terça-feira, novembro 30, 2010

Detector de Mentiras


Quem não pagaria para ver este massacre?

O talhante do nosso futuro

Portugal não foi um ponto da ordem de trabalhos no Ecofin de ontem mas, para tentar afastar quaisquer receios dos seus colegas, o ministro Teixeira´dos Santos prometeu "adoptar reformas no sector da saúde, do mercado de trabalho, do transporte e também no acompanhamento da própria evolução nas contas públicas".
O ministro português das Finanças saiu sem clarificar à imprensa que medidas prometeu em concreto.
Já o comissário Olli Rehn saudou as reformas estruturais em curso em Portugal, adiantando: "Encorajamos as autoridades a intensificar essas reformas" sobretudo no mercado laboral, disse, uma terminologia que vem usando há algum tempo.
in "Económico"


Como se não bastassem as dificuldades que se aproximam, com menores salários, mais impostos e aumento dos preços, com todo o desemprego que alastra, com toda as vidas precárias que já temos já prometem que vão cortar na saúde, nos transportes públicos e nos direitos do trabalho.
Reune-se o Conselho das finanças da União Europeia e as ordens são de carregar nos trabalhadores e nos que menos têm. Crise, todos estão em crise, mas vê-los todos de fatinho a sorrirense na televisão, ver as grandes empresas e os bancos aumentarem os seus lucros beneficiando da crise que eles próprios criaram, sem lhes ser pedida nenhuma responsabilidade nenhum contributo para ajudar, mostra que quem governa não são os tais homens de fatinho e sorridentes, esses não passam de paus mandados da insaciável ganância dos Senhores do capital mundial. Esta é a Europa onde estamos e este o destino que nos oferecem quem nos governa. É isto que queremos para nosso futuro? Acreditam mesmo que não há um outro futuro possivel melhor que este? Eu não.

segunda-feira, novembro 29, 2010

A Europa vai ao pote da Irlanda

O coelho do FMI


Passos Coelho admite trabalhar com o FMI e é acusado de "imaturidade política".

Se virmos bem, para o Passos Coelho, governar com o FMI deve ser o seu ideal. Poder aplicar todas aquelas suas ideias, agora escondidas, de acabar com o estado social como o conhecemos, da saúde aos despedimentos, passando pela educação e depois pôr as culpas em exigências do FMI. É que, tanto ele como o FMI obedecem a ordens dos mesmos patrões, só que um não vai ter de ir a votos mais tarde.

domingo, novembro 28, 2010

A mão do Deus Jardim

O Euromilhões desta semana saíu a um grupo de madeirenses que tinham sido vítimas das cheias que assolaram a região há uns meses. Se não me sai a mim, que saia a quem realmente necessita. Já o João Jardim, "Vejo nisto a mão de Deus. Os socialistas roubaram-nos na Zona Franca e Deus repôs parte daquilo que eles nos roubaram".
Aviso aos vencedores, cuidado, não com a mão de Deus, mas com a mão de Jardim. É que ele já fala do dinheiro como se também fosse dele e da Zona Franca. É que há muitos que criticam o socialismo mas têm um muito pessoal em que o que é meu é meu, o que é dos outros é nosso.

Lá vem mais precariedade

Sócrates mexe no mercado laboral para atacar a crise
"in DN"

Com o se não bastassem os aumentos de impostos e os cortes salariais, (o que faz de Portugal um dos países onde os cidadãos pagam mais e ganham menos) agora vão ainda aumentar ainda mais a precariedade e reduzir os já poucos direitos de quem trabalha. Este governo, vendido a esta Europa Capitalista, não pára de acabar com os direitos sociais e laborais e pelos vistos não lhe basta a ultima revisão da lei de trabalho que permitiu que o desemprego em Portugal atinja já quase 11%. Para 2011, a juntar às dificuldades porque todos vão passar ainda lhe vai acrescentar mais insegurança no emprego e uma maior prepotencia dos patrões.

sábado, novembro 27, 2010

A palhaçada do Orçamento para 2011


Já temos orçamento de estado para 2011 e aquele que foi chamado pelos jornais económicos da Inglaterra como o pior Ministro das Finanças para o aplicar. Ele diz que necessita de 6 meses para mostrar o que vale mas é pena que nos 60 em que tem por lá anadado não o tenha feito. Cá ficamos à espera do PEC 4...ou será o 5? Já lhes perdi a conta.

Conceito estratégico


O Pacheco Pereira tem um programa em que afirmava que, "Do que não ouço, não vejo, nem leio, não falarei". Então porque raio é que não se cala também quando não sabe.
Ouvi-o na Quadratura do Circulo fazer mais um brilhante momento de informação quando se prenunciou sobre a Cimeira da Nato. Que tenha elogiado o Novo Conceito Estratégico", que passam a permitir à NATO actuar em qualquer parte do mundo, bombardear e invadir um qualquer país só por razões económicas passa a ser legal. (Sabe-se, interesses económicos de quem), ainda é uma opção que fica na pele de de cada um. Quando resolve falar da Segurança da Cimeira, já não dá uma opinião, diz falsidades. Pode ter lido, pode ter ouvido, mas não viu de certeza o que aconteceu. Acusar, só porque para onde vai a NATO vai a violência, aqueles jovens e outros menos jovens, aquela senhora irlandesa com 83 anos e uma bandeira da paz nas mãos e que insistiu que era ali que queria ir, de serem arruaceiros e violentos é falso. Afirmar que só a acção da policia, obrigando-os a manifestarem-se como gado acossado num redil, sem nunca ter antes, durante ou depois realizado qualquer acto violento, é uma cato de ignorância, e/ou desonestidade, e/ou capacidade intelectual. Eu sei porque estava lá.

sexta-feira, novembro 26, 2010

Ele há trelas e trelas

O deputado comunista Honório Novo acusou hoje o PS e o Governo de “em matéria orçamental já andarem a ser conduzidos pela trela do PSD”.

É verdade que este governo e este PS já andam a ser conduzidos pela trela do PSD, mas entre estes partidos de alterne é irrelevante que está em cada momento em cada ponta da trela. Ambos são como cães que só pensam na forma de abocanharem os nossos direitos. Mais grave é que todos os partidos deste parlamento, da esquerda è direita, estejam a ser conduzidos pela trela europeia da Frau Merkle enquanto o país é devorado pelos mercados.

O FMI, o Medo e o FIM


FMI aconselha Portugal a pagar menos para despedir.

Muitos reagimos imediatamente com um "filhos-da-mãe" a estes titulos de jornal, mas o melhor é habituarmo-nos porque como esta vão aparecer muitas mais notícias sobre a crueldade do FMI. Há que implantar o medo, agora não do terrorismo ou dos black-bloc, mas do papão do FMI. Há que nos convencer que comparado com ele este governo está a ser responsável mas também bondoso. O melhor é aguentar calados antes que venha o papão. Medo, é pelo medo que nos imobilizam e nos controlam. A estratégia é sempre a mesma e nós não ganhamos coragem para enfrentar o medo e o papão.

quinta-feira, novembro 25, 2010

A Greve dos 3 milhões


Com a greve geral a chegar ao fim, Governo e sindicatos divergem na leitura dos factos. Ambos festejaram os números, mas por razões diferentes: para a CGTP e UGT, foi a maior greve da história, com três milhões de trabalhadores a aderir à jornada; para o Governo, “o país não parou”.
Quem tem razão? Se calhar nenhum, mas o importante não é o número nem é parar o pais. Importante mesmo é mudar, não só de politicas mas sobretudo de sistema. Acabar com a submissão do poder politico ao poder dos mercados, deixar de dar mais valor ao lucro que às pessoas, deixar de pensar a economia como um fim, mas como uma ferramenta de desenvolvimento. Há todo um país para desenvolver, mãos desempregadas ansiosas por trabalhar, campos abandonados à espera de serem produtivos, um mar imenso à espera de traineiras. Traineiras como aquelas que vi serem cortadas a meio por opção de uma união europeia ao serviço do capitalismo e da ganância dos grandes grupos económicos.
Que mudou esta greve? Pouco, os portugueses já se preparam para substituir no governo um partido de alterne pelo outro, deixando tudo na mesma, esquecendo que não são as pessoas mas as politicas aquilo que os trama.
Valeu a pena fazer greve? Claro que valeu. Valeu porque mostrou que há muitos dispostos a lutar por melhores condições. Valeu porque mostrou que a capacidade de aceitação dos portuguêses a estas políticas está a chegar ao fim. Valeu porque lutar por melhores direitos e condições de vida vale sempre a pena.
Teria valido mesmo muito a pena, se representasse o inicio de uma luta, uma luta que não pode ser de feita só de esporádicos passeios a descer a Avenida da Liberdade ou de greves intermitentes. Como se gritava na manifestação, "greve geral daqui até ao carnaval". Só parando efectivamente este país, não aceitando acabar com a luta sem saír se vencedor. Dificuldades seriam muitas, sacrificios ainda mais, mas isso é o que já nos pedem agora sem haver um horizonte de melhoria e esperança. Que mais terá de fazer este poder para que digamos, Já basta e o assumamos nas nossas mãos?

quarta-feira, novembro 24, 2010

Portugal loves Ireland


Os portugueses são mesmo um povo com um grande coração, não podem ver ninguém com frio que lhe oferecem logo o casaco. A Grécia teve problemas, emprestámos dinheiro que não tinhamos, a Irlanda está com as calças na mão, emprestamos outra vez o que não temos; 1500 milhões. Claro que isso faz subir o défice, faz subir os juros da dívida soberana do país e vai obrigar a mais austeridade. Não pensem que não sou sensivel aos problemas dos Irlandeses, mas quem vai ser solidário com os nossos? Já se viu que isto asssim não tem solução e só tende a agravar-se. Quando é que os PIGS se unem e vão dizer à Merkle que assim não pode ser. Que não faz sentido que o BCE empreste dinheiro à banca para depois ela nos emprestar a nós com juros 4 ou 5 vezes maior. Que não faz sentido que a Alemanha, o paladino da defesa da moeda, nos critique pelo valor do défice num dia para nos vender submarinos para os quais não temos dinheiro para comprar no dia seguinte.

Em greve

terça-feira, novembro 23, 2010

Eu fui a Lisboa abraçar-te

Retirei este texto da página da Indymédia. Vale a pena ler.

Eu fui a Lisboa abraçar-te

A ordem perturba mais do que a desordem.

Quem quiser ver, a democracia está aí: converteu a política, toda a política, no confronto com a polícia.
A política é hoje tudo aquilo que escapa ao sistema político-partidário. E contra o que escapa ao sistema político-partidário, a mentira da democracia chama a polícia.

Desta vez, não foram apenas os sitiados pelo controlo social e político – exercido pelo Estado em nome da falsa democracia – que sentiram na pele a repressão exercida pelo aparato da polícia-exército: alguns jornalistas, curiosos, transeuntes, imigrantes, ficaram espantados. Um carioca, ao entrar no Rossio às 18h da tarde ficou mudo e gelado: pensou que tinha regressado ao Morro Formiga na favela da Tijuca.
Mas a falsa democracia é por demais previsível: o ataque preventivo começou cedo. Ataque preventivo na rua, em Lisboa, ataque preventivo nos/dos Media com a série policial black block, ataque preventivo nas fronteiras. Assim desvia a falsidade da sua essência, assim limpa a ferocidade do seu Estado-Guerra: cercar o mal, isolar o desordeiro, o violento, o vândalo, os palhaços, os filhos-da-puta.
Mas se o Estado é cada vez mais guerra e cada vez mais previsível, o que dizer do PCP?

O meu avô e o meu pai foram/são comunistas. O meu avô foi preso, torturado, na prisão tentou suicidar-se para não ceder à tortura, para não ceder à violência: quis ceder a vida para não ceder a liberdade. Teve 7 dias em coma, tantos quanto os dias que ficou sob tortura do sono – a mesma tortura, entre tantas outras, que a NATO infligiu e inflige aos prisioneiros de guerra do Afeganistão e Iraque com o beneplácito do Estado português. Ao fim de 7 dias de tortura do sono, num rebate de lucidez, atirou-se a pique e de cabeça do vão das escadas do 4ª andar da prisão de Coimbra.
O meu pai, deu metade da vida pelo “partido”. Acumulou cólera e raiva, cortes nos direitos sociais e degradação da democracia. (A única coisa que ganhou foi, isso sim, o movimento de base e habitacional cooperativo que ajudou a fundar com sucesso). Acumulou mais cólera e raiva do que aquela que eu tenho.

O PCP é uma linha de comando de controlo da raiva e da cólera?

Nenhuma outra estrutura/movimento político e social no país é um “black block” em potência além do PCP.
Se a voz de comando disse-se: ocupem as fábricas, ponham cadeados nos portões, não deixem sair os camiões, o país parava. O PCP não tem de o fazer, só a ele lhe cabe essa responsabilidade, ou melhor, ao seu comité. Mas para achar a nossa responsabilidade em tudo o que fazemos, temos sempre que confrontar aquilo que realmente fazemos com as possibilidades do que poderíamos fazer e não fazemos. Nessa diferença, podemos achar a nossa irresponsabilidade.
Pergunto – não à voz de comando, aquele que declara à Lusa (Fonte: TVI) que as pessoas que foram impedidas de entrar no protesto «não pediram antecipadamente para fazer parte do corpo principal da manifestação»; ou ainda, citando a reportagem assinada no JN por Catarina Cruz, Carlos Varela e Gina Pereira, “o único caso de maior preocupação deu-se, a meio da tarde, quando um grupo não organizado foi cercado pelo Corpo de Intervenção da PSP, junto ao Marquês de Pombal. A intervenção policial deu-se a pedido dos organizadores da manifestação que perceberam que mais de 100 pessoas iam integrar o protesto. A polícia, fortemente armada, cercou o grupo na cauda do cortejo” –, pergunto a tantos comunistas e simpatizantes do PCP (e já agora aos outros movimentos partidários que a integravam) se têm o direito de impedir que um outro grupo de cidadãos exerça o mesmo direito que eles próprios gozaram no mesmo sítio, à mesma hora?
O que o PCP fez (ou a organização submetida à lógica centralista e autoritária do PCP) foi ilegal, ilegítimo e, sobretudo, um ultraje. E para fazer cumprir uma ilegalidade, chamou a polícia. E ditou-lhes: façam desta forma, cerquem esse grupo de cidadãos, ou seja, exerceu com eficácia o seu poder sobre as autoridades condicionando-as a agir fora da lei. Conseguiu o apartheid. Foi a peça que faltava no puzzle montado pelo circo do poder para legitimar mediaticamente a NATO, a sua cimeira, a sua máquina de guerra.
Foram três as entidades que montaram o circo mediático de legitimação da Cimeira da Nato: as altas-esferas políticas; a Polícia e os seus vários serviços; e os Media de Informação de Massa.
E o circo mediático tinha uma pedra-chave em todo processo de desvio da essência assassina da NATO e limpeza do sangue do seu cadastro criminal: os black block.
15 dias antes, começou-se a armar a tenda: telejornais transformados em séries policiais.
Os black block seriam a pedra-chave para montar o cerco, para apontar o adversário, para legitimar a repressão. Bastaria um carro a arder ou uma montra partida e, passe de mágica, o espectador lá de casa pensaria: de facto, os gajos da NATO até têm razão, estes tipos anti-Nato são uns arruaceiros. E todos os manifestantes passariam a ser arruaceiros e os senhores da Guerra uma espécie de caritas global d’ ajuda ao outro!
Mas desta vez, a tripla entente (Estado-Guerra, polícia e Media) não precisou de polícia infiltrada a partir as montras, para isolar o adversário, para desviar a atenção dos 35 mil mortos civis afegãos, os torturados, o horror, o ódio, o terror espalhado pela NATO. Tinham a voz de comando do PCP: a farsa dos B.B (barbies big-brother), a psicose colectiva instigada na TV por Estado-Guerra, Polícia e Media, passava a ter a sua realidade na manifestação contra a cimeira da Nato.
Nessa lógica, o PCP integrou a lógica do Estado: primeiro, limitou a sua actividade de protesto à legitimidade imposta pelo Estado da falsa democracia, como sempre tem feito (uma greve geral em 22 anos é uma espécie de suicídio assistido pelo capitalismo…), depois impedem um grupo de pessoas de juntar-se a uma só voz contra a Guerra, contra a NATO.

Cerquem esse grupo, cacem-nos, porque a democracia está em perigo!

E cercados que estávamos, passámos a ser o adversário, o arruaceiro, o vândalo, o criminoso que vem na TV. Nem uma pedra atirámos. O que o PCP e a polícia-exército fizeram foi fazer-me sentir, num par de horas, um palestino.
Num par de horas, a violência do cerco policial, converteu-nos em palestinos e palestinas (sem querer dramatizar, é apenas uma imagem, pois sei bem a diferença que vai entro um cerco num par de horas e um cerco total durante 3 gerações…). Nem sequer uma pedra atirámos. (Nem sequer aquelas garrafas d’água que se esborracharam no Vital Moreira… talvez tivessem sido anarcas com credencial!!!!!!!!!).
Entre pacifistas, libertários, membros da PAGAN, anarquistas e outros tantos seres como eu sem serem “istas” de nada, ali estiveram demonstrando a sua não-violência num momento inusitado de demonstração da violência do Estado e de clara violação de dois direitos fundamentais, o direito à manifestação em qualquer espaço público sem prévia autorização e o direito à livre circulação no espaço público do território nacional (não nos esqueçamos que ao longo do percurso foi-nos sucessivamente negado o acesso livre ao território que a voz de comando determinou que não podíamos pisar). À nossa volta, acabava a falsa democracia… mas quando a (falsa) democracia chega tão longe…

Sitiados, com polícias que nos ladeavam enfileirados a um metro ou dois de distância uns dos outros, já não tínhamos mais nada senão o corpo. Caçados os direitos, era a sobrevivência do corpo. A liberdade de ser corpo. Nada mais. Não atirámos uma pedra.

Por isso, no fim, quando te abracei, sei que abracei outro corpo, tão vivo quanto o meu, só violência de lágrimas. Mais nada.

Temos de voltar a fazer amor com a liberdade ou a democracia deixará de existir.

Pelo estado de ruína da cidadania, pela crescente militarização da polícia, pelo estado de ódio e controlo social, os nossos filhos (aqueles que continuem a afirmar a liberdade com a vida) caminharão já não escoltados de cada lado por um polícia, mas por tanques de guerra. Então, seremos cada vez mais palestinos e palestinas, cada vez mais cercados, e o nosso corpo, para viver, vai ter de explodir.

Júlio do Carmo Gomes

Mais duas breves notas:
Ainda os finlandeses impedidos de entrar na fronteira portuguesa. Num dia da vida deles, cada um desses homens, disse: o meu corpo não será uma arma. Nenhum Estado me obrigará a pegar numa arma. O meu corpo não tirará a vida a outro corpo. Objectores de consciência, pacifistas entranhados, vinham juntar-se aos activistas que em Lisboa condenaram outro tipo de homens: aqueles que, num dia da vida deles, não tendo coragem para matar com o seu próprio corpo, mandaram outro corpo puxar o gatilho. O que espanta não é a arbitrariedade da polícia, o abuso da autoridade, a sua insuficiência. Mas a normalização da violação de um direito fundamental. Já alguém apresentou uma queixa contra o Estado português no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem?

Na acção de desobediência civil não-violenta levada a cabo na manhã de sábado o ambiente de protesto e mesmo a actuação policial acabou por correr sem ânimos exaltados, com relevo para a calma dos activistas e para a descoordenação da polícia (por exemplo, não conseguiram evitar um acidente de duas viaturas, sem qualquer gravidade, não tinham carrinhas suficientes para os detidos, e, numa cidade sitiada por polícias, só passado 25 minutos passaram a ser em número igual aos dos activistas…). Em todo o tempo em que estive lá a observar, como testemunha e prestando o meu apoio aos activistas, só vi uma pessoa exaltada: Paulo Moura, jornalista do Público. Indignado comigo pelo facto de eu não ter conseguido, pelo desenrolar das circunstâncias, cumprir com o que com ele tinha combinado: ler o comunicado dos activistas uma única vez diante de todos os jornalistas presentes. Não foi possível. Não estava lá como profissional de conferências de imprensa… Exaltado, para espanto também das outras duas pessoas que assistiam aos seus amuos devido à sua árdua tarefa de jornalista violentado nos seus direitos humanos pelo conferencista de serviço, o espanto atingiu o clímax com o comentário do ofendido: “Vocês são iguais aos gajos lá de baixo da Cimeira”. Mesmo ficando na dúvida se apenas se referia aos adidos de imprensa dos senhores da guerra, respondi-lhe: “Nenhum de nós tem as mãos manchadas de sangue”. O profissional acalmou-se, respirou fundo, recompôs-se da figura: “Só tenho uma pergunta: quantos foram detidos?”. Ora, para isso, tem a polícia.


O defensor do Castelo


Quando se fala da vindo do FMI o Sr. Silva arma-se em defensor do castelo, mas esquece que foi ele o primeiro e principal responsável pelo esbanjamento dos milhares de milhões que chegaram da Europa e pelo sistema corrupto implementado durante os seus oito anos de governação. Foi durante o seu reinado que BPN, BPP e muitos outros bandidos construíram este castelo económico, sem estrutura para sobreviver à ganância dos invasores especulacionistas criados pela globalização. A vinda do FMI só será uma desgraça se os portugueses o deixarem, ou será que o Sr. Silva também defende a suspensão da democracia para aplicar as suas "recomendações"? Não têm as leis de passar no parlamento? Será que os partidos que agora pedem desculpa por aplicarem medidas de austeridade depois as vão aplaudir só porque a ordem vem dos seus "donos" internacionais?
O FMI é uma mentira que só se tornará realidade se nós o deixarmos acontecer. O FMI é o "black-bloc" da economia, é o medo que querem implantar para melhor calar os protestos. Já muitos foram enganado muitas vezes, (como agora aconteceu de novo com a violência durante a cimeira da NATO). Vão aceitar ser de novo?

segunda-feira, novembro 22, 2010

O céu não pode esperar


Feytor Pinto teme "branqueamento" das ideias de Ratzinger. O prelado português garante que sempre foi esta a posição do Papa sobre o preservativo. Mesmo quando Bento XVI se deslocou pela primeira vez ao Continente Africano defendeu que, ao invés de combater a propagação da sida, "pelo contrário, a sua utilização agrava o problema". Na altura, Bento XVI encorajava a abstinência para impedir a propagação da doença.
Ainda bem que nos veio esclarecer, não fôssemos nós acreditar que ele pudesse não estar bom da cabeça quando disse que: "Podem haver alguns casos em que se justifique o uso do preservativo, quando, por exemplo, uma prostituta utiliza um profilático. Isso pode ser o primeiro passo em direcção a uma moralização, um primeiro ato de responsabilidade, consciente de que nem tudo é permitido e não se pode fazer tudo o que quer". Não é que fosse um grande avanço na incipiente capacidade mental da Igreja sobre a utilização do preservativo, mas temos que nos lembrar que o Papa é o representante de Deus na Terra, os dois devem conferenciar com frequência, e o seu trabalho é o de arranjar almas para entregar no céu. O seu negócio não é salvar vidas, mas sim salvar almas. Claro que há outros há que acreditam no Pai Natal.

A ostentação da força contra a força da paz


Agora que os Senhores da Guerra se foram embora Lisboa pode regressar à sua normalidade. Lisboa foi uma cidade sitiada com ruas e bairros bloqueados. Gastaram-se muitos milhões para se poder tirar fotografias de líderes mundiais a assinar acordos há muito discutidos e decididos. (Ninguém pode acreditar que uma Cimeira EUA-Russia dure 20 minutos e daí tenham saído todas as resoluções anunciadas). Retirou-se a liberdade aos cidadãos que foram tratados como criminosos, fecharam-se fronteiras e impediu-se a entrada a gente por razões ridículas como o trazerem uma fotocópia de um manifestos contra a NATO, ou T-shirts ou até um manifesto em defesa da escola pública. Fechou-se o espaço aéreo, até partes do Rio Tejo. Ridículo e triste. Vendeu-se o medo na forma de black-bloques, mostrando imagens de violência e notícias alarmistas como a da presença, já no interior de Portugal, de milhares desses elementos.
De todas estas fantasias o que resultou? Nada para além de uma despesa "milhãonária".
Black-bloques não se viram, violência não houve, na manifestação trataram-se como animais jovens e idosos (ia lá uma fantástica senhora irlandesa de 83 anos com uma bandeira da paz), gente a quem apelidaram de anarquistas como se isso fosse crime ou pecado. Gente que desceu a Avenida, cercada por 3 polícias, fortemente armados, para cada manifestante (como afirmou o chefe da Unidade Especial). Ao som dos tambores dos Ritmos de Resistência, uns jovens simpáticos e bem dispostos, os poucos problemas que podiam ter acontecido deveram-se exactamente à megalómana ostentação de força e à forma como trataram como animais enjaulados gente que se manifestava civicamente e que em momento nenhum praticou ou mostrou querer praticar actos violentos. Foi para mim um prazer, uma satisfação e uma honra estar nesse grupo junto com essa gente.

domingo, novembro 21, 2010

O anjo protector...dos acionistas


O presidente do PSD considerou hoje que as empresas devem tomar as suas decisões relativas à distribuição de dividendos com base na legislação em vigor, "sob pena de deixarmos de viver num Estado de direito". É lógico que uma lei em vigor deve ser cumprida, mas se uma lei é injusta, e já o era há muito tempo, é hora de a mudar de imediato. Quando é para tramar quem tem pouco aceitam tudo e fazem leis para ontem, quando é o dinheiro dos grandes senhores do capital, aí o tempo rola devagar para eles poderem mamar ainda mais. Porque temos nós de pagar impostos sobre cada euro que ganhamos e essa gente embolsa milhões sem pagar um euro que seja? Afinal para este senhor a crise não é para todos e deve ser paga pelos que menos têm. É este que senhor que nos querem convencer que deve governar o país?

sábado, novembro 20, 2010

O Porteiro da NATO


Ouvir o Sócrates a falar da Cimeira da NATO e daquilo que Portugal conseguiu, só me faz lembrar o porteiro de uma festas de gala a falar das gorjetas que recebeu. Neste caso ainda pior, a gabar-se das gorjetas que diz que recebeu, a de que a bandeira da NATO continuará desfraldada nos céus de Portugal. Não sabemos se num comando operacional ou numa guarita, mas ela lá estará....infelizmente.

NÃO À GUERRA NÃO À NATO


NO WAR
NO NATO
NO TIME

VOLTO BREVEMENTE

Já não há contos de fadas, mas antes grandes ....


Quando era mais rapazote lembro-me que havia uma história em que uma princesa picava o dedo num fuso e cumpria-se a praga rogada pela bruxa má. Agora também tivemos uma bruxa Ferreira e um ministro que se picou nos mercado e nos condena a todos a sermos mais pobres, pelo menos 5 ou 10% sem impostos incluidos e para sempre. Na história, como sempre acontece nestas histórias, aparece um garboso e jovem Principe que beija a Princesa, a acorda para a vida e se afastam em direcão a um alaranjado pôr-do-sol. Mas, histórias de principes e princesas, são contos de fadas e não a realidade. Essa, não tem gente a cavalo, mas gente de tanga que caminha na direcção da tempestade que se aproxima

sexta-feira, novembro 19, 2010

Um dia negro em Lisboa

Há muito tempo que não se via tantos defensores da guerra juntos em Lisboa. Já não nos bastava haver um Tratado com o nome da nossa capital e agora vai haver um "Novo conceito estratégico da NATO" também aprovada nela. Esta cidade começa a estar ligada ao terrorismo económico e ao de estado. Não seria melhor que se discutisse a paz e a luta contra a pobreza no mundo? Não seria mais bonito a nossa cidade ficar ligada à erradicação da fome e da miséria. Para o Sócrates, tão orgulhoso se mostra, parece que não.

A virgem ofendida


Os deputados do PS e do PSD que negociaram e acordaram a lei do financiamento dos partidos estão indignados com as críticas que têm vindo a público sobre a falta de transparência da nova lei, que segue na próxima semana para promulgação presidencial. "Indigna-me porque parece que há pessoas mais honestas do que outras", disse Ricardo Rodrigues, vice-presidente da bancada do PS que deu a cara pelas alterações à lei.
O professor Luís Sousa, especialista em corrupção, tem sido uma das vozes mais críticas a estas alterações, considerando que são "um retrocesso" e uma "vigarice legislativa".

Olha, olha, temos uma virgem ofendida no Parlamento. Oh, Sr. Ricardo, claro que há pessoas mais honestas que outras. Pode é colocar a questão de se saber em que lugar na escala de e
honestidade o colocamos e aí as histórias que têm acompanhado no passado não o ajudam muito. E, pelos vistos a lei que agora querem aprovar a meias com o PSD também não.

quinta-feira, novembro 18, 2010

NATO - Senhores da guerra e do medo


Lucas Wirl tem 29 anos, prepara um doutoramento em sociologia, é alemão, pertence ao INES e foi impedido de entrar em Portugal no aeroporto de Lisboa, a meio da tarde de dia 17. Foi acusado de prejudicar a segurança nacional pois trazia consigo programas da Contra-Cimeira que vai ocorrer em 19/21 próximos, organizada pela PAGAN e pela coligação "No to War, No to Nato" e um documento onde se referia o anúncio de uma acção de desobediência civil no Rossio, para dia 18, às 16 h - uma acção de treino de desobediência civil entre activistas anti-NATO. (Este activista estava indicado como moderador de um painel sobre "Acções para a Paz" na Contra-Cimeira na sexta-feira, dia 19).

Inicialmente, o inspector-adjunto Rui Melro informou a advogada da PAGAN que a entrada de Lucas estava dependente de uma informação da embaixada alemã; porém, acabou por ser forçado a embarcar num avião de volta a Paris, de onde viera.

Se a posse de programas da Contra-Cimeira, evento que vem sendo anunciado há meses, que foi enviado à comunicação social e amplamente distribuído aos portugueses prejudica a segurança nacional, deverá então estar a ser preparada a prisão de todos os detentores desse programa?
Mais um acto de arbitrariedade policial levado a cabo por agentes desenquadrados?
Ou uma acção devidamente coordenada pelo governo?
Uma forma de dar sinais de intolerância e de actuação repressiva quando a crise social não para de se agravar e quando está eminente uma greve geral?
Acção de continuidade das tentativas de criminalização da PAGAN e dos seus amigos estrangeiros anti-guerra e anti-NATO, a que temos vindo a assistir nas últimas semanas?

Aproveito para convidar, em nome da PAGAN, todos a estarem presentes na Contra-Cimeira, já nesta 6ªfeira dia 19 no Liceu Camões a partir das 10 horas. Ali falaremos de paz e de como a alcançar enquanto no Parque das Nações os Senhores da Guerra vão exaltar a morte e a destruição. (Programa completo da Contra-cimeira pode ser consultado "AQUI"

Se amas a paz, APARECE que todos juntos não somos muitos para acabar com a guerra.

Os nossos 007's estão sem chefe

Inconformado com os cortes orçamentais anunciados para 2011, o director do Serviço de Informações Estratégicas da Defesa, Jorge Silva Carvalho, o chefe dos nossos espiões no estrangeiro, bateu com a porta.

Palavras a mais


Depois do Teixeira dos Santos ter andado pelos Jornais da Europa a dizer e a desdizer-se, que disse o Cavaco de Boliqueime, “Já existem palavras a mais na vida pública portuguesa e eu não vou acrescentar mais nenhuma”. (Hoje o Passos Papagaio veio dizer o mesmo, só que não se calava a dizer coisas). Realmente este Sr.Silva é perito em não dizer nada e a fugir às responsabilidades do seu cargo quando algo corre mal, mas um falabarato quando se trata de trivialidades. Pior agora que já não passa de um candidato ainda a viver na casa do Presidente.

quarta-feira, novembro 17, 2010

Roda Teixeira, roda


Há uma hora defendia que Portugal poderia ter de recorrer ao Fundo Europeu e ao FMI, logo depois que não vê razões para o país poder necessitar de ajuda. Ou aprendeu com o "Engenheiro" e não tem jeito nenhum para mentir, ou aquela cabeça deve andar tonta de dar tantas voltas e reviravoltas. Não deviamos estranhar, afinal há muito que foi eleito como o pior Ministro de Economia da Europa. Ou será do mundo?

O Ministro vai ao mercado


O ministro Teixeira dos Santos realçou ainda que a dívida pública portuguesa tem procura suficiente e que “Portugal vai continuar a ir ao mercado". Parece que já o estou a ouvir a apregoar em Wall Street: "Olha a linda Dívida Pública fresquinha. Olha a dívida Portuguesa acabadinha de chegar. Comprem que está barata. Olha a Dívida Pública."

Até quando nos vão continuar a fiar?

terça-feira, novembro 16, 2010

Estado d'Alma


O Ministro Luis Amado justificou as suas palavras na entrevista que deu ao Jornal Expresso por um "estado d'alma". Talvez tenha sido isso ou simplesmente está a colocar-se a jeito para subir mais uns degraus na carreira.
Os Ministros dos Negócios Estrangeiros são normalmente os menos sofrem com o desgaste do governo e sabendo que este está preso por um fio, nada melhor que vir dar um ar de responsabilidade e oferecer-se para o supremo sacrificio de ser remodelado. O povinho adora estes mártires modernos, e eles adoram as luzes da ribalta politica. Realmente, um "estado d'alma"

Uma espécie de Tiririca à portuguesa


O Partido da Nova Democracia (PND) declarou hoje o seu apoio à candidatura de José Manuel Coelho à Presidência da República, sublinhando que o objectivo do deputado regional na ‘corrida’ a Belém é “abanar o sistema”.
Se o Brasil teve um "Tiririca" nas eleições porque não podemos nós ter mais um palhaço.


segunda-feira, novembro 15, 2010

A canção do péquesinho


Ah rapariga, rapariga, rapariga
Que só dizes disparates, disparates, disparates
E tanta asneira, tanta asneira, tanta asneira
Que para dizer tanta asneira, não te faltam os tomates
Mas tu não sabes, tu não sabes, tu não sabes
Que isso de dar um péquesinho, já é um costume antigo
Oh quem te disse, quem te disse, quem te disse
Que lá por dares um péquesinho tinhas de governar comigo

Oh chega cá - não vou
Tu és tão linda - pois sou
Dá-me um péquesinho - não dou
Interesseira, convencida, ignorante
Foragida, sua burra
És o líder mais palerma
Camelóide que eu já vi
Mas porque raio é que tu queres
Um governosinho só para ti

Ora dá cá um e a seguir dá outro
Depois dá mais um que só dois é pouco
Ah eu gosto tanto e é tão docinho
E no entretanto dá mais um péquesinho

O cartão vermelho à liberdade


O jogo de futebol a contar para a Taça de Portugal que deveria ser jogado no Estádio da Luz no próximo fim-de-semana entre o Benfica e o Braga foi adiado devido à realização da Cimeira da NATO em Lisboa. Não é que pessoalmente me faça nenhuma diferença que haja ou não jogo, mas a vergonha continua com os Lisboetas a verema as suas vidas suspensas para recebermos os Senhores da Guerra. Mas, mais prejudicados ainda serão os comerciantes da zona do Parque das Nações que se verão impedidos de fazer comércio durante toda uma semana. Vergonhosa a forma como estão a ser tratados os restaurantes da zona que, ou fecham ou só poderão servir refeições aos participantes da cimeira, com preço fixo e determinado pelas autoridades (penso que cerca de 15 Euros e fiados). Segundo parece também a TAP estuda a possibilidade de pedir um indemnização pelos prejuizos que vão sofrer. Esta cimeira já nos está a custar dezenas milhões e se fossem contabilizados todos os prejuizos no comércio e na vida das pessoas atingirá certamente muitas centenas. Para esta gente nada de muito importante mesmo que o país esteja endividado até aos cabelose à beira da bancarrota. Não há dinheiro para ajudar quem está na pobreza mas nunca falta para fazer sumptuosas cimeiras, cheias de luxos e mordomias, (assim como nunca falta para fazer guerras que não são nossa,s seja no Afeganistão ou em qualquer outro lugar).
Vamos todos aproveitar esta cimeira para, nas ruas, afirmarmos o nosso descontentamento e dizermos a esta gente que não as queremos no nosso país. Fora com os Senhores da guerra.

domingo, novembro 14, 2010

A querida Europa já não é tão querida






Há muito que aqui defendo que um dos maiores problemas de Portugal é a Europa onde está presa. É verdade que temos muitas culpas no pela situação em que nos encontramos, mas também o é que temos sido lentamente empurrados para nos transformarmos no INATEL da Europa. Agora, que muitos já parecem não crer que haja saída para a situação em que nos encontramos, até muitos Europaistas ferranhos e muita gente de direita aparece a defender a necessidade de mudar as politicas desta união cada vez mais esfrangalhada. Muitos criticam a Alemanha por estar a matar os países periféricos com a sua egocentrica politica económica e financeira (depois da Irlanda, Espanha, Grécia, Itália e Portugal chegou agora a vez da Bélgica também sentir o peso dos mercados. Outros estão já em fila de espera). A verdade é que tudo isto era previsivel e custa a acreditar que os nossos "génios" económicos e os nossos "inteligentissos" comentadores o não tenham visto. A verdade é que enquanto a mama dava para todos aceitaram calar-se e defender aquilo em que não acreditavam, (em linguagem popular, mentiram). Será agora possivel começar a discutir-se a Europa que queremos e a que temos? Não está muita gente arrependida se ter ajudado a esconder o verdadeiro significado do Tratado de Lisboa?

De bobo a rei sem coroa?


Segundo o Jornal Expresso, António Costa apoia Francisco Assis para a liderança do Partido Socialista. Segundo parece nem mesmo o PS parece acreditar na possibilidade de o partido vencer as próximas eleições legislativas e já prepara uma vitima para fazer a travessia do deserto. Falta saber se ele estará na disposição de fazer o papel de camelo e colocar a coroa na cabeça para se transfigurar de bobo em rei sem trono.

sábado, novembro 13, 2010

Harakiri Portugal


O ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, considera que Portugal precisa imediatamente de uma coligação política. «Estou disposto a ceder o lugar para uma solução de estabilidade».

Somos mesmo um país de heróis, este assume o ónus da responsabilidade de gente como o Sócrates, o Teixeira dos Santos, o Augusto Santos Silva e toda aquela catrefada de gente que se governa enquanto desgoverna este país. Todos sabem que não é ele o primeiro e principal responsável pelo estado a que esta terra chegou, embora culpas também não lhe falte, e que a sua demissão não traria nenhuma alteração ou melhoria. Aliás não entendo como um governo PS/PSD, mesmo com o discurso catrastófico dos mercados e do FMI, viesse a melhorar seja o que for. Por mim pode ir que falta não faz muita para não dizer nenhuma. Pode é aproveitar e levar todo o resto da canalha com ele.

Orçamento Parte II

Vou ser honesto, como estive fora em serviço não tive tempo para fazer um boneco para fazer um post. Tinha este boneco feito da altura em que andaram a negociar o orçamento e, como agoar os partidos de alterne, PS e PSD, se vão reunir de novo para discutir na especialidade a forma de nos tramar ainda mais, bastou colocar um II na da imagem. Talvez não seja o boneco certo para colocar hoje, mas nunca deixa de estar actual e de ser verdade.

sexta-feira, novembro 12, 2010

Ele há tangos para todos os gostos


Os autarcas podem ficar impunes, escapando às penas do Tribunal de Contas e à obrigação de devolver dinheiro desviado e pagamentos ilegais, já a partir do próximo ano. É o que prevê a proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2011. A alteração é feita através de uma complexa teia jurídica, com remissões que põem em vigor para os autarcas um decreto de António de Oliveira Salazar, de 1933 - que foi ressuscitado e se aplica, ainda hoje, aos membros do governo.

A violência da mentira


Já todos ouvimos falar da próxima Cimeira da NATO que vai decorrer em Lisboa nos próximos dias 19 e 20. Eu já por diversas vezes critiquei as politicas e a própria existência da NATO que, em vez de servir para promover a paz, é neste momento o braço armado do capitalismo ocidental para defender impor e conquistar recursos naturais e rotas comerciais. Para isso não hesitam em fazer terrorismo de estado e a guerra, mesmo que nela morram milhares de inocentes sejam eles mulheres ou crianças. Danos colaterais, como gostam de dizer.
Para contestar essa cimeira surgiram em Portugal duas plataformas diferentes, a "Paz Sim, NATO Não", ligada ao PCP e a PAGAN, "Plataforma anti-Guerra, anti-NATO", composta por indivíduos e sem quaisquer ligações partidárias. Tendo participado na criação da PAGAN e da sua filosofia, anti-guerra e não violenta, cedo contactámos a outra Plataforma para tentarmos coordenar trabalho e procurar a cooperação na luta que era comum. Em vão, a nossa colaboração foi recusada e foi-nos dito que era cada um por si. Sabendo da maior experiência e de meios para fazer mobilizações ficou decidido que a Plataforma "Paz sim, NATO Não" organizaria uma manifestação na qual participaria a PAGAN que por seu lado organizaria uma Contra-cimeira em cooperação com outras organizações Internacionais integrantes do movimento "No to War, no to NATO".
Com a aproximação da data e de em Lisboa irem estar o Obama e outros lideres mundiais, os média começaram a lançar a ideia que a cidade ia ficar a ferro e fogo, com policia de um lado e os black-block, do outros grupos violentos do outro. Rapidamente venderam esta ideia, com informações sobre a segurança esperada e a violência que estava a ser preparada. O cenário estava lançado.
Estranhamente, e não sei por acção de quem, (e se suspeito não quero dizer), algumas noticias dos jornais começaram a ligar a PAGAN ao elementos mais violentos. Mesmo estando há muito dito e escrito nas bases da fundação da plataforma a sua natureza não violenta e não havendo um único caso de violência que possa ser atribuído ou associado à PAGAN, essa ideia começou a ser "vendida" pelos média. Cedo protestámos com alguns órgãos de informação por notícias incorrectas e cheias de "veneno", exigindo o direito de resposta que nunca nos foi concedido. Infelizmente é assim funciona a informação em Portugal sempre ao serviço de interesses partidários, económicos e políticos.
A cereja em cima do bolo veio quando um elemento da outra plataforma veio dizer na RR que "já tinha proibido a PAGAN de participar na manifestação" de dia 20. Honestamente não sei se vai ou não vai haver violência em Lisboa durante a Cimeira da NATO, se a acontecer essa violência vai ser obra de Black-blocks, da policia ou de outro qualquer grupo, o que sei é que não serão aqueles que se juntaram na PAGAN que a irão incentivar ou realizar. Vamos promover a Contra-cimeira nos dia 19, 20 e 21 e vamos participar na manifestação com o direito que nos dá sermos cidadãos deste país. Outros podem dizer que são contra a NATO por interesses politico e partidários mas a PAGAN é contra por convicção. Não somos certamente os vilões da história mas também não somos os seus policias. Pelos vistos há outros que não se importam de o ser.

quinta-feira, novembro 11, 2010

Presos pelos tomates


Isto de já não se ser novo tem as suas coisas más, como dores de costas, a necessidade de óculos para ler ou tratarem-nos por Senhor. Felizmente o que se perde de um lado compensa-se pela experiência ganha e a memória das coisas. Como dizia o Vitorino Nemésio, "se bem me lembro", quando entrámos para a União Europeia tudo eram sorrisos de uma Europa social e solidária. Com ela vieram os milhões da Europa que gastámos em belas estradas, por onde hoje chegam as batatas e os Porches, em facturas falsas e na criação de um gang de banqueiros e empresários que ainda hoje continuam a mamar desenfreadamente na teta do estado. Em troca pediam pouco, que destruíssemos a nossa agricultura e desmantelássemos a nossa indústria. Nunca mais esqueci aquela imagem de ver serrar a meio traineiras. Mas, que importava isso se havia milhões por todo o lado. Até que chegou o dia em que nos disseram que havia muitos mais milhões para chegar, mas que tínhamos de começar a colocar a nossa parte. Construi-se uma ponte e eles pagavam metade, pagavam metade de tudo. Claro que faltava a outra metade mas essa também não era problema; também tinham os bancos que estavam dispostos a emprestar-nos tudo o que desejássemos a um juro muito pequenino. Ainda ficámos com mais milhões para esbanjar e distribuir pelos amigos, porque aos milhões que a Europa nos oferecia ainda podíamos somar os outros milhões que nos emprestavam.
Hoje, que já estamos com a corda no pescoço, transformaram-se em mercados e não hesitam a em puxá-la a seu gosto. Hoje, a UE ainda tem 17.4 mil milhões disponíveis para nos dar só que nós nem para fazer empréstimos temos dinheiro. Os juros sobem, sobem, e estamos impotentes para evitar a bancarrota. Aquela Europa solidária que nos acolheu no seu ceio é a mesma que agora empresta dinheiro aos Bancos a 1% de juros para esses bancos nos poderem comprar a divida soberana a um juro de 7%. Estamos como o tóxico-dependente que já não passar sem a nossa doze regular e há muito vendeu todos os anéis. Que falta que nos fazem agora aquelas traineiras que vi cortar a meio.

O Lagar do Marmelo


O Primeiro-ministro José Sócrates e o Ministro da Agricultura António Serrano estão hoje em Ferreira do Alentejo, para participarem na cerimónia de inauguração do Lagar do Marmelo.
Por este andar ainda vamos ver o Engenheiro a inaugurar um urinol público com a Ministra da Cultura ou um chafariz com a da Educação.
Pelo menos foi bom para o tal de Serrano que, tirando o CDS que adora bater em Ministros da Agricultura, coisa que já há muito não existe em Portugal, já ninguém se lembrava quem era nem como se chamava.

quarta-feira, novembro 10, 2010

Palavra de escuteiro


O corte do "rating" pela Fitch aos bancos portugueses provocou o desagrado do BCP e do BES que decidiu terminar as relações com a agência americana.
Quando o corte foi à dívida soberana do país não os vi tão preocupados, mas também é verdade que eles são puros e dedicados como escuteiros enquanto o estado é uma vaca gorda....e eles gostam tanto de mamar.

O redemoinho dos mercados

Não há PEC's ou orçamentos que nos valham, não há aumentos de impostos ou redução de salários, que trave a subida dos juros sobre a divida pública deste estado. Já vai em 6,9% e é sempre a subir. Como não podemos fugir nem recusar a usura dos mercados, é aceitar e calar. Muitos dizem que não existem motivos para tanto receio dos mercados mas eles não é medo que têm, estão é no frenesim dos abutres sobre o cadáver. Nós, é sempre para o fundo.

terça-feira, novembro 09, 2010

Artistas portugueses

Li uma noticia, no Jornal I", em que o que mais me chamou a atenção não foi mais um processo para o Armando vara. Isso quase já nem é notícia e duvido que muitos possam dizer em quantos processos é ele arguido, acusado ou suspeito. Foi o artigo em si, com o curriculum da Senhora e toda a história.

"O DIAP de Aveiro abriu um novo inquérito-crime para apurar o que aconteceu a 500 mil eurosArmando Vara entregou em 2008 e 2009 a Conceição Leal, actual administradora do Banif, ex-administradora da PT e antiga número dois da RTP, durante a presidência de João Carlos Silva.
Segundo a notícia avançada hoje pelo jornal Expresso, em causa está um possível crime de branqueamento e fraude fiscal, pelo facto de Conceição Leal ter transferido, na sequência dos movimentos bancários de Vara para a sua conta, através de quatro cheques, uma quantia equivalente para uma empresa detida por uma offshore sedeada no Panamá."

A defesa do Castelo

O Teixeira dos Santos afirmou há uns tempos que se o juro da divida pública chegar aos sete por cento a entrada do FMI é inevitável. O nosso Engenheiro da Independente jura lutar bravamente para que o FMI não aterre na Portela (como se ele já não estivesse cá bem instalado). O DN anunciava hoje que o governo se prepara para resistir pelo menos por mais dois meses. Somos mesmo um grande povo, de heróis do mar transformados em heróis de merda.

segunda-feira, novembro 08, 2010

Hu Jintao para ti também


Cada um lá terá as suas razão, certas ou erradas mas suas, para pensar o que desejar sobre o que desejar. Uns preocupar-se-ão mais com a preservação da nossa independencia como país, outros com a globalização, os mercados ou os direitos humanos. Outros deixam para os outros que se preocupem com as suas próprias preocupações.
"O presidente do AICEP - Agência para o Investimento e Comércio Externo, Basílio Horta, admitiu hoje que a compra da dívida pública portuguesa dá à China poder político e económico sobre Portugal."
Será que termos sido nomeados para membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas poderá ter influenciado o Hu Jintao. Que juros económicos e de soberania iremos pagar? E quantas mais lojas de chineses?

Nos tempos que correm...


Recebi um e-mail com este texto, sopre um programa que nunca vi nem sabia existi e não resisti a transcreve-lo aqui
Chama-se "Agora é que conta", passa na TVI" e é apresentado por Fátima Lopes. O programa começa com dezenas de pessoas a agitar uns papéis. Os papéis são contas por pagar. Reparações em casa, prestações do carro, contas da electricidade ou de telefone. A maioria dos concorrentes parece ter, por o que diz, muito pouca folga financeira. E a simpática Fátima, sempre pronta a ajudar em troca de umas figuras mais ou menos patéticas para o País poder acompanhar, presta-se a pagar duzentos ou trezentos euros de dívida. "Nos tempos que correm", como diz a apresentadora - e "os tempos que correm" quer sempre dizer crise - , a coisa sabe bem. No entretenimento televisivo, o grotesco é quase sempre transvestido de boas intenções.
Os concorrentes prestam-se a dar comida à boca a familiares enquanto a cadeira onde estão sentados agita, rebolam no chão dentro de espumas enormes ou tentam apanhar bolas de ping-pong no ar. Apesar da indigência absoluta do programa, nada disto é novo. O que é realmente novo são as contas por pagar transformadas num concurso "divertido".
Ao ver aquela triste imagem e a forma como as televisões conseguem transformar a tristeza em entretenimento, não consigo deixar de sentir que esta é a "beleza" do Capitalismo: tudo se vende, até as pequenas desgraças quotidianas de quem não consegue comprar o que se vende.
Houve um tempo em que gente corajosa se juntava para lutar por uma vida melhor e combater quem os queria na miséria. E ainda há muitos que não desistiram. Mas a televisão conseguiu de uma forma extraordinariamente eficaz o que o séculos de repressão nem sonharam: pôr a maioria a entreter-se com a sua própria desgraça. E o canal ainda ganha uns cobres com isso. Diz-se que esta caixa mudou o Mundo. Sim: consegue pôr tudo a render. Até as consequências da maior crise em muitas décadas.

Entretanto a apresentadora recebe 40.000€ por mês. Foi este o valor da transferência da SIC para a TVI. Uma proposta irrecusável segundo palavras da própria.

domingo, novembro 07, 2010

Este acaba preso de certeza


Passos Coelho defendeu a ideia de responsabilizar civil e penalmente os governantes responsáveis por maus resultados económicos do país. Pessoalmente até me apetecia concordar, mas não sei se o país teria prisões suficientes e sobretudo dinheiro para sustentar tanta gente presa. Ainda por cima gente exigente e habituada a Gambrinos e Barca-Velha, a coabitarem na sela com famosos advogados e a processarem o estado pela má qualidade do "filet Mignon" no rancho. Pelo menos enquanto estão no Parlamento ainda pagam um euro e cinquenta pelo almoço "à la carte" na A.R.
Em contrapartida teria o prazer de, um dia, o ver despenteado, de robe e chinelos, algemado e a descer as escadas de sua casa acompanhado de dois policias com a cara desfocada na televisão.
Mais a sério, estes políticos deveriam ter mais cuidado com aquilo que propõem, não vá um dia o povo exigir que cumpram aquilo que prometeram.

A nossa pior equipa de sempre

...e os suplentes não são melhores

sábado, novembro 06, 2010

O Olimpo Europeu

Um outdoor para o Sr. Silva


O Sr. Silva afirmou no seu discurso de candidatura que não iria gastar dinheiro em Outdoors. É pena, que este era um que gostava de ver espalhado por todo o país. Era bom para a memória deste povo.
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