fantasmas tão educados
que adormecemos no seu ombro
somos vazios despovoados
de personagens de assombro
Dão-nos a capa do evangelho
e um pacote de tabaco
dão-nos um pente e um espelho
pra pentearmos um macaco
Dão-nos um cravo preso à cabeça
e uma cabeça presa à cintura
para que o corpo não pareça
a forma da alma que o procura
Dão-nos um esquife feito de ferro
com embutidos de diamante
para organizar já o enterro
do nosso corpo mais adiante
Dão-nos um nome e um jornal
um avião e um violino
mas não nos dão o animal
que espeta os cornos no destino
Dão-nos marujos de papelão
com carimbo no passaporte
por isso a nossa dimensão
não é a vida, nem é a morte
Contribuição para o Echelon: Kwajalein, LHI
O Menu do Inspector da ASAE
«Cada inspector tem de detectar 124 infracções, levantar 61 processos de contra-ordenação», abrir «oito processos-crime, fechar ou suspender o funcionamento de pelo menos seis estabelecimentos» e ainda «fazer duas detenções».
Em declarações à TSF, António Nunes disse que «não há nenhuma orientação, nunca houve e nem poderia haver», porque «quando se desenvolve determinado tipo de operação num determinado sector, os inspectores não sabem o que vão encontrar». «Não me parece que haja objectivos dessa tipologia que possam ser fixados», frisou, adiantando que «quando muito pode-se apenas falar em resultados esperados em comparação com os anos anteriores».
Vivemos num país com leis ridículas importadas de uma Europa, aprovadas e agravadas por deputados que se querem mostrar ainda mais papistas que o papa e vigiados por policias e autoridades que utilizam métodos cada vez mais pidescos.
Já agora uma pergunta ao Sr. ASAE. Quantas inspecções já foram feitas este ano aos casinos para ver se a lei do Tabaco está a ser devidamente aplicada?
Contributo para o Echelon: spies, IWO, eavesdropping
domingo, abril 27, 2008
O Socialista da treta
Já aqui o afirmei repetidamente, aquela que é a minha opinião sobre o Sócrates; não gosto dele, por o considerar falso, mentiroso, sem carácter e por discordar totalmente do caminho liberal e Bildbetguiano para que nos arrasta. Estes são os sentimentos que sinto por ele num qualquer dia em que nem saiba o que está a fazer. Quando o ouço discursar estes sentimentos transformam-se em náusea e desprezo. Isso aconteceu hoje, quando o ouvi na rádio a discursar, penso que no Barreiro, terra de tradições operárias e de luta contra o antigo regime. Chorava-se de desde sempre o Partido Socialista ser atacado pelos partidos à sua esquerda, desta proposta de alteração de lei do trabalho ser maravilhosa e de quem o criticava só o fazer por maldade, que os contratos colectivos com mais de 10 anos deviam caducar, numa série de verborreia ascorosa que metia dias de dispensa para ir ao banco e coisas do género.
Este dito Engenheiro, que apresenta leis destas, vem depois chorar lágrimas de crocodilo com as saudades de ser chamado de camarada, e jurar por todos os santinhos que é um verdadeiro socialista.
Ele, mas também toda a direita anda preocupada com a politica de direita deste governo. Não por não gostarem dela, mas pelo espaço que isso está a abrir na esquerda do eleitorado PS e que obrigatoriamente será preenchido pelo BE e pelo PCP. É a direita e os seus comentadores de serviço que já falam abertamente das políticas de direita do Sócrates e lamentam que o PS esteja a perder a sua característica de tampão à esquerda, papel que lhe estava destinado e para o qual há muito foi designado. Está preocupada a direita e está preocupado o Engenheiro com medo que esses votos lhe possam vir a fazer falta e, 2009. Vêm por isso aí tempos, em que o vamos ouvir falar dos direitos sociais e dos trabalhadores. Não acreditem nele, é tudo mentira, é tudo falsidade. Este PS é neste momento o pior inimigo de todos nós. Este PS está a fazer as politicas que a direita nunca teve coragem de fazer. Este PS deve ser derrotado nas próximas eleições e o Sócrates entrar na galeria dos ex-lideres partidários. Vá ser comissário, alto-representante ou qualquer outra coisa, mas lá fora, longe daqui. Aqui já estamos mais que fartos dele e das suas histórias. Já fez mal que chegue a este país.
Contribuição para o Echelon: NATOA, sneakers, UXO
Em fim de carreira
"Por outro lado, e com todo o respeito pela dra. Manuela Ferreira Leite, a idade é um posto mas também é um facto. Apresentar-se como candidata à liderança de um partido de poder aos 68 anos não é, certamente, o projecto de vida ideal para uma avó babada como Ferreira Leite. E, certamente, revela que, mesmo na eventualidade de derrotar Sócrates em 2009, a ex-ministra não terá um projecto para duas legislaturas, uma vez que em 2013, terá 73 anos."
A Manelinha até podia ter só 18 anos que em nada alteraria a opinião que tenho do que seria tê-la como Primeiro-ministro. Mais do mesmo a que nos habituou quando foi Ministra das Finanças do Durão barroso e aumentou os impostos, congelou salários, vendeu o erário publico e no fim nada resolveu deixando tudo tão mau ou pior que antes. Espero que a memória deste povo não seja tão curta que não se lembre de todo o mal que fez. Para múmia já nos basta a de Boliqueime que assombra Belém.
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Eleições no PSD
Anda essa gente toda à procura de um candidato para o PSD, discutem, zangam-se, e não se entendem. Será que anda tudo cego? O Candidato está aí à frente de todos, crescido e formado na Juventude Social-Democrata, com experiência governativa e que não deixa dúvidas quanto às suas politicas liberais e de direita. Até tem a característica de ser mentiroso, trafulha e habituado a trafulhices. Não se está mesmo a ver que o melhor líder para o PSD seria o Engenheiro Sócrates. Até a manutenção deste país no regime de alterne estava garantido. Quatro anos a governar e a dar benesses aos boys do PS, depois quatro anos a governar e distribuir tachos pelos galifões do PSD. Melhor candidato não há.
Contributo para o Echelon: Electronic Surveillance, MI-17
sábado, abril 26, 2008
Miss Gulch ou a Bruxa má do Oeste?
Há personagens que, vistas e revista na nossa juventude, se tornaram numa espécie de modelos a quem associamos as ideias muitas das bondades e maldades das pessoas. Há filmes que criaram diversas dessas imagens e um carregadinho delas é o Feiticeiro de OZ. Para além da irritante Dorothy, a menos interessante de todas, temos um Leão sem coragem, um homem de lata em busca de um coração e até um espantalho em busca de um cérebro. Para não falar do feiticeiro em si e das malvadas “Wicked Witch” de Este e Oeste. Foi em busca de uma imagem delas, que tão bem representariam a Manuela Ferreira Leite que encontrei esta da Miss Gulch, a malvada vizinha que queria fazer mal ao pobre Totó, o cãozinho da Dorothy. Na prática ela e as bruxas são uma e a mesma pessoa, com a diferença de esta ser antes de a Dorothy bater com os “Cornos” no chão e ficar a “tripar”.
Já devem ter percebido que quando fiz o boneco da Manela era para fazer um post muito diferente, mas foi a própria imagem, (ou o tufão do filme), que me fez mudar de rumo e resultar nisto. Ainda faltou aqui a “estrada amarela”, mas esse um caminho que as bruxas Manelas não querem que percorramos. Essa é só para quem tem entrada no maravilhoso castelo do malvado feiticeiro de Oz.
Contribuição para o Echelon: Kwajalein, LHI
O Tubarão do Atlântico
Ainda há esperança. O Tubarão, saido das profundezas do Atlântico pode atacar a qualquer momento quem se lembre de andar por aí. O Jardim ainda pode vir a ser candidato à liderança do PSD. Realmente só lá falta o Bicho da Madeira para o espectáculo estar garantido. Não sou grande amante de circo, mas esta palhaçada quero assistir na primeira fila.
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Um cravo para o Abril de amanhã
Hoje ouvi o Sr. Silva, o mesmo que considera que usar o cravo, símbolo do 25 de Abril e da liberdade que floriu nesse dia, é algo a evitar, vem queixar-se que os nossos jovens não sabem quantos países tem a União Europeia, quem foi o primeiro Presidente da República eleito, nem se o primeiro governo saído de uma votação teve maioria absoluta. Só faltou mostrar-se indignado por haver jovens que saibam de cor o número de votos que ele teve no lugar de Cudelas no ano de 1983. Mais importante que fazer esse discurso vazio e tão vazio como têm sido todas as suas intervenções, cheias de falsos conteúdos, palha para alimentar comentadores e Cavaquistas, seria demonstrar a importância da liberdade e do respeito pela vontade de um povo. Um cravo vermelho seria uma maior contribuição para explicar este dia que todas as palavras ocas que disse.
Mas, não se preocupe o Sr. Silva que estes jovens já certamente começam a sentir na pele as razões que fizeram Abril, a fome, a miséria, a indignidade e o poder de alguns sobre todo um povo explorado. Não se preocupe o Sr. Silva que quando Abril voltar a passar por este país, estes jovens que nada sabem sobre esse dia 25 vão aprender tudo num jorro de alegria e vão percorrer as ruas deste país a jurar que “aldrabões" no poder, nunca mais. Esperemos é que sejam melhores do que aquilo que nós fomos, que sejam mais espertos e não se deixem enganar como nós deixámos. Que peguem o seu futuro nas suas mãos e não o confiem a gente que não presta, gente como aquela que nos fez ser hoje uma sombra de tudo o que o 25 de Abril prometeu. Gente como o Sr. Silva.
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sexta-feira, abril 25, 2008
Salgueiro Maia - O herói do Abril silenciado
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25 de Abril....de luto e em luta
Cantava o Chico Buarque em 78 (como tão pouco tempo depois já os cravos murchavam)
Fiquei contente
E inda guardo, renitente
Um velho cravo para mim
Já murcharam tua festa, pá
Mas certamente
Esqueceram uma semente
Nalgum canto do jardim
Por isso deixei de estar em festa e passeia a estar de luta e em luta. Em luta contra a mentira, contra um futuro sem futuro, contra um país uma vez mais adiado. Estou em luta porque acredito que ainda restará em todos uma semente daquele dia. Estou em luta porque, quem viu este povo nas ruas no dia 25 de Abril de 74 não pode deixar de acreditar, de saber, que quando ele vai reacordar. Nesse dia voltará a haver festa, pá.
Contributo para o Echelon: Electronic Surveillance, MI-17
O nosso obrigado ao Marcelo
Não sei se é oficial e cavalheiro, mas que é oficialmente Candidato isso é. Todos nós que neste país triste necessitamos de ouvir anedotas e dar umas gargalhadas, agradecemos.
quinta-feira, abril 24, 2008
Um par imperfeito
Aquilo por Belém deve andar uma excitação enorme.
- Tu já viste Maria, se a Manelinha fosse eleita para primeiro-ministro. Ia-mos poder recebê-la cá no Palácio todas as semanas, tu fazias um cházinho enquanto tínhamos agradáveis discussões de economia. Ia ser tão agradável.
- Isso querias tu. Era só o que me faltava que a Manuela viesse meter-se cá no palácio todas as semanas a fazer sala e eu ter de andar a fazer chá e bolinhos. Sabes que de manhã tenho muito que fazer, com as compras, as limpezas e fazer o almoço.
Realmente para o Sr. Silva deve ser uma perspectiva interessante que a Manuela Ferreira Leite derrotasse o Sócrates. São do mesmo partido, têm ideias idênticas sobre a economia, são amigos e até conseguem ser parecidos ao serem os dois muito feios. O pior seria quando, com o passar do tempo, a economia continuasse a estar em crise como o sistema obriga que esteja. O Sr. Silva ficaria certamente preocupado com a proximidade de um primeiro-ministro contestado e que estivesse demasiado colado à sua pessoa. Os votos que isso o poderia fazer perder. Entre a amizade e os votos provavelmente acredito que escolheria perder uma amiga.
- Sabes Maria, estive a pensar e se calhar é mesmo melhor que a Manelinha não venha a ser Primeiro-ministro. Tu já tens tanto que fazer que ela cá sempre metida em casa ia atrapalhar-te muito. Par não falar do que iam dizer as más-línguas de ela estar sempre a entrar e a sair. Afinal ainda vou ter de aturar o Sócrates por mais quatro anos.
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Lopes, Santana Lopes
Para grande pena minha parece que afinal não vamos ter o Bicho da Madeira como candidato à liderança do PSD. Ia ser um espectáculo e a garantia de assunto para fazer muitos bonecos. Vamos ter de nos contentar com o Menino Guerreiro o que também não é mau. Basta ver que ainda não é candidato e já as televisões e jornais o perseguem quando vai mictar à casa de banho. Imagens vistas, surrealistamente anunciadas como se de algo importante se tratasse e vista e revista. A palhaçada continua.
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O Tratado de Judas
A Assembleia da Republica aprovou, com os votos a favor do PS, PSD e CDS aprovou o Tratado de Lisboa que deverá ser agora ratificado pelo Sr. Silva em Belém. Um dia triste para a democracia e para Portugal. Este acto de “traição” destes “Migueis de Vasconcelos” do século XXI, que oferecem muita da nossa soberania à revelia da opinião dos portugueses, a quem não deram a possibilidade de se manifestar. Só um pequeno reparo a três afirmações do “Judas” mor de toda esta história. A primeira ao associar esta votação ao 25 de Abril e para lhe dizer que pelo menos tenha o decoro de não nos ofender ainda mais do que aquilo que tem feito. Não foi, certamente, para perdermos os nossos direitos de soberania que foi feito o 25 de Abril. O segundo, para mostrar mais uma hipocrisia deste Engenheiro ao afirmar que agora os portugueses já apoiam esta forma de ratificação do tratado porque já o entendem. Como pode dizer isso se em todo este tempo o tratado não foi discutido nem debatido em público e, há alguns meses, foi exactamente a complexidade (que lhe colocaram propositadamente para o tornar quase ilegível ao comum dos mortais), o argumento para justificar a não realização do referendo. E como se pode arrogar o direito de dizer o que os portugueses querem ou não querem sem lhes perguntar? Esse discurso já o ouvi muitas vezes no tempo da “outra Senhora” em que sempre nos diziam o que podíamos e devíamos pensar. O terceiro e talvez o mais importante é a legitimidade de que arroga esse Engenheiro de ratificar o tratado na AR, baseando-se na premissa de os deputados serem os representantes dos cidadãos. Efectivamente representam os cidadãos que votaram naquilo que foi dito antes das eleições, quando o PS criticava e dizia as suas alternativas às políticas Barrosoistas e Santanistas. Representam os cidadãos que votaram nas promessas feitas na campanha eleitoral. Quando utilizam esses votos para fazer exactamente o contrário daquilo que prometeram, os deputados perdem toda a legitimidade. Prometeram um referendo e isso força a que toda a legitimidade só possa estar na sua realização. Prometeram baixar os impostos, mas encontraram uma situação económica muito mais grave do quer tinham imaginado. A única solução legítima seria a de dizerem que não tinham condições para governar de acordo com o que tinham prometido e demitirem-se. Como canta o Rui Veloso, “o prometido é devido”.
Nesta época em que reinam, em que a história está a ser escrita por estes servos do poder, são cantados como grandes governantes e grandes heróis deste país. Mas a verdade vem sempre ao de cima e um dia a história os há-de colocar no lugar que merecem, escondidos dentro de um armário antes de serem descobertos e defenestrados. Condes de Andeiro e Miguéis de Vasconcelos já tivemos que baste neste país.
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quarta-feira, abril 23, 2008
1001 maneiras de ser despedido
Foram ontem apresentadas as novas propostas do Governo para alterar a lei laboral. A intenção, dizem eles, é flexibilizar mais os horários de trabalho e lutar mais contra o trabalho precário. Desta vez não estão a mentir. Ainda não li todas as mediadas de flexibilização que propõem e só conheço aquelas que foram faladas nas noticias. Nesta flexigurança à portuguesa a flexibilidade parece estar lá toda, não me lembro é de ter ouvido falar nada da parte da segurança. Luta-se contra a precariedade do emprego dizem. Quem tiver trabalhadores a prazo ou pagos a recibo verde vai ter de descontar para a segurança social uma parte do que antes era suportado pelo trabalhador. Parece fixe, não parece? Para a combater ainda mais esse flagelo, até vão dar benefícios fiscais às empresas que só tenham trabalhadores com contrato definitivo. Também parece bom, não parece? Só que nem sempre o que parece é, porque se pensarmos um bocadinho podemos perceber que tornando o despedimento livre, acaba para os patrões a necessidade de fazerem contratos a prazo. Todos passamos a estar contratados a prazo, ao prazo que o patrão quiser e desejar. Não lhe lambeste bem as botas, rua. Queres o quê? Aumentos? Rua. Hoje não podes ficar a trabalhar até mais tarde porque tens que ir buscar os teus filhos à escola? Rua. Não admira que os patrões gostem da ideia e aplaudam as medidas do governo. Passam a ter todos os trabalhadores com a prática dos precários e ainda vão ganhar uns benefícios fiscais.
Agora está na hora de ir ler a proposta desta lei e começar afazer contas à vida. Não ao dinheiro, que esse já é pouco e já sabemos que não chega ao fim do mês, mas ao que vamos ter de fazer no trabalho e quais os direitos que vamos deixar de poder usufruir. Não por serem proibidos mas porque podem irritar o patrão.
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Dia Mundial do Livro
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As tácticas do Marcelo
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terça-feira, abril 22, 2008
A Maça bichada
- Vamos lá ver. O que é a negociação? A negociação não pode significar, é bom que não signifique, a perda daquilo que são os pontos de partida, os pontos de referência. O Ministério da Educação, pelas razões que já lhe disse, considera muito importante reestruturar a carreira em duas categorias: professor e professor titular.»
“Entrevista da Sinistra Ministra no CM”
“As coisas não pararam, têm o seu tempo de desenvolvimento nas escolas e as escolas, como eu tenho dito e reafirmei sempre, estão a trabalhar no desenvolvimento do modelo e da sua aplicação”.
Depois de ler estas declarações da Sinistra não posso deixar de me questionar como se pode assinar um acordo com esta gente e ter uma vitória? No início do próximo ano lectivo não vai estar tudo igual ai que estava no início de 2008? Já agora, quando se desbaratou uma união dos professores como nunca tinha sido vista neste país, como se pensa lutar contra as politicas da Sinistra Ministra? A única esperança que nos resta é ser ano de eleições.
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Guerras intestinas I - Patinhas vs Patológica
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O Susto, o Medo...o Horror
Segundo a comunicação social, por ser verdade ou por ser bom para as audiências, deu como certo o regresso do espectro Manuela Ferreira Leite. O susto, o medo, o horror. Só de imaginar um Cavaco Presidente e uma Ferreira Leite como Primeiro-ministro é um cenário de fazer qualquer um fugir para muito longe.
segunda-feira, abril 21, 2008
Morreu Cavaco Silva
O Cavaco Silva Morreu. Descobri isso quando o ouvi falar e descobri que ele já não existe e o seu corpo está possuído pelo espírito do “Presidente da Republica”. Eu que sou maluco, e como aqui já disse várias vezes sofro de alucinações, desde o primeiro momento que olhei para o Cavaco, imediatamente ali vi a imagem de uma “Múmia”, neste caso a de Boliqueima. O homem morreu e agora quem fala por ele é a imagem de um Presidente da Republica.
– O Presidente da Republica não deve fazer isto, o Presidente da Republica não deve falar sobre aquilo, o Presidente da Republica não deve comentar nada que seja dizer mais nada que não seja, está um lindo dia. O Cavaco já não existe, foi totalmente possuído por este espírito presidencial.
Só falo disto porque há uma questão que me parece essencial para o futuro deste país. Que sentirá a Maria quando, na cama, olha para o lado e já não vê lá o seu Aníbal, mas o Presidente da Republica? Será que faz parte das funções de um Presidente da Republica cumprir as obrigações matrimoniais do Sr. Silva? Será que findo os seus mandatos, o Sr. Silva não vai acusar a Maria de ter andado a dormir com outro, com um tal de Presidente da Republica? Não haverá aqui um caso de bigamia?
Ps: Este post é a prova que ando mesmo sem imaginação e sem saber o que fazer. Ando farto desta politica e desta gente. Ando farto de ver esta gente fazer o que quer e sair sempre a ganhar, enquanto a grande maioria da gente deste país, perde todos os dias um pouco da sua digidade e da esperança.
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As lições do Professor Martelo
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O Camarada
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domingo, abril 20, 2008
O Canto da Camarada Sereia Rosa
Ontem andei aqui às voltas a pensar escrever um post sobre a festa de aniversário do PS e do discurso do Engenheiro. Todas as minhas ideias para a imagem me saíram mal, (já me começa a faltar a imaginação para retratar esta gente sempre igual) e também acabava sempre a dizer o que já disse e redisse vezes demais.
A ideia que retive desse discurso foi a de um sorridente Sócrates a dizer que já tinha saudades de ser chamado de “camarada”. Duvido que tenha saudades de tal coisa e, quem só é amigo e solidário consigo próprio, não merece ser tratado dessa forma. O que procurou fazer foi um discurso a olhar para o seu lado esquerdo, para aqueles que o acusam de insensibilidade social e de defender os valores do liberalismo capitalista e que se está bem borrifando para todos nós. O Engenheiro sabe bem que nas próxim, as eleições o maior perigo à sua maioria absoluta não vem da sua direita, com um PSD esfrangalhado e sem conserto e um CDS mais interessado em apanhar umas laranjinhas do quintal do vizinho que em apanhar as rosas socialistas. É à sua esquerda que está o problema, com muita gente farta desta politica de tudo dar a uns e nada a outros. Fartos deste discurso das novas politicas sociais que nada mais são que a institucionalização da pobreza, a aceitação da inevitabilidade de muitos terem de viver ao nível da miséria. Fartos dos discursos prepotentes e de um autoritarismo que não víamos desde os tempos do “Botas” e do Cavaco. Fartos da mentira, do engano e da injustiça social, da perda de direitos e de poder de compra. Fartos dele. As últimas sondagens parecem mostrar isso mesmo e são o BE e o PCP os partidos que parecem ganhar mais força e sobem nas intenções de voto. Espero que, uma vez mais, este nosso povo não se deixe enfeitiçar por este canto da sereia, por mais estas mentiras e aldrabices. Espero que tenham a memória do que tem sido a sua governação e que lhe atirem à cara com um enorme “Não”, nas próximas eleições. Eu, pelo meu lado não me vou cansar de lembrar a todos, seja aqui no blog, no trabalho, nos transportes, nos cafés, nas ruas em todo o lado, daquilo que foi a sua governação. Há que manter viva a memória e não deixar que medidas eleitoralistas façam esquecer o inferno dos últimos anos. É que ter camaradas como o engenheiro, não obrigado.
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E voilá
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Um post que não o é
Fiz esta imagem já há uns tempos com a intenção de responder a um comentário e para aqui tentar montar a escola que vejo a ser construída, peça a peça e que resultará na criação, não de verdadeiros cidadãos, mas sim de servos de um sistema capitalista. Embora já tenha começado a escrever esse post, isso obriga a ir buscar muitas peças soltas e mostrar qual o aspecto final depois de tudo montado. Confesso que não tenho tido vontade para me lançar a tal trabalho, ando cansado e sem paciência para isso. Fica a imagem, o texto ficará para uma altura em que me sinta com coragem para o fazer.
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sábado, abril 19, 2008
Vozes de burro não chegam ao céu
ESCLARECIMENTO A PROPÓSITO DE TÍTULO DESCONTEXTUALIZADO PUBLICADO NO "JN" EM 16/4/2008
Mário Nogueira,Secretário-geral da FENPROF
Sem referir o contexto em que me exprimi, o Jornal de Notícias referiu, em título de primeira página, no dia 16 de Abril, uma reacção em que afirmei "vozes de burro não chegam ao Céu".
A descontextualização da afirmação deixou a ideia de me estar a referir a quantos tinham manifestado desacordo com o conteúdo do designado "Memorando de Entendimento", o que é falso.
Na verdade, esta afirmação dirigia-se aos que, reprovavelmente, colocaram em causa a honestidade e integridade dos dirigentes sindicais, quer levantando suspeitas, quer, mesmo, afirmando que existiriam "moedas de troca" aceites, em alguns casos sendo usados documentos que foram rejeitados pelos Sindicatos.
Foi confrontado com estas acusações que reagi daquela forma e não devido a críticas ou posições de colegas que, legitimamente, discordam das organizações sindicais. Essas posições merecem-me o maior respeito, sendo atentamente consideradas na minha reflexão.
Apesar de não ser responsável pela forma como o referido órgão de comunicação social descontextualizou a minha afirmação, apresento o meu pedido de desculpas aos colegas que, por equívoco, se sentiram magoados. Já em relação aos que têm desenvolvido campanhas que visam denegrir a imagem e seriedade dos dirigentes sindicais, mantenho o que disse.
Já agora aproveito para referir que este acordo, que o Mário Nogueira considera como uma vitória para os professores e que mostra que lutar vale sempre a pena, pode ter efeitos muito nefastos para todo o sistema sindical. Com os trabalhadores já cansados de ver as suas lutas não terem as compensações esperadas, verem uma classe profissional finalmente unida e a conseguir resultados, a terem finalmente uma vitória e esta ser transformada num mero acordo que não contempla nenhuma das suas mais importantes reivindicações, é desmobilizador. Poderão perguntar-se se valerá a pena. Eu continuo a acreditar que sim, que vale sempre a pena, afinal o mal não está nunca na luta, mas sim muitas vezes na estratégia e nas espectativas de quem a dirige.
Contribuição para o Echelon: Kwajalein, LHI
A equipa da Casa
Olhando para esta gente toda, estes ou os outros, não encontro nada que me possa dar esperanças de algo mudar para melhor neste país. Não que tivesse alguma de daquele lado alguma vez vir alguma coisa de bom (se nunca veio porque haveria de vir agora?), mas porque esta crise do PSD é a própria crise do liberalismo, sem respostas para os problemas que o próprio liberalismo criou. Nem a economia funciona e mostra resultados nem o seu “querido mercado” se equilibra ou regula. É a recusa da evidência da falha deste modelo e da sua incapacidade para criar alternativas. O pior é que a recusa em admitir dessa realidade faz com que continuem a entreter-nos com palhaçadas, enquanto aguardam que um qualquer D. Sebastião que surja do nada e os salve com um milagre divino. Muito pouco como projecto politico.
Contributo para o Echelon: spies, IWO, eavesdropping
A era dos charlatães
Olhando para as alternativas ao Luís Filipe Menezes não posso deixar de acreditar que o seu sucessor será o próprio, o não concorrente, Luís Filipe Menezes. Está mais que visto que ele já sabe que vai ser candidato, que já montou a “espontânea vaga de fundo” que lhe vai pedir para ser candidato. Tudo isto é esperado, não é novo e é mais do mesmo.
O mais patético de tudo isto é que as mentiras e os enganos são anunciados como naturais. O “não estou na corrida” é lido por todos como sou candidato. Esta gente mente, todos o aceitam como algo de natural. Esta tem sido uma das características da política actual, vive da mentira institucionalizada e da sua aceitação como facto natural. Só que não devia ser, devia ser rejeitada e penalizada por todos. Devíamos mandar estes aldrabões, porque é isso que eles são, trampolineiros, troca-tintas, mentirosos para fora da política. Mas, se o próprio Primeiro-ministro dá o exemplo, como não haverão os outros de se sentirem tentados s seguir o mesmo caminho. Vivemos na era dos charlatães.
Contribuição para o Echelon: NATOA, sneakers, UXO
sexta-feira, abril 18, 2008
Hoje estou triste
Ontem, ao ver as noticias, reparei que na capa do Correio da Manhã vinha uma fotografia da Sinistra Ministra a apertar a mão ao Mário Nogueira a selarem o acordo que acabavam de assinar. Ouvi depois que dali, o Mário Nogueira seguiu para uma reunião com o Procurador-geral da República, Pinto Monteiro, para falar da violência nas escolas. Não sei porquê, na minha cabeça, tudo aquilo fez sentido.
Mas adiante, hoje estou triste, triste por ler no blog "De luto e em luta" da amiga Moriae que ao fim de 12 anos vai sair do único sindicato a que pertenceu. Triste porque considero os sindicatos como uma arma importantíssima para todos nós, trabalhadores. Importante porque é um local de união, um local onde podemos juntar a nossa luta em busca de direitos e melhores condições de vida e de trabalho à de muitos outros. Triste porque por cada um que abandone um sindicato todos ficamos mais fracos. Nem sempre temos de estar de acordo com aquilo que um ou outro líder sindical defende e todos temos o direito de os confrontar, criticar e até substituir se isso se mostrar necessário, mas é importante não abandonar o barco. Não questiono nem critico a opinião desta amiga, ela lá terá as suas razões, mas temo que outros possam seguir o mesmo caminho. Estou por isso triste, mas também por me ter custado ver a forma demasiadamente zangada e no mínimo “agreste” de como os sindicatos reagiram às vozes discordantes da sua “estratégia” na assinatura deste acordo. Todos temos de assumir que não somos deuses, iluminados ou senhores de toda a verdade, todos podemos estar errados nas nossas opções e nas nossas escolhas. Todos temos de saber ouvir, mas também temos o direito a ser ouvidos. Por tudo isto, e se calhar por muito mais, hoje estou triste.
Contributo para o Echelon: 15kg, DUVDEVAN
Poor lonesome cowboy
Contributo para o Echelon: 15kg, DUVDEVAN
Barrigas de fome
Para uns a crise está aí, Portugal é uma economia aberta e não pode escapar ao destino a que a crise internacional o condena. Os representantes do grande capital, falam do apocalipse que aí vem, com o fim do empregos e até já propõem comer todos os fundos da EU, já de uma só vez. Apontam o dedo da culpa à política económica que defendem e de onde sempre foram os grandes”mamões”. A solução que vêm é, não arredar caminho, não a busca de soluções diferentes e de novos modelos, mas o avançar ainda mais pelo mesmo caminho. Lembro-me de ter lido há vários anos que, a gloriosa América, já não sei se eram 80 ou 90 por cento dos americanos, mas eram muitos os que já não tinham qualquer possibilidade de pagar os seus créditos no tempo de vida útil que lhes restava. Se isto já me parece ser economicamente impensável, a solução que foi encontrada é surrealista. Concedem-se mais créditos a essa gente para que possam ir pagando o que já não tinham dinheiro para pagar. É a fuga para a frente, o atirar o problema para depois.
Já as vozes oficiais, no governo e no Banco de Portugal preferem tapar os olhos, fingindo não ver e fazer o discurso do “está tudo bem”, “não se preocupem”. Estes podem falar assim porque se a coisa começar a ficar demasiado negra podem sempre ir-se embora e embarcar para um tacho europeu ou para um qualquer conselho de administração numa daquelas empresas a quem a crise só traz lucros.
Para a grande maioria esta história da crise não é novidade e já a sentem há muito tempo. O aumento do desemprego, da perda de direitos, do poder de compra, da miséria e da fome são uma realidade que conhecem bem no seu dia a dia.
Contributo para o Echelon: Electronic Surveillance, MI-17
quinta-feira, abril 17, 2008
O Ministro sem cadeira
Gostava imenso de ver a cara do Ministro quando entrar no seu gabinete e não tiver cadeira para se sentar. Este não vai ser um Ministro sem pasta, nem Primeiro-ministro, mas será certamente o primeiro Ministro sem cadeira.
Contribuição para o Echelon: Kwajalein, LHI
Sempre foi assim
Ontem falei de formigas, hoje vou falar de macacos. Li algures uma experiência feita com estes primatas que nos pode ajudar a pensar.
Numa sala onde existia um escadote e pendurado sobre ele um cacho de bananas, foram colocados cinco macacos. Sempre que um desses macacos tentava apanhar uma banana eram ligados jactos de água que fustigavam toda a macacada. Com o tempo, alguns começaram a perceber que não podiam apanhar bananas e começaram a bater naqueles que o tentavam fazer. Nessa altura um dos macacos foi substituído por um novinho em folha. Mal entrou na sala foi logo direitinho tentar apanhar uma banana e logo ali levou uma tareia dos outros quatro macacos. Tantas levou que também ele deixou de subir o escadote. Mais algum tempo e foi substituído um segundo macaco que também aprendeu, a apanhar tareias, que não podia mexer nas bananas, depois um terceiro e um quarto. Chegou o dia em que também o último dos macacos, que originalmente tinha sido colocado na sala, foi substituído por um novo. Também este sofreu na pele o seu desejo de apanhar uma banana apanhando tareias dos outros quatro. O interessante é que esses cinco macacos nunca chegaram a ser mangueirados nem sabiam porque razão não podiam colher bananas. Só sabiam que sempre tinha sido assim.
Quando olho para este mundo e para este país não sou capaz de deixar de me perguntar porque razão continuamos a aceitar que alguns nos digam o que devemos fazer e mesmo assim se mantenha a pobreza e miséria. Porque continuamos a ser enganados todos os dias e nada fazemos para mudar a situação? Será que a resposta “porque sempre foi assim” nos satisfaz?
Contributo para o Echelon: spies, IWO, eavesdropping
quarta-feira, abril 16, 2008
O Risco
Eu, senti-me como esta formiga quando a CGTP reuniu no Parque das Nações 200 mil manifestantes num dia em que ali ao pé, no Pavilhão Atlântico, os líderes europeus se reuniam para combinar a aprovação do Tratado de Lisboa. Só havia umas pequenas barreiras metálicas, meia dúzia de policias, (acredito que escondidos estivessem muitos mais), e uns duzentos ou trezentos metros a separar-nos e fomos incapazes de os transpor para lhes ir pedir explicações sobre o tratado, o desemprego, o trabalho precário, a fome e a miséria que grassam por este país. Ainda propus a um dirigente sindical que o fizéssemos, que atravessássemos aquela linha, que pisássemos aquele risco e a resposta que recebi foi que aquele não era o dia para o fazer. Fiquei abismado, como era possível que me dissessem que não era aquele o dia se era nesse dia que os líderes europeus estavam ali à mão de semear e era aquele o dia em que estávamos ali 200 mil pessoas.
Voltei a sentir algo parecido quando vi que, após reunirem uma manifestação em Lisboa de 100 mil professores, a continuação da luta passaria por umas reuniões nas escolas e uma manifestação mensal feita alternadamente em cada distrito. Não havia vontade de fazer cair a Sinistra Ministra? Ela estava prestes a ter de se demitir, ou ser demitida, e davam-lhe todo este tempo e este espaço para respirar, recuperar as forças e segurar-se no lugar? Não seria tempo de acirrar a luta, de aumentar a contestação tornando-a insuportável para a Sinistra?
Os 200 mil voltaram para casa e um dia destes, nas nossas costas, o Engenheiro vai fazer ratificar o Tratado de Lisboa. Agora os 100 mil professores vêem a sua luta acabar na aclamação da Ministra por, no fim ir acabar por conseguir fazer aplicar todas as medidas a que se propôs.
Porque raio é tão difícil atravessar esta linha que nos desenham à frente? Que falta para que tenhamos a coragem de pisar o risco? O que é necessário para o atravessemos, se é para o outro lado que queremos ir, se é do outro lado que está aquilo que desejamos? O que é preciso para que deixemos de nos comportar como formigas?
Contribuição para o Echelon: NATOA, sneakers, UXO
O dia perfeito
Contributo para o Echelon: 15kg, DUVDEVAN
O Politico Sinaleiro
«A Plataforma Sindical dos Professores promove nesta quarta-feira, dia 16 de Abril, em Lisboa, no Hotel Marquês de Sá (Av. Miguel Bombarda, 130) pelas 11.00 horas, uma conferência de imprensa em que será feito o balanço do Dia D. No encontro com os profissionais da comunicação social será ainda abordada a "declaração sindical para integrar na declaração conjunta" e uma "reacção a acusações lançadas, desonestamente, sobre dirigentes sindicais".
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Depois de aprovado, o entendimento será ratificado na próxima quinta-feira, o que, segundo Mário Nogueira, afasta "o recurso à greve e a outras acções de protesto que colidam com o normal desenvolvimento das actividades lectivas até ao final do terceiro período de aulas". Ainda assim, a plataforma sindical promete continuar a contestação às políticas educativas do Governo, nomeadamente durante o próximo 1º de Maio. Por decidir está ainda se vão avançar os protestos previstos para vários pontos do país a cada segunda-feira do terceiro período lectivo.
Lusa, 15/04/2008
Quero deixar claro que aqui deixei a minha opinião e pedi aos professores que tentassem impedir que o acordo fosse assinado por me parecer ser um erro e um recuo. Em nenhum momento coloquei em causa a posição dos sindicatos nem os acusei de desonestidade, de terem traído a classe ou de se terem vendido à Sinistra Ministra. Não sei se alguém o fez, mas compreendo que muitos se possam ter sentido espoliados na sua luta e com muito mais motivos para se sentirem revoltados com a situação que os sindicatos com as reacções que sofreram. Que escolham o caminho que pensam ser o melhor para atingir os seus objectivos, são opções legitimadas pelos cargos que ocupam, que se armem em Virgens ofendidas, por haver quem conteste e não concorde com esse caminho, já me parece que não.
Quanto ao futuro, infelizmente não acredito que alguma vez mais consigam juntar 100 mil professores num protesto. Infelizmente perderam a oportunidade de travar as Politicas Educativas deste e dos próximos governos que para aí vêm.
Quando olho para trás e me lembro do inicio desta fase final da luta dos professores, vem-me á memória a concentração, convocada por SMS e por E-mail, realizada no Porto e onde alguns professores foram identificados por se tratar de uma manifestação ilegal. Depois foi ver os sindicatos assumirem a cabeça dessa luta, conseguirem unir os professores para agora desbaratarem tudo o que tinha sido ganho. (Onde é que eu já vi isto acontecer mais vezes? Lembro-me de outros tempos mais revolucionários em que muitas vezes alguns assumiam a liderança das “massas”, não para as catapultar para a frente, mas para as controlar e refrear). A minha amiga Kaotica bem diz que muito daquilo que se faz é mais para tirar a pressão à panela que para atingir resultados e vitórias. Somos todos muito educadinhos e cumpridores das leis feitas exactamente para nos manter abaixo do nível de indignação e revolta. Assim se perdeu mais uma boa oportunidade.
Contributo para o Echelon: Electronic Surveillance telcos-make-connections-in-congress Mar-21-2008 , MI-17